Stella Lopes Ernanes é uma jovem cansada de ser submissa aos desejos do namorado. Decidida a ser ela mesma e dona do próprio destino, diz sim ao novo emprego e sai da casa dos pais para morar sozinha em uma cidade desconhecida. Quatro Semanas depois...
Quatro Semanas está de volta ao wattpad porque parte da história tinha ficado na minha cabeça e ela precisava ser contada. O livro será totalmente postado e ficará aqui por um tempo, depois irá para Amazon.
As postagens serão feitas sempre as quartas e enquanto a revisão não é finalizada, me perdoem por qualquer falha.
Estou tão emocionada em estar de volta que, em comemoração, hoje teremos a postagem de 3 capítulos.
Vamos lá? Embarcar nessa aventura?
Beijo enorme no coração!
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
"Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria. É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade." Monte Castelo - Renato Russo
São Paulo, 24 de fevereiro de 2018
Nosso namoro nunca foi água com açúcar.
Edu e eu estamos juntos há um bom tempo, passamos por várias fases e, ao que tudo indica, estamos iniciando mais uma. Diferente do que está costumado a fazer, Edu caminha carrancudo para fora do auditório Ibirapuera, andando apressado na minha frente, sem segurar minha mão. Em seguida, sinaliza para o primeiro táxi que passa na rua e ocupa o banco ao lado do motorista sem olhar uma única vez na minha direção. Quando me acomodo no banco traseiro, o carro entra em movimento e sou envolvida pelo clima pesado emanado de sua respiração ruidosa. Suspiro e apoio a cabeça no encosto do banco.
Em geral, não fico filosofando sobre mim e Edu, mas enquanto aprecio a lua cheia em sua lenta jornada atravessando o céu sobre o parque do Ibirapuera, desejo voltar ao início do nosso namoro, onde o frio na barriga estava sempre comigo. A fase da excitação e das descobertas foi tão gostosa que merecia ter sido eternizada. Mas nada é capaz de interromper o avanço do tempo que, alheio a nossa vontade, segue seu curso, encerrando algumas fases para que outras iniciem.
Retiro os sapatos e de forma confortável, giro os dedos dos pés, lembrando da "fase sem dinheiro". Sem dúvida, essa foi nossa fase de maior cumplicidade. Assistíamos um filme qualquer, no canal aberto da televisão, dividindo um sanduíche no sábado à noite e considerávamos essa atitude muito romântica. Durante a faculdade, nós tínhamos trabalho e dinheiro, mesmo assim, acabávamos irritados umcom o outro porque tínhamos vários compromissos e não vivíamos mais um para o outro, entretanto, fizemos algumas concessões e conseguimos vencer a fase dos horários divergentes. Suspiro novamente quando a lua se esconde atrás dos prédios, fecho os olhos e me pergunto: e agora? Qual fase nos está aguardando?
Conforme nos aproximamos do hotel em que estamos hospedados, as bufadas de Edu soam mais altas, o clima, do nosso lado do carro, fica ainda mais pesado e, de repente, o enrijecimento de meu coração faz a realidade saltar aos meus olhos. Não estamos iniciando uma nova fase. Sei disso porque Edu bufou exatamente desse jeito, muito contrariado, quatro semanas atrás, durante meu baile de formatura da faculdade, ao me ver conversando com o baterista no intervalo da banda e eu não fiz diferente quando ele abraçou a moça tatuada.
