No dia seguinte
O velório foi triste, todos choravam a morte de Anna, a mãe gritava em cima do caixão, desesperada. Eu chorava do lado, vendo tudo aquilo passar, até vir o enterro. Foi aí que concluí que minha vida estava acabada. Anna não voltaria mais, ficaria naquele buraco fundo, se destruiria toda ali dentro, o lugar onde Karrigh deveria estar. É ele quem deveria morrer.
Pensei em ir na cadeia e matá-lo, pouco me importei se seria preso, também. Mas não fiz, não fiz! Pensei em meu filho, na minha família, em Anna, se estivesse viva. Na tristeza que causaria às pessoas que me amam. Anna, principalmente, não iria gostar de ter mais um assassino ao seu lado. Pensei e repensei várias vezes, até que deixei tudo por conta do juiz. Ele disse para eu ficar calmo, que saberia o que fazer no dia do julgamento.
Eu mesmo gostaria de matar aquele cara! Fazer o mesmo que ele fez com a Anna. Aplicar dois venenos ou mais no braço dele e vê-lo morrer aos poucos.
Depois que o padre termina a reza, dois homens se encarregam de descer o caixão para baixo.
Minha família e a de Anna se levantam e se aproximam do buraco. Todos choramingando a morte da ente querida, sofrendo, se contorcendo de dor, principalmente a mãe, que era apegada a filha. As duas eram grandes amigas. Eu admirava isso nelas.
De frente ao caixão, digo adeus baixinho, chorando em silêncio sob os óculos escuros.
— Espero encontrá-la um dia. Obrigado por me fazer feliz, por acreditar no amor, porque nunca amei ninguém, as outras foram paixãos, e paixãos não chegam aos pés do amor. O amor que sinto por você, minha amada, Anna. Nunca vou esquecê-la. Nenhuma mulher fará diferença na minha vida, pois somente você fez e mais ninguém. Será sempre você. Vou amar sempre você. Obrigado por existir e me fazer enxergar o lado bom da vida. Obrigado, minha doce e bela, Anna. Vá com Deus...
Pronuncio cada palavra com pesar, ao mesmo tempo amor, seguida de saudade e vontade de morrer também, só para estar ao lado dela. Mas tenho o meu filho... Vou viver pelo meu filho, só por ele.
Debaixo da macieira, eu acordei você, ali, onde você nasceu, no lugar onde sua mãe o deu à luz.
Grave o meu nome no seu coração e no anel que está no seu dedo.
O amor é tão poderoso como a morte; e a paixão é tão forte como a sepultura.
O amor e a paixão explodem em chamas e queimam como fogo furioso.
Nenhuma quantidade de água pode apagar o amor e nenhum rio pode afogá-lo.
Se alguém quisesse comprar o amor e por ele oferecesse as suas riquezas, receberia somente o desprezo.— Vou sentir saudades, Anna. Adeus...
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O preço da infidelidade
RomancePor Anna Florentinny Jovem, linda e educada, Anna queria apenas uma vida feliz ao lado do seu marido Karrigh Phillips, um policial criminalista de 28 anos. Bonito e considerado "o garanhão na corporação", leva sua vida de casado como se fosse um...