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21:12 PM

   Cancelei o jantar com Bia e ela concordou, disse que estava com dor de cabeça, e eu fiquei agradecido e feliz por isso — não que eu seja um sádico. Mas me livrou de dar explicações a ela. Se é uma coisa que detesto é dar satisfações aos meus funcionários quando saio da empresa para resolver meus assuntos em outros lugares. Eles são questionadores demais, principalmente Bia. Agora que sei que ela tem uma queda por mim, com certeza vai ficar no meu pé o tempo inteiro. Isso é entediante. Bia Jackson é uma mulher bonita, encorpada e atraente, mas é interesseira, muito. Eu gosto de mulheres tímidas, simples, difíceis de conquistar, que não dão importância ao dinheiro, como Anna Florentiny. Ela é a mulher perfeita para um homem, só Karrigh que ainda não sacou.
   E neste momento vou desfrutar do que é dele, para ele aprender a dar valor e enxergar a mulher que está ao seu lado e, também, porque eu quero a sua mulher e gosto dela. No restaurante, eu estava prestes à levantar da cadeira e socar a cara daquele miserável. Eu odeio ele. Odeio! Karrigh vai pagar por cada bofetada que deu no rosto de Anna. Ele vai cair de onde está, ou eu não me chamo Thomaz Beckham.

22:01 PM

   Toco a campainha da casa da tia Frankie duas vezes e espero por alguém, encostado no pilar da varanda, com as mãos no bolso da calça jeans. A casa da minha tia é alta, dois andares (todas as casas são, inclusive de Anna), da cor verde-musgo, as janelas de vidro, a porta de madeira e a varanda pequena, mas bem organizada e plantas nos cantos da porta. Espero mais um pouco. A porta se abre e o tal Josh, meu primo nerd, surge de moletom, com uma cara de quem acabou de dar uma trepada.
— Ah, é você. E aí, cara? — ele estende a mão para mim, eu retribuo. — Que surpresa. Nunca pensei que um dia você ia aparecer por aqui.
— Quem é vivo sempre aparece, Josh.
— Mas você é difícil demais.
— Andei ocupado esse tempo todo. A empresa não me dá sossego.
— Entendo.
— A tia Frankie está?
— Sim. Quer entrar?
— Claro. Dá licença.
   Entro na casa, e fico surpreso quando vejo tudo. Não é tão humilde quanto parecia lá fora. É bem chique por dentro. Tia Frankie desce as escadas quando paro na sala. Ela é magra, loura e tem os olhos azuis iguais aos da minha querida mãe, e só agora percebo o quanto as duas são idênticas.
— Thomaz, querido, que surpresa boa — ela sapeca dois beijinhos na minha bochecha.
— Tia, o baton — ergo o dedo em direção à maçã do meu rosto. Ela ri.
— Me desculpe — e limpa o baton vermelho do meu rosto.
— Vou deixar vocês dois a sós — diz Josh, subindo as escadas.
— O que você veio fazer aqui, meu filho?
— Vim ver você e fazer uma visita a um amigo meu que mora em frente à sua casa. Bem aqui do lado.
— Você está falando do policial Karrigh Phillips?
— Ele mesmo.
— Ah. Mas sente-se, querido — ela indica o sofá. — Vou preparar um chá para você.
— Não é necessário, tia. Vim apenas te ver mesmo, já estou de saída.
— Ah, que pena.
   Pego a mão dela e deposito um beijo em seus dedos.
— Thomaz, promete que vai voltar?
   Agora que sei que você é vizinha de Anna, eu estarei te perturbando quase todos os dias.
— Prometo. Agora tenho que ir.
   Me encaminho até a porta. Tia Frankie a abre para mim.
— Vá com Deus.
— Obrigado, tia. Posso deixar meu carro aqui, por enquanto?
— Pode.
— Até mais — dou um beijo em sua testa.
— Até, filho. Mande um beijo a seus pais.
— Ok.
   Aceno quando atravesso a rua. Ela fecha a porta assim que tomo distância. Mando uma mensagem rapidamente para Anna, escondido atrás de uma árvore enorme.

De Thomaz:
Estou atrás da sua casa. Vem até aqui.

   Leva um tempo para ela responder. Eu espero, paciente e me perguntando até que ponto cheguei.

De Anna:
Tá. Estou indo.

O preço da infidelidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora