Capítulo 26 - Entrando na brincadeira

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Olaaaaaa seus delicias, tudo bom ?

Então meus lindos, sei que to demorando pra postar, vocês nem imaginam o quanto que eu to correndo. Por isso a demora, vou voltar em breve.

Bora ler !

(Sem revisão)

Brenda

Me pus de pé e sai dali, péssima. O coração partido e a alma ferida. Dor era o que eu apenas sentia. As lágrimas desciam sem parar e minha garganta sentia o gosto do amargor da tristeza e do desamor. Apressei as pernas e caminhei para os fundos da casa, queria me recuperar antes de que alguém me visse assim, totalmente desarmada.

Assim que cheguei ao meu destino, agachei sobre o gramado e desabei gradativamente. Derramei tudo de mim, toda tristeza que eu sentia. Talvez fosse o melhor para os outros, mas aquilo não era o melhor para mim. Não para mim. Coloquei a mão sobre a boca reprimindo o grito agudo que saía do fundo da minha alma.

Não pensei fosse doer tanto. Eu tinha desistido dele, tinha desistido de todo o sentimento. Me sentia totalmente inferior. Sozinha e desamparada.

Só queria alguém naquele momento para dizer tudo ficaria bem, mesmo que isso não fosse verdade. Só queria esta bem. Meu coração se apertou e em minha memória passou a imagem da minha mãe, com aquele sorriso e alegria que contagiava todos. Como eu queria que ele estivesse aqui. Queria que ela me prendesse em seus braços e fizesse carinho, mas ela não está mais comigo.

Já passei por tanta coisa que até eu mesmo me pergunto se mereço. As pessoas que eu mais amo sempre me machucam ou me deixam, porém dessa vez, eu desistir por medo e por insegurança. Não poderia culpar ninguém, eu mesmo sabia que era apenas um caso, não passaria disso.

Me recompus, levantei do chão, procurei o banheiro mais próximo e entrei para jogar água no rosto. Minha imagem refletida no espelho revelava o que eu sempre quis esconder, minha franqueza. Os olhos inchados e levemente avermelhados mostrando minha atual situação.

Não poderia ficar pior, mas eu estava bem enganada, para meu maior desgosto aquela verme de cabelos loiros estava lá, com o meu olhar divertido e o sorriso maldoso no rosto.

Maldita loira diabólica !

- Me sinto lisonjeada por fazer parte da sua tristeza – debochou.

- Pega seu lisonjeio e enfia no ...

- Olha a boca, querida. Você ainda vai me agradecer por ter feito isso. Vocês nunca darão certo, nunca. Sabe porquê ? – fiquei calada, apenas a fitando seriamente – Você é apenas uma empregadinha que ele comia.

Meu sangue esquentou dentro do corpo, toda minha raiva foi posta para fora. De modo rápido e preciso, minha mão acertou em cheio a cara da Michelle. O tapa foi tão forte que sua cabeça se moveu para o lado. Rapidamente levou a mão ao local abatido.

Seus cabelos loiros estavam sobre o rosto totalmente bagunçados. Minha raiva era tanta que aquele tapa não era o suficiente para mim, mas preferia não correr mais risco. Empurrei seu corpo contra a parede, suas costas bateram a fazendo gemer baixinho. Encarei seus olhos esverdeados e falei:

- Nunca mais fale assim comigo, sua vadia – apertei mais seu queixo entre meus dedos – Você já consegui o que queria, agora me deixe em paz – soltei seu queixo deixando encostada na parede.

Sai de lá cuspindo fogo. Estava com raiva. Raiva daquela vadia desgraçada que sempre fez tudo para me irritar, desde que vim trabalhar aqui. Mas ela nem imagina o quanto precisa para me ver no chão. Eu sei da minha força e iria mostrar para ela que não sou nem uma garota mimada. Posso parecer fraca, mas é preciso mais que palavras para me botar pra baixo.

[...]

A hora do jantar chegou. Por pura obrigação fui servir a mesa. Não queria ver Hélio, seria tristeza demais para mim. Porém eu fui, sentia minhas pernas temerem de nervoso.

As mãos estavam ocupadas com bandejas. Tinha medo de derruba-las e fazer um algazarra, precisei me acalmar. Eu sei que foi eu que terminei com nosso “ relacionamento “ mais isso não queria dizer que eu não o amava. Era bem diferente, eu o amo demais. Mais que tudo, mas não poderia ficar juntos.

Caminhei até a mesa. Rodei os olhos pelo local a procura do Hélio. Porém ele não estava lá. Somente Michele e Humberto estavam sentados a mesa.

- Hélio não descerá, tio ? – Michele perguntou fitando em mim. A olhei a procura de alguma marca, mas não tinha nada.

- Ele não estava se sentindo bem, preferiu por ficar no quarto.

Meu coração se apertou, ele devia está triste por mim. Por eu ter feito o que fez. Eu era culpada. Culpada pela sua infelicidade.

Ouvi passos na escada e logo Hélio apareceu. Todo arrumado, minhas narinas logo reconheceram o perfume másculo e inebriante dele. Ele vestia um jeans escuro e uma camiseta em corte  “V” de cor azul piscina. O cabelo molhado e bem penteado. Tentei não dar muita atenção e fugi o olhar dele.

- Estou saindo – se despediu sem nem mesmo olhar para mim. Eu estava enganada, ele não estava nem aí e eu aqui preocupada feito uma idiota.

Fiquei parada por um tempo, sem reação. Logo sentir o olhar da Michelle em mim. Dirigi meu olhar para ela que sorria satisfeita.

Terminei tudo que tinha que fazer e sai dali. Depois daquilo tinha acabado minha noite, até mesmo o apetite. Tudo estava desabando aos poucos, tinha medo que despencasse em cima de mim, pois sei que seria difícil de me reerguer.

Voltei para a cozinha e sentei a mesa com Isabel e Mimi. Elas me olharam estranhamente, talvez a cara de tacho fosse mais visível do que eu imaginava.

- Você não vai comer ? – Isabel perguntou.

- Estou sem fome – apoiei o queixo na mão, totalmente desanimada.

Doía em mim só de pensar que ele poderia estar com outra. Poderia esta beijando ou transando com outra. Me cortava o coração, a decisão foi minha, porém não pensei que fosse doer tanto em mim.

-  Um desperdício a comida está ótima – Mimi falou apontando para o próprio prato.

- Verdade – concordou Isabel.

Apenas sorri sem mostrar os dentes e fiquei quieta. Meus pensamentos voltaram para Hélio, queria ser um mosquito para saber o que ele está fazendo agora.

Mimi levantou da cadeira para levar o prato a pia e, a mesmo tempo, Isabel se pôs a falar comigo.

- O que aconteceu ? Está triste.

- Nada aconteceu – suspirei desanimada.

- Ele terminou com você, não é ? Eu estava certa, isso não ia da certo e nunca deveria nem ter começado, Hélio é um homem difícil...

- Eu terminei, tá legal ? – a interrompi.

Ela não falou mais nada, apenas voltou a comer. E eu continue ali jogada sobre a mesa, feito um cachorro sem dono.



Hélio

A EmpregadaOnde histórias criam vida. Descubra agora