15 - Declaração em meio ao caos

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Assim que voltamos da cachoeira, Luca e eu tomamos um banho rápido e fomos preparar nosso jantar. Resolvi fazer uma lasanha de frango, o que o agradou muito. Na verdade, ele não me ajudou a cozinhar, mas lavou toda a louça do jantar. Era por volta das 20h, estávamos deitados abraçados na cama de casal que havia no quarto da casa, assistindo a um filme de comédia que passava, era legal, mas eu ainda não havia descoberto o nome. Luca, então, descobriu-me um pouco, ergueu minha camiseta, e começou a acariciar minha barriga.

— Mal posso esperar para pegá-lo nos braços. — Comentou.

— Como acha que ele ou ela será?

Ele olhou para mim, parecia pensativo.

— Provavelmente... ruivo.

— Verdade... — Sorri ao pensar em um bebê ruivo. — Será lindo, de qualquer jeito.

— Ainda mais se tiver seus olhos. — Sussurrou, fazendo-me sorrir novamente.

Luca me beijou e envolveu-me em seus braços de novo, deitei minha cabeça sobre seu peito, ele estava tão cheiroso! Por mim, ficaria ali para sempre, mas de repente, ele me afastou um pouco e fez sinal para que eu não dissesse nada. Tive medo, mas sua expressão se suavizou algum tempo depois. Ele passou a mão pelas madeixas macias e bagunçadas.

— O que foi? — Indaguei, colocando a mão sobre seu ombro.

— Senti a presença de alguém perto da casa...

Eu não soube bem o que dizer, mas fiquei muito preocupada com a possibilidade de Devon ter nos encontrado.

— Acha que pode ser Devon?

Luca balançou a cabeça negativamente.

— Ele não pode passar para o plano físico.

Mordi o lábio, nervosa.

— Então... Lisa?

Ele franziu o cenho levemente.

— Ela é uma nefilim, não é? — Assenti. — Não, a presença que senti era forte demais, provavelmente era um demônio.

Suspirei, um pouco mais aliviada.

— Talvez estivesse só de passagem... — Comentei.

Luca se levantou e vestiu uma camiseta preta desbotada, calçou seus tênis e andou de um lado a outro. Eu apenas o observava.

— Talvez... — Finalmente me respondeu. — Mas, em todo caso, acho melhor verificar.

Levantei-me mais que depressa.

— Eu vou com você.

Luca me olhou com descrença.

— Pode esquecer.

— Não pedi sua permissão.

Comecei a vestir uma camiseta como ele havia feito e calcei meus tênis.

— Está perdendo tempo...

Então, ele começou a sair do quarto sem me esperar. Corri até ele e agarrei seu braço, fazendo-o olhar para mim.

— Já disse que eu vou com você.

— Pare com isso, você está grávida! Nem sei o que poderei encontrar quando sair por aquela porta! — Ele apontou para a porta da sala. — Eu não posso perder você... Não de novo.

Coloquei minha mão em seus rosto, tentando tranquilizá-lo.

— Não vai me perder... Será que você não entende? Estamos juntos nessa.

Herdeiros (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora