21:09 PM
Resolvi voltar aos costumes da faculdade só por uma noite, afim de esquecer o que aconteceu. Estou ficando chapado de tanto beber. À medida que bebo, relembro todas as baboseiras que falei para Anna hoje de manhã. Eu fui grosso com ela, o que me resta agora é lamentar. Em pleno 32 anos de idade nunca precisei sair do meu juízo perfeito, nunca fui possessivo como estou sendo agora. Tudo por uma mulher casada. Que diabos está acontecendo com você, Thomaz Beckham? Por que foi se meter com a mulher de um policial mais perigoso de Seattle?
- Ah, céus! - jogo a cabeça para trás e fecho os olhos, planejando mentalmente como desmascarar àquele homem. Foram meses reunindo provas e colocando detetives na cola dele. Descobri que esse cara é mais bandido do que os próprios bandidos pés de chinelos que existe em Seattle. Como pode cometer tantos crimes e não ser pego?
- Ele não é pário para você, Thomaz - murmuro enquanto encho o copo de bebida.
É claro que ele não é. Nunca vai ser. Esse pobre coitado não sabe com quem está mexendo, eu vou derrotá-lo, tirar tudo o que ele tem. TUDO! Eu já consegui o amor da sua mulher - o que, creio eu, é o ponto mais fraco de um homem.
Decido ligar para Anna afim de saber se ela está bem. Na terceira chamada ela atende, e dou graças a Deus por isso. Ajeito-me na bancada do bar e posiciono o celular na orelha.
- Oi.
- Oi, Anna - digo rouco.
- O que você quer?
- Conversar.
Ouço a voz de Karrigh do outro lado da linha, e isso me dá ódio.
- Eu não posso falar agora, Thomaz - murmura.
- Ele está aí, não é?
- Está.
- Anna, por favor, fale comigo. Não faz isso. A gente precisa conversar, ainda temos que esclarecer algumas coisas.
- Eu já disse que terminamos, acabou, Thomaz, aceite. Eu vou me separar do Karrigh, sim, mas...
- E como fico nisso? Esqueceu que eu amo você? Esqueceu que a gente esteve juntos, que fizemos amor ontem?
Ela fica em silêncio.
- Responde, Anna!
- Não esqueci. Thomaz...
- Você me ama mesmo?
- Me deixe falar.
- Eu perguntei se você me ama mesmo?
- Sim.
Ela começa a chorar no alto-falante.
- Então por que fazer essa loucura? Por que separar a gente? Não deixe de ser feliz, Anna. Eu não quero terminar. Eu não aceito isso. Você é minha, não dele.
- Você é um completo egoísta.
- Sou, eu assumo. Sabe por quê? Porque não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras e muito menos voar com os pés no chão. E você sabe muito bem o quero dizer com isso.
Ela fica em silêncio novamente, ouço apenas o seu choro baixinho e sua respiração entrecortada. Droga! Eu só faço ela chorar. Não seria melhor terminar de uma vez? Não! Eu não posso aceitar. Eu a amo. Ficamos assim por alguns segundos, mas logo tomo as rédias da conversa.
- Amo você porque me faz feliz e me completa. Você trouxe um pedaço de mim que eu nem sabia que estava faltando. Anna, nunca sabemos o quanto tempo temos com alguém, principalmente quando amamos. E eu amo você, por isso não posso te renunciar. Eu já disse que você é uma jóia rara, e não quero perder, quero lutar para ter por completo.
Continua chorando.
- Respire, Anna, respire. Pare de chorar, eu não suporto te ver assim - levo a mão no cabelo, frustrado.
- Me desculpe... por favor, me desculpe.
- Posso pedir uma coisa?
- Pode.
- Vem me ver.
- Agora?
- Sim, se você puder. Estou num hotel, não em casa.
- Me passe o endereço - diz convicta.
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O preço da infidelidade
Storie d'amorePor Anna Florentinny Jovem, linda e educada, Anna queria apenas uma vida feliz ao lado do seu marido Karrigh Phillips, um policial criminalista de 28 anos. Bonito e considerado "o garanhão na corporação", leva sua vida de casado como se fosse um...