Capítulo 25

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Fecho a janela. Abro a porta do apartamento. Cruzo os braços sobre o peito e o espero sem um pingo de humor. Ele que não se atreva a dar show no corredor, afinal de contas, quem ele pensa que é?

Ele sai do elevador e a braveza sai de minha boca:

— O que deu em você?

Ele não responde e, mantendo o semblante carrancudo, parte para cima de mim, seus braços enroscam minha cintura feito serpente faminta em volta da presa. Meu corpo é lançado sobre o seu, imobilizado contra a parede. Sua boca cola na minha. Sou beijada, afagada, amassada. Seu beijo tem gosto de desabafo e sua língua é instigante.

— Você é extremamente irritante — ele murmura e em seguida esfrega sua língua nos meus lábios. — Você é chata. Muito chata. Insuportável. — Volta sua língua dentro da minha boca. — Você é tudo que eu deveria mandar para o inferno. — O revirar de sua língua libera o gemido contido e o cala. Suas pernas flexionam e quando estendem, saio do chão envolvida em seus braços, lábios e calor. Seu beijo intenso arruína minhas resistências.

Chega de negar. Eu preciso desse amasso... Eu preciso dele!

Avanço a língua em sua boca, os dedos em seu cabelo, reviro os fios ligeiramente cacheados e deliciosamente macios. Sua boca ganha a minha. Correspondo aos movimentos de seu desejo, acompanho o ritmo ditado pela sua respiração, pelo seu fervor... Não o largo! Esqueço do mundo existente lá fora, minha mente desconectada se entrega a emoção que a inunda e transborda por todos os meus poros. Meu corpo e minha alma querem carinho e, por algum motivo desconhecido, querem dar carinho também, estou completamente envolvida pelas sensações que esse estranho desperta.

Suas mãos parecem multiplicar, soltam dos meus braços para meu rosto, vão as minhas costas, uma sobe, a outra desce, enrolam a blusa do pijama sobre meus seios. Uma mão resolve passear pela minha nuca, desvia entre o cabelo e massageia suavemente meu couro cabeludo, aquecendo e acelerando o fluxo de meu sangue. Sem interromper o beijo e sem soltar o braço de minha cintura, um de seus pés empurra a porta, fechando-a, com alguns passos nos conduz ao único móvel da sala, o colchão no chão. Com cautela, sou estendida entre o colchão e seu corpo rígido. Seu peso nos afunda no edredom, suas pernas se encaixam entre as minhas, seus dedos alisam meu cabelo acima de minha testa e sua boca desvia dos meus lábios, distribuindo ternos beijos sobre o meu nariz, testa, orelha, cada pedacinho do meu rosto é explorado pela suavidade de seus lábios. Meu sangue quente fervilha no pescoço quando sua língua acompanha seus lábios por ali. O tremor e o calor partem para o restante de mim, encolho tentando absorver o excitante arrepio. Seu quadril afunda o edredom abaixo de minha bunda ao ser girado sobre o meu no compasso dos seus dentes que, agora, sobem e descem roçando o contorno de minha mandíbula. Não me contenho, libero o gemido sufocado ao sentir seus dentes mordiscando a base do meu pescoço. Seu rosto eleva satisfeito. Meus olhos sobrevoam seus lábios, mal conseguimos respirar. Seguro sua cabeça entre minhas mãos e realizo meu sonho, prendo seu lábio inferior entre meus dentes e os solto sem pressa, deslizando a língua e sugando seu sabor. Em resposta, seu quadril enrijece e nos afunda ainda mais no colchão, sua boca avança na minha, instiga, atiça. Uma de suas mãos escorrega para minha coxa enquanto a outra alisa a pele exposta de minha barriga. Meu coração desloca, passa a bater forte, acelerado na garganta. Ah! Isso é muito bom! Gemo, contorço, seu quadril contorce, sua boca contorce, a natureza do seu beijo fica mais exigente... mais profundo... Ainda mais intenso... mais... mais... mas... O empurro com toda força surgida do que me resta de sensatez ao sentir seus dedos caminhando para além do elástico do short do pijama, completamente enrolado sobre meu quadril, ciente de que nada o separa da minha pele.

— Não. Por favor, não — sussurro completamente sem fôlego, depois de me sentar.

— Não? Você abusa desse advérbio. — Ele firma meu queixo, gira meu rosto na sua direção e mantendo a cabeça apoiada em uma das mãos, seu magnifico olhar cor de mel penetra minha alma. — Stella, você me quer. — As palavras pronunciadas no seu jeito único, realça o sei lá o que diabos esse homem tem na voz. A falta de exagero na doçura ou na rispidez, penetra tão fundo em mim quanto o brilho de seu olhar.

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