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08:22 AM

   Tenho que levar Anna para o hospital o mais rápido possível, ela tem que ser atendida e se livrar desses hematomas. Não posso acreditar em tamanha grosseria contra uma mulher. Eu deveria ir até esse cara agora mesmo e devolver todas as pancadas que ele deu em sua mulher.
— Para onde está me levando? — pergunta Anna, quando viro uma rua que dá acesso a uma cafeteria chique perto da minha casa.
— Estou te levando para o hospital, Anna.
— Não é necessário, Sr. Beckham.
— Ah, não? Essas pancadas podem lhe causar danos daqui para a frente. Não pensa em si mesma?
   Não olho para ela devido a atenção nas ruas que vou cruzando com o carro.
— Só não quero que meu marido saiba que fui levada para o hospital pelo meu patrão.
— Anna, sinceramente, seu marido um filha da put...
   Ela me olha, incrédula. Deve ser por causa do palavrão que eu ia soltar.
— Desculpe, mas eu não estou acostumado a ver esse tipo de coisa. Estou indignado. Você é uma mulher, Anna, merece respeito.
   Ela não diz nada até chegarmos ao pronto-socorro. Deve estar refletindo no que eu disse. Conduzo Anna até a recepção. Nos deparamos com muitas pessoas zanzando pelo hospital. A recepcionista é uma jovem de cabelos vermelhos. Ela para de falar ao telefone quando nota nossa presença no balcão. A mulher me encara, dando um sorrisinho malicioso e dá uma longa passada de mão em seu rabo de cavalo, também puxa a camisa de modo que posso ver seus seios, mas eu não perco tempo para olhar, minha preocupação maior se chama Anna Florentiny. Eu terei todo o prazer de perder meu tempo com ela.
— O que posso fazer por você, deus grego?
   Deus grego? Era só o que me faltava. A moça se posiciona no balcão, fazendo cara de mulher sacana. Qual é a dela? Anna fica do lado, observando a ousadia da moça.
— Quero falar com Bryan Adams. Ele se encontra?
— Claro. Você é o que dele?
— Amigo.
— E o que quer com o Dr. Adams?
— Diga que é Thomaz Beckham, só isso.
   Ela arqueia as sobrancelhas, espantada, acho.
— Então, você é o famoso Thomaz Beckham?
   Ah! Estou começando a ficar irritado com essa mulher.
-— Moça, vá avisá-lo — ordeno com a voz áspera. Ela dá um sorrisinho e sai pelo grande corredor do hospital à procura de Bryan.
   Anna tosse algumas vezes e murmura algo baixinho, mas não ouço. Passo a mão pelo seu ombro e a segura, tomando distância para não abraçá-la novamente. Aquele abraço que dei nela pela primeira vez me atiçou de uma forma estranha, tive vontade de arrastá-la para o meu sofá e fazer coisas...
— O senhor não precisa fazer isso por mim — Anna me desperta do devaneio, olhando-me com certa doçura.
— Anna, eu faria muito mais do que isso, pode acreditar.
— Mas não é sua obrigação.
— Eu me sinto obrigado, você não vai entender.
   Cale a boca, imbecil!
— Não mesmo. Sr. Beckham. Por favor, não deixe a empresa por minha causa. O senhor pode voltar, eu vou ficar bem.
   Passo as mãos na cabeça, impaciente. Mulher difícil!
— De jeito nenhum. Não tivemos aquela conversa a sós que falei que ia ter com você.
   Bryan, meu amigo, surge por uma porta no corredor. Ele sorri ao me avistar.
— Thomaz, que surpresa — ele me dá dois tapinhas nas costas.
— E aí, cara, como vão as coisas?
— Muito bom, meu amigo.
   Ele olha para Anna e depois para mim.
— Não vai apresentar a sua nova namorada?
   Anna cora ao ouvir.
— Bryan, ela não é minha namorada. É minha secretária. Chama-se Anna Florentiny. Anna, este aqui é Bryan Adams, um velho amigo meu.
   Ela cumprimenta Bryan com um aperto de mão e um sorriso tímido.
— Muito prazer, Sr. Adams.
— O prazer é todo meu, Srta. Florentiny. Em que posso ajudá-la? _ ele ainda continua com as mãos nos de Anna, e isso me dá certo desconforto.
— Ela precisa ser examinada, Bryan, por causa disto aqui — afasto a franja dos cabelos dela. Bryan a observa atentamente.
— O que aconteceu?
   Anna olha para mim com uma aflição fugazmente.
— Quer que eu fale? — pergunto a ela, que faz que não com a cabeça.
— Anna, poderia me acompanhar até o consultório? Lá você me conta o motivo do hematoma em seu rosto, está bem?
— Ok, doutor.
— Pode ir tranquila, Anna. Ele é um amigo de confiança, e conte a verdade, por favor — murmuro. Ela assenti com a cabeça.
   Bryan a leva para o consultório, entusiasmado. Ele deve estar apreciando a companhia dela, assim como todos os homens que ficam aos pés dela. Mas, diabos, ela é casada, deve sair só com o marido e mais ninguém.
   Assim que os dois somem pelo corredor, pego meu celular e ligo para um colega do meu pai. Ele é detetive criminalista e pode muito bem cuidar do sujeito que fez o estrago no rosto de Anna.
— Thomaz, que surpresa.
   A voz dele é abafada demais.
— Olá, Wagner. Está ocupado?
— Por enquanto não, estou esperando a polícia me chamar.
— Você quer ganhar um bom dinheiro por uma investigação?
   Ele até dá uma risada no alto-falante do celular.
— Manda o serviço, cara.
— É o seguinte, Wagner: eu conheci uma mulher semana passada, ela é casada. Mas o marido bate nela, e eu não gostei nada disso.
— Hum... Prossiga.
— Quero que investigue tudo sobre... — pego outro celular no bolso do terno — Karrigh Phillips. Tudo mesmo. Quero saber tim-tim por tim-tim sobre a vida dele.
— Esse cara tem que ser preso. Bater numa mulher aqui em Seattle é ser burro demais. Tem mais informações dele para me passar?
   Folheio a página do curriculum vitae de Anna em meu celular.
— Humm... Bom, esse tal Karrigh mora no Park Bellevue. Só isso que sei.
— O principal você já me disse. Investigar esse merda vai ser como tirar doce de um bebê.
— Posso contar com você?
— Claro, meu velho. Para quando é a investigação?
— Hoje mesmo, se possível.
— Fechado. Mando notícias por mensagem.
— Ok. Obrigado.

O preço da infidelidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora