Thomaz Beckham

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— Algemem ele naquela cadeira — ordeno aos meus seguranças. Eles me obedecem. Karrigh é arrastado para perto da cama, bravo igual à um touro.
   O brutamonte é mais forte que um animal selvagem. Não tenho dúvidas de que ele machucava Anna com pudor.
— Você nunca vai ser feliz com ela. Isso é uma promessa, Beckham.
— Está certo disso?
— Claramente certo.
   Aproximo dele com o rosto trincado de raiva.
— Prometo casar com a sua mulher e ter filhos com ela — provoco ele, que suspira agressivamente.
— Nunca vai acontecer. Não se garanta tanto, você não me conhece.
— Karrigh, entre poder financeiro, eu ganho. Posso acabar com a sua facção em menos de cinco dias.
— Miserável! Eu vou bater no seu ponto mais fraco. Isso é uma promessa.
   Não respondo, pelo contrário, dou um soco bem forte na cara dele. Os seguranças ficam de lado, observando qualquer reação de Karrigh, caso ele resolva escapar.
— Isso vai ficar só entre nós, Karrigh — digo, limpando as mãos.
— Vai me matar?
— Seria cômico para mim. Mas não vou te matar. Vou devolver cada soco que você deu em Anna.
   Me posiciono na frente dele, com os punhos cerrados. Dou o primeiro soco, bem forte, no queixo.
— Ah! Desgraçado! — grita.
— Isso é por você ser um covarde — rebato.
   Segundo soco.
— Por deixar ela sozinha nos momentos difíceis.
   Terceiro.
— Por trai-la, seu porco sujo.
   O quarto.
— Por abusar dela.
   O quinto.
— Por ser estúpido e não enxergar o quanto ela é valiosa.
   Embora queira matá-lo de porradas, não irá facilitar minha felicidade ao lado de Anna. Não vou sujar as minhas mãos.
— Cuidem dele até a chegada da polícia — digo. Os seguranças, Max e Grey me dão a atenção enquanto ordeno o que devem fazer e dizer à polícia para suprir a prisão de Karrigh, que agora se encontra irreconhecível; o rosto está amassado, o nariz e maxilar quebrados.
   Dez minutos depois, saio do quarto. Encontro Anna sentada no sofá, chorando em silêncio ao relatar o acidente para um homem grande e gordo de terno e gravata.
— Anna — chamo. Ela e o senhor me encaram e levantam do sofá.
— Pegou ele? — pergunta o grandalhão.
— Está lá em cima, algemado.
   Ele dá uma risada gutural, passando a mão no rosto.
— Não sei como conseguiu. Anna, querida, sinto muito. Nunca havia percebido o quanto Karrigh é sem escrúpulos. Meu Deus! Eu podia jurar que tinha ao meu lado um bom policial. Se me dão licença... preciso prender aquele imbecil.
   Mais policias surgem dentro da casa, armados com fuzis de potência. Rapidamente, eles sobem, em seguida descem com Karrigh.
   O senhor, que conversava com Anna há poucos minutos, me agradece sorrindo.
   Caminhando até à porta, Karrigh para e encara, furiosamente, a esposa ao meu lado. Anna reage, com medo do olhar dele.
— Não vou esquecer sua traição. Eu juro que você nunca será feliz, Anna.
   Ele me olha em seguida.
— É melhor ficar atento.
   Os policias empurram Karrigh para fora da casa com frieza. Um deles até caçoa de Karrigh.
   O delegado entra já me chamando para um canto.
— Leve Anna, amanhã, na delegacia, para prestar depoimento.
   Assinto com a cabeça.
— Entre em contato com o seu investigador e diga que o quero na delegacia amanhã, também.
— Ok, delegado.
— Bom, — ele me estende a mão — foi um prazer conhecê-lo, pena que nesta ocasião, Sr. Beckham.
— Digo o mesmo.
— De-me licença.
— Toda.
   Indico a saída para ele.
   Ele se retira e eu volto para Anna, abraçando-a com carinho. Ela já não chora mais.
— Aliviada? — pergunto, afagando seus cabelos.
— Muito. Obrigada, Thomaz.
— De nada, meu amor. Vamos para a minha casa.
  

O preço da infidelidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora