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10:54 AM

Anna e Bryan surgem novamente na sala de espera. Eu me levanto da cadeira assim que vejo os dois se aproximarem. Anna parece melhor do que quando eu a trouxe, ela sorri logo após Bryan sussurrar algo divertido no pé de seu ouvido. Ele desgruda o braço apoiado no ombro de Anna ao se aproximar de mim.
- Ela está bem melhor agora, Thomaz.
- Obrigada, Dr. Adams - agradece ela com um sorriso sincero.
- De nada. Foi um prazer conhecê-la.
Posso imaginar o tamanho do seu prazer, Bryan. Ela causa o mesmo efeito em mim. Diabos! Eu não posso me envolver por muitos muitos: 1° ela é minha secretária; 2° ela é casada e 3° com certeza deve ser fiel ao marido. Esse é o fato. Anna não pode ser minha.
- Muito bem, Bryan. Mande a conta por email, ok? - digo.
- Não vou cobrar por atender esta bela mulher. Fique tranquilo. Anna - ele pega a mão dela.
Ah, meu Deus. Vou ter que assistir essa cena? Ah, Bryan, como eu gostaria de socar você neste momento.
Relaxe, Beckham.
- Denuncie ele, pelo amor de Deus.
- Que bom que ela disse a verdade - encaro Anna.
- Esse cara é louco, Thomaz.
Confirmo com a cabeça. Bryan se despede depois de uma breve conversa comigo. Pelo que sei, Anna contou em detalhes para o meu amigo o que ela passou. Isso aconteceu ontem à noite. Por que será que ele bateu nela? Por que brigaram? Ah, sinceramente, por todas as brigas de um casal, um homem nunca deve levantar a mão para uma mulher. Eu sinto nojo daquele bastardo quando lembro dela com o rosto machucado. Ah, Anna, você não teve sorte no amor. Deve ter se casado muito empolgada a ponto de não perceber o monstro que ia acordar do seu lado no dia seguinte. Que merda! Por que ela não apareceu no meu caminho quando estava livre? Confesso que estou atraído por ela desde o primeiro dia em que a vi, mas creio que isso não vai dar certo. Ela é casada.
Com um homem que não a merece.
Solto a respiração pesadamente e passo a mão nos cabelos. O que vou fazer com essa mulher? É melhor deixá-la em paz, mas sinto que não devo, ainda mais sabendo que ela leva surras do marido todas as vezes que briga com ele. Não vejo a hora de Wagner descobrir sobre a vida desse sujeito, e aí... Ah, Sr. Phillips, você está na minha lista negra. Espere só.
Contemplo o rosto de Anna enquanto ela fala ao telefone com a mãe. O que será que Bryan fez para os hematomas cessarem? Já não está tão roxo igual a quando vi pela primeira vez. Estamos em um restaurante esperando a comida que pedimos ao garçom. O restaurante fica perto da minha casa e um pouco longe da empresa. Vai levar horas para eu voltar, se acaso eu resolver trabalhar ainda hoje, mas, nesse caso, vou deixar para amanhã.
- Tudo bem, mãe. Mande um abraço para o Mack. Beijo - Anna finaliza a ligação e enfia o celular na bolsa.
- Falou sobre a surra que levou para a sua mãe?
Ela pigarreia e enrubesce. Oras, não tive como achar um eufemismo para fazer essa pergunta. E ia dar no mesmo se eu dissesse uma frase amenizada.
- Não.
- Por quê?
- É complicado, Sr. Beckham.
Sei...
- Defende ele?
- Não. Eu não posso abrir o bico, senão minha mãe morre. Ele me ameaça todas as vezes que tomo coragem para denunciar ao seu trabalho.
- O que quer dizer com isso?
Ela se remexe na cadeira, colocando os braços finos sobre a mesa.
- Ele é da polícia.
Mas que cara de pau! Um policial desonesto, corrupto e covarde. Seguro-me para não rir. Karrigh é da polícia e mesmo assim bate na mulher.
- Um policial que bate na esposa. Muito bem. Será que é assim que um homem da lei deve se portar? Me desculpe, senhorita, mas você escolheu um péssimo homem para ser o seu marido.
- Se você se apaixonasse um dia ia me entender - resmunga ela baixinho, mas eu ouço.
Ainda por cima é atrevida. Por que diabos eu gosto da petulância dela?
- Claro que já me apaixonei, Anna. Paixões são paixões, mas sempre vai haver uma pessoa que faça seu coração bater mais forte. Outros vêm e vão. Talvez, você se deixou levar pelo lado Dom Juan dele, achando que era o único homem da sua vida.
Ela se contorce na cadeira, como uma menina indefesa, e é o que ela é.
- Já se apaixonou por alguém? - ela me encara com um olhar franzino.
Ah, Anna, como você é linda. Eu adoraria beijá-la, provar o gosto de seus lábios no meu.
Pare com isso, Thomaz.
- Digamos que sim. Uma paixão de adolescência, nada mais.
- O senhor é casado?
- Não, Anna. Ainda não encontrei ninguém que me complete, acho que isso não é para mim. Além do mais, sou um empresário muito ocupado, não teria tempo para pensar em me casar e tal.
Ela emudece, encara a mesa meio que perdida em minhas palavras. Bom, não falei nada de errado apenas disse a verdade.
- É bem convincente.
- Convincente para quem? - eu a observo. - Olhe para mim, Srta. Florentiny.
Ela ergue a cabeça lentamente e encontra meus olhos. Ela aperta os lábios quando vê que estou impassível.
- Por que me encara impassível, Sr. Beckham?
- Você me deixou irritado quando não olhou para mim. Gosto que me olhem quando estão falando comigo.
- Ah, me desculpe.
- Você é muito tímida - comento. - Sempre foi assim?
- Mais ou menos.
- Posso pedir uma coisa?
- Pode.
- Se divorcie do seu marido.
Ela arregala os olhos, incrédula.
- Não quero ver minha mãe morta.
- Anna, você sabe que pode contar com a minha ajuda e com a da polícia. Depois que ele for preso, não poderá fazer nada contra você.
- Eu tenho medo, senhor.
- Não tenha, Anna. Eu posso ajudá-la.

O preço da infidelidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora