Capítulo 3 - Aqueles olhos azuis...

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Eu estava em frente a casa que ele havia me dado o endereço, andei um pouco até alcançar frente ao muro alto da mansão. Levei a mão até a campanhia esperando alguns segundos pelo nervosismo e apertando. Levou menos de 2 minutos para que a porta fosse aberta e uma velhinha atravessasse ela.

- Bom dia, o que posso ajudá-la? - gentilmente me respondeu.

Ela era baixa, forte, cabelos totalmente brancos, lembrou-me a minha falecida avó, seu rosto tinha marcas de expressão pela sua idade avançada. Era uma velhinha encantadora!

- Bom dia, eu tenho que falar com o senhor Campos, ele me pediu que viesse aqui, ele está? - respondi no mesmo tom gentil dela.

- Você deve ser a Brenda, estou certa ? - me olhou esperando minha resposta.

- Sou eu sim - sorri.

Ela abri a porta e deu espaço para poder entrar - Entre, querida-  falou gentilmente para mim.

O lugar era esplêndido, tinha jardim muito bonito, a grama verde e bem aparada. A casa toda branca de dois andares e grandes janelas de vidro dava um ar sofisticado ao lugar. Observei ainda na parte externa da casa, um piscina retangular. Mimi foi a primeira pessoa que me veio a mente, ela amaria esse lugar. Era todo o luxo que nunca possuímos.

- Venha por aqui, querida – chamou, acompanhei até a entrada da casa – e a propósito meu nome é Isabel – apenas assenti.

Por dentro era tão lindo quanto por fora, o chão de porcelana num tom marrom claro vislumbrado pelo lustre enorme no teto central à sala. Dois sofás cinzas davam contrastes de cores neutras, uma mesa de centro de vidro com um pequeno jarro de orquídea cor-de-rosa e uma TV presa à parede.

Vi a senhora bater na porta bem ao lado da sala e ouvi um entre.

Isabel abriu a porta, meus olhos curiosos vasculharam cada ponto da sala, a sala toda branca com alguns quadros nas paredes, uma pequena estante de livros ao fundo, e em sua mesa de madeira com um pote de canetas e vários papéis totalmente organizada.

Meus olhos pararam no tempo assim como eu, quando vi o homem muito bonito- lindo para ser sincera- que estava ao lado do sr campos, o seu olhar sério encontrou o meu e eu corei de vergonha e logo desviei  olhando para o sr Humberto.

- Brenda, que bom que veio, estava te esperando –  levantou da cadeira onde estava sentado e veio a meu encontro, estendeu a mão e eu retribui apertando.

- Falei que vinha – sorri ainda envergonhada.

- Esse é meu filho, Hélio - o olhei de novo e assenti em cumprimento.

O clima estava meio estanho. Até mesmo ar que eu respirava era diferente, o perfume forte e amadeirado dele inundou tudo ali e quase me fez suspirar.

- Papai, tenho que ir. Preciso resolver várias coisas na fabrica. Nos encontramos no almoço – Sr Humberto assentiu, dei mais um olhada para aquele pedaço de mal caminho e vi ele sair pela porta.

- Bem, vamos ao que interessa, eu deixarei você responsável pela arrumação de toda a casa e ajudante na cozinha junto com a Isabel, o seu salário é esse aqui- vi escrever vários números sob o cheque e entregou-me.- aqui tem quarto para os empregados, você pode trazer a sua irmã para morar aqui também não haverá problema algum. Essa casa anda muito vazia, nada melhor que uma criança já que meus filhos não me dão nenhum netos - resmungou.

Aquele salário era muito mais que eu ganhava na boate, além de que eu ficaria na casa e dar mais conforto para Iasmin, se eu estava feliz? Mas é claro que sim, deu a maior vontade de apertar esse homem que me deu essa oportunidade sem ao menos me conhecer direito.

A EmpregadaOnde histórias criam vida. Descubra agora