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01:30 AM

Quanto transtorno passei hoje. Não foi uma noite boa, não mesmo. Eu me vi sem valor diante do que fiz quando meu marido estava ausente. Eu não me importo mais, agora sei que gosto de Thomaz. Mas é impossível não pensar na tremenda sacanagem que fiz, ainda mais vendo ele conversar normalmente, cara a cara, com Karrigh. Foi errado e absolutamente perigoso.
Agora era, Anna.
É, não adianta chorar pelo leite derramado. O que fiz está feito.
Caramba, ver àqueles dois conversando tranquilamente me deixou de cabelo em pé. Karrigh e Thomaz estavam brigando com troca de olhares impassíveis, cruéis e frios. Estavam perceptíveis demais, acho que, se os dois estivessem armados, atirariam na mesma hora um no outro. Eu queria saber o porquê da conversa tão tranquila que estavam tendo.
Thomaz foi muito inteligente, usou as melhores armas e conseguiu tirar informações importantes de Karrigh. Fiquei muito desconfiada, menos o idiota do meu marido.
Me enrolo em uma toalha branca depois de tomar banho. Fiquei quase uma hora embaixo do chuveiro, pensativa. Pensei em Thomaz; pensei na minha mãe; pensei na festa de hoje; pensei em muitas coisas. Isso vai prejudicar meu sono mais tarde (já está tarde, afinal), acho que não vou conseguir pregar o olho por causa de hoje. Tudo está ficando cada vez mais complicado. Hoje, Thomaz conheceu meu marido, o que vai acontecer daqui para a frente já que os dois se conhecem agora? Tenho medo, muito medo. Os dois podem se matar por minha culpa, e eu nunca vou me perdoar.
Quando saio do banheiro, meu celular vibra freneticamente em cima do criado-mudo. Karrigh, que bebeu à noite inteira e acabou capotando na cama, se mexe no colchão devido ao barulho.
Pego o aparelho nas mãos, mas hesito antes de atender, pois a chamada é desconhecida. Sinto minhas mãos formigarem. Quem será? Saio do quarto, desço as escadas rapidamente e decido atender na cozinha.
- Oi.
- Oi, Anna, é Thomaz.
Ah, céus! É ele. Sorrio. Como posso ficar tão feliz com apenas uma ligação dele? Isso é esquisito.
Checo a escada antes de começar a falar. Está tudo em silêncio.
- Oi. Por que está me ligando à uma hora da madrugada?
Dou uma olhadela no relógio de parede.
- Não tive alternativa. Te acordei? Se for sim, eu posso desligar.
Ai! A voz dele me mata de desejo. Nunca senti calor no corpo com a voz de um homem apenas pelo celular, é a primeira vez.
- Não. Eu acabei de sair do banho e não fui dormir ainda.
- E por quê?
Porque estou pensando em você, seu gostoso.

O que deu em você, Anna Florentiny? Esqueceu que ele é seu patrão?

- Não estou com sono, só isso.
Ele silencia no celular, mas eu tomo as redias para que a conversa continue.
- Me desculpe por hoje. Não tive a intenção de te irritar com o meu marido. Se eu não fizesse o que ele me ordenasse, com certeza...
- Não precisa se desculpar, eu sei o que ele iria fazer. Mas não estou a fim de falar dele, Anna.
- O que é então?
Ele suspira alto, abafando ainda mais sua voz.
- Quero falar de nós. Não consigo te tirar da cabeça. Todos os dias eu me pergunto o que é que você está fazendo, no que está pensando, se está nos braços dele. Queria você comigo o dia inteiro, toda hora.
- Thomaz...
- Anna, me escute, por favor. Não podemos negar o que aconteceu naquela noite. Foi bom, gostoso - murmura com tanta convicção e sede no tom de voz, que me faz arrepiar. Ele diz como que desejasse isso de novo. - Eu desejo isso de novo com você. Desde aquela noite, eu tomei sede do teu corpo, agora, eu quero mais.
- Isso é uma declaração?
Sorrio de orelha a orelha.
- Pode considerar com uma. Eu só quero você de novo, sentir e beijar cada centímetro do seu corpo. Anna, eu não te quero só pelo sexo, mas porque você é uma mulher incrível, diferente, maravilhosa.
Sorrio ainda mais. Ouvindo as palavras bonitas de Thomaz, meu coração bate acelerado, como um carro de corrida. Tento me conter, mas é impossível. Ele sabe jogar uma conversa intimidadora para cima de uma mulher. Ele está me seduzindo pelo celular e eu estou caindo.
- Seu marido está dormindo?
Ah, meu Deus. Ele está tramando alguma coisa.
- Muito. Capotou na cama de vez.
- Posso pedir uma coisa?
- Pode. - Passo a mão nos cabelos molhados.
- Abra o portão eletrônico e me deixe entrar.
Arregalo os olhos, estupefata. Ele ficou louco, completamente louco. Anna, Anna, olha o que você fez, agora, o cara não vai te deixar em paz. Ah, merda! Abrir o portão? Não!
- Thomaz, Karrigh está aqui. É perigoso demais - exclamo baixinho.
- Perigoso vai ser quando eu botar minhas mãos nele e quebrar aquela cara de cínico que ele tem - dispara, com um tom ríspido.
- Ah, céus - respiro alto, sem saber o que fazer para resolver essa situação.
Eu sou a culpada. Eu.
- Anna, eu quero te ver. Quero muito. Não aguento mais. Abra o portão. Ele está dormindo, não vai notar nada. Prometo ser imperceptível.
- Thomaz, por favor, esqueça.
- Não dá. Estou aqui, na casa da minha tia, esperando você. Diz, pelo amor de Deus, que vai me deixar entrar - implora com a voz aguçada. Evito um grunhido.
- Tá bom.
- Vou esperar atrás daquela árvore.
Desligo o celular com um nó na garganta, o medo dilacerando minha mente e a tremedeira me atacando. Pode ser a última vez que vejo Thomaz. Karrigh não é bobo, ele vai perceber mais cedo ou mais tarde.
Checo de novo a escada da casa, que dá acesso ao andar de cima. Está tudo muito quieto. Karrigh continua dormindo.
Pego o controle automático em cima da geladeira e disparo para a porta dos fundos. A grande varanda da casa está fria como um gelo, o ar também. A água da piscina brilha com a luz da lua, dando contrastes ondulados nas plantas ao redor. A piscina é quadrada e arrodeada por gramas artificiais, cheira a plástico. As seis espreguiçadeiras estão uma de cada lado na piscina e há duas mesas para tomar drinques, na lateral.
Karrigh contratou os melhores arquitetos e engenheiros para que fizessem o seu "jardim dos sonhos", mas está mais para salão de festas. Dessas chiques.
Aperto o botão do controle para abrir. O portão abre, com um pequeno ruido. Torço os dedos para que meu marido não ouça e... Ah, droga! Esqueci de colocar ao menos um pijama, estou apenas com a porcaria da toalha, e só agora percebi. Estou facilitando as coisas para Thomaz.
Ele surge na entrada como um fantasma. Está usando a mesma roupa elegante de duas horas atrás. Minha boca fica seca, admirando a silhueta dele. Meus olhos vagam pelos músculos dos braços dele, por baixo do paletó cinza de terno. Ele malha muito, com certeza. Isso o deixa absurdamente gostoso. Como pode ser tão bonito com 32 anos de idade? Parece ter 25. Deveria ser proibido homens bonitos no mundo, como Thomaz Beckham e Karrigh Phillips.
- Anna.
Fecho o portão em seguida, puxo Thomaz num beco entre as árvores pequenas, cheia de flores amarelas.
- Toalha sortuda.
Encaro meu corpo, corando como um pimentão. Quando volto a olhar para Thomaz, ele já está com a boca na minha, jogando-me contra a parede do muro. Sua língua atingindo a minha com tanta possessividade que até me perco nos movimentos. Está rápido demais. Thomaz prende todo o seu corpo no meu, esmagando-me contra o muro. Isso é sinal de que ele me quer. Levo uma mão em sua nuca e a outra em sua cabeça e puxo-o mais ainda para a minha boca.
Quero sentir, me enrolar, me afogar em você, Thomaz Beckham.
- Por que você é tão gostosa? - sussurra ele na minha boca, puxando meu cabelo com um pouco de força na mão, enquanto a outra aperta minha bunda contra sua ereção, que está bem dura.
- Talvez seja porque você está aqui.
Rapidamente me sinto toda escorregadia por entre a calcinha. O efeito Thomaz me ataca voluptuosamente, arregaçando meu corpo de desejo. É forte e inexplicável o que estou sentindo. Por que diabos Karrigh não passa essa energia de prazer em mim?

Porque ele é frouxo.

Meus pensamentos vão se fluindo, à medida que Thomaz me beija com força, muita força. Ele morde meu lábio e diz que sou dele várias vezes, e volta a me beijar, dessa vez me desequilibrando. Não consigo respirar, sério, não consigo respirar. Ele está sendo agressivo nesse beijo, está me tirando o fôlego.
- Thomaz - empurro seu corpo, mas é impossível, ele parece uma pedra robusta.
Ele continua me beijando, me amordaçando, me sugando. Eu peço, três vezes, para parar, mas parece que estou falando com um mudo. Quando finalmente Thomaz para, estamos ofegantes com a testa colada um no outro. Meu Deus! Isso foi incrível.
- O que foi isso? - pergunto, inspirando e expirando.
Estamos com os olhos fechados, sentindo apenas nossa respiração entrecortada. Realmente, durante esses 20 anos, é a primeira vez que alguém me beija dessa forma.
- Anna, eu estava louco por isso. Desculpe se eu feri seu lábio com as mordidas.
Sorrio.
- Eu gostei. Só queria mais um pouco.
Ele obedece, mordendo cada centímetro do coração da minha boca. Solto alguns gemidos, duas, três, quatro vezes. A dor é gostosa...
- Eu preciso de você, Anna. Largue aquele idiota e vem ficar comigo.
- Thomaz, isso é...
Ele me beija com mais força, mas não demora muito para voltar e me soltar.
- Eu não suporto pensar na liberdade que ele tem de te tocar, de te beijar, de fazer amor com você. Eu odeio esses pensamentos, Anna. Odeio seu marido, ele é impertinente em tudo.
- Eu sei, também odeio ele, mas é por minha mãe que estou aguentando esse casamento.
- Nunca deveria ter se casado tão cedo.
Abrimos os olhos em uníssono. Nossos olhares se cruzam, entristecidos e opacos com a luz das ondulações da água da piscina.
Beijo a faceta de Thomaz, que cheira a sabonete e bebê. Inspiro o cheiro do seu rosto. Thomaz sorri.
- Você é uma delícia de mulher, Anna Florentiny. Não me arrependo de admiti-la na minha empresa - ele beija de leve minha testa.
- Você é louco, sabia?
Ele dá uma risada gostosa. Desgrudo minha testa da dele e o encaro, estarrecida.
- O que foi?
- Às vezes tenho vontade de me matar.
Thomaz fica sério.
- Ele é difícil, complicado. Detesto a forma como me trata, eu tenho certeza que não há mais nada que eu possa fazer para restaurar a droga desse casamento.
- Você ainda tem esperanças?
- Não. Depois que conheci você, deixei de alimentar esperanças.
- Então porquê não foge comigo?
- Porque não é simples assim, além do mais, já te expliquei o motivo de eu ainda estar com ele. Seja paciente, por favor.
- Ah, Anna... - ele volta à pender a testa na minha. Respiramos juntos dessa vez.
- Calma. Você vai me ter.
- É o que eu mais desejo. Não quero restos, eu quero você inteira, só para mim.
Eu o beijo com carinho, devagar e sem pressa. Passo a língua na boca dele e me movimento.
- Transa comigo.
Esse pedido é irresistível...
Deixo a toalha cair na grama, formando um círculo ao redor dos meus pés. Thomaz me ergue para cima, pendendo minhas costas nua no muro e me coloca sobre sua coxa, de modo que fico sentada em sua perna direita, enquanto ele, ágil e perspicaz, desliza o zíper da calça para baixo.
- Não precisa usar camisinha, eu tomo pílula - digo, fazendo ele sorrir de orgulho.
Ao ser penetrada com força, tento soltar um gemido, mas Thomaz tapa minha boca rapidamente com a palma da mão. Isso me impede de expressar o tamanho do prazer que estou sentido e a satisfação.
Thomaz se movimenta, rápido o bastante para fazer meus olhos girarem. Meus gemidos ficam abafadas e quentes com a mão dele. Thomaz me encara.
- Shhh... Eu vou retirar a palma da minha mão, mas geme baixinho, por favor.
Ele retira a mão, dando-me liberdade para demonstrar o quanto estou gostando da sua carne na minha carne. Eu gemo com todas as forças que tenho, mas ele volta à tapa minha boca.
- Quietinha, senão seu marido vai ouvir - murmura calmamente, olhando-me com firmeza nos olhos.
Seu rosto está tão próximo do meu que posso ouvir sua respiração. Acompanho cada movimento dele, cada estocada abrupta. Sob gritos e gemidos, meus pés estão longe do chão e minhas pernas entrelaçadas na cintura dele. Isso é eletrizante.
- Anna! - grita Karrigh bem alto do andar de cima da casa, no momento em que Thomaz e eu gozamos juntos. Meu coração acelera. Nos entreolhamos, perplexos, assustados.
- Merda! - rezinga Thomaz, me apertando contra a parede.
Thomaz se desvencilha de mim bem devagar, fazendo careta.
- Essa desgraça tinha que aparecer agora!
- Thomaz - exclamo, surpresa com o palavrão que ele solta no ar.
- Me desculpe.
Ele sai de dentro de mim, insatisfeito, e volta à fechar o zíper da calça.
- Vou abrir o portão.
Ele assenti e me dá um beijo lento, como um leão faminto que não quer deixar sua comida.
- Se cuide. Qualquer coisa, me ligue.
- Tudo bem. Vá com Deus - beijo seus lábios macios.
Em poucos segundos Thomaz desaparece pelo portão eletrônico, me deixando estarrecida. Fico minutos e minutos ali, plantada e pensando no que dizer à Karrigh. Não terei paz quando pisar naquele quarto.

O preço da infidelidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora