TRILHA DA LUA

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Depois da aula fomos todos ao barzinho do Seu João que se encontrava  em frente ao Campus da faculdade, não importa o dia ele está sempre cheio de universitários, nos sentamos em uma das mesas de plástico da calçada e os meninos pediram um litrão seguido de uma porção de batatas, enquanto colocamos o papo em dia eu não conseguia tirar os olhos de um homem na mesa ao lado, voltei a minha atenção ao meu grupo de amigos quando algumas pessoas começaram a gritar "vira" e olhavam para nossa mesa, Samuel tinha desafiado Marcelo a virar um litrão de cerveja sem parar e lá estava meu amigo tatuador com a boca no gargalo e os olhos saltando, eu prestava atenção naquilo mas meu subconsciente queria mesmo era olhar para a mesa ao lado e não deixar o gatinho escapar, demorou dois minutos para ele acabar com aquele litrão e sair correndo para o banheiro com a mão na boca

- Isso foi surpreendente -- Samuel falou rindo -- Eu vou lá ajudar ele -- ele deixou seu copo na mesa e entrou naquele boteco
- Obrigada - Lívia disse chamando minha atenção
- O que eu fiz? -- me ajeitei na cadeira de plástico e a encarei
- Por não contar sobre o professor -- ele tomou um gole de sua cerveja
- Isso é coisa sua, se você não quer contar eu é que não vou fazer isso -- dei de ombros
- Boa noite meninas eu vou deixar isso com vocês se tiverem interesse -- um rapaz nos deixou um fly que anunciava uma festa no próximo sábado
- Uma festinha -- ela disse animada olhando o tal menino que lhe ofereceu um sorriso
- Vai ser legal -- ele falou sorridente -- Espero vocês lá -- ele piscou para ela e saiu
- Você não tem jeito -- eu ri e tentei disfarçar para olhar o tal homem ao meu lado
- Você ouviu ele dizer que vai ser legal -- ela deu de ombros -- Só vou ver se vai mesmo -- ela riu e encheu nossos copos
- Sei bem como você vai ver -- eu ri e me decepcionei em não ver mais aquele homem ao meu lado -- Essa é a saideira -- anunciei quando os meninos voltaram
- Mas não bebemos nem cinco litrões -- Marcelo protestou
- Não bebemos e você já foi de cara no vaso -- constatei os fatos -- Me dá uma carona? -- perguntei ao Samuel que assentiu e terminou o líquido do seu copo
- Beijos -- levantei e mandei um beijo no ar -- Amanhã a gente se vê -- saí do bar deixando a Lívia e Marcelo sentados e dinheiro em cima da mesa
- E então vai me contar quem é o cara que você conheceu? -- perguntou quando entramos
- Não é ninguém -- coloquei o cinto e dei de ombros
- Você precisa conhecer alguém -- ele não tinha ligado o carro ainda
- Se vamos ficar parados aqui eu pego um ônibus e subo sozinha -- reclamei de mal humor
- Não está mais aqui quem falou -- ele levantou os braços e ligou o carro dando partida

Fomos até em casa sem conversar um com o outro, o que na verdade é incomum afinal nós sempre conversamos sobre tudo, depois de um pequeno trânsito e sinais chatos chegamos e como de costume Samuel me deixou na praça

- Você quer parar pra conversar? -- ele perguntou olhando para a praça
- Não -- retirei o cinto -- Eu tô legal -- dei um sorriso de lado -- Até amanhã -- abri a porta do carro e antes de sair dei um beijo em sua bochecha -- Você sabe que eu ainda não tô pronta pra outro relacionamento -- ele assentiu e eu desci do carro indo direto pra minha casa