TRILHA DA LUA

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Samuel foi aproximando seu rosto do meu

- Deixa eu só ter certeza -- ele sussurrou e a porra foi aberta
- Desculpa -- minha vó disse e Samuel voltou ao seu lugar -- O Miguel levou a Ariela pra casa dele -- ela disse e saiu do quarto
- Me desculpa Lola -- ele negou com a cabeça -- Eu não sei onde eu tô com a cabeça é só que -- ele me encarou -- Você precisa ir nessa viagem e se distrair -- ele falou e se levantou -- Eu preciso ir embora -- apontou pra porta nervoso
- Samuel não precisa disso -- eu disse
- Eu realmente tenho que ir -- deu um sorriso amargo - Tchau tudo vai ficar bem -- ele deu um beijo na minha testa

Levantei e coloquei o prato na pia, não tinha mais ninguém pela casa, lavei a louça e a campainha tocou, respirei fundo já sabendo que seria o Miguel e abri a porta 

- Será que a gente pode conversar? -- ele perguntou com a Ariela no colo
- Vem pra mamãe filha -- falei com voz de bebê e Ariela se jogou
- Vamos conversar Lola -- ele puxou ela
- Me dá minha filha -- pedi sem paciência -- Eu não tenho nada pra conversar com você -- falei e peguei a Ariela -- Eu vou passar uma semana na Itália a trabalho e a Ariela vai ficar com a minha vó -- disse e fechei a porta trancando a mesma

A campainha tocou diversas vezes depois é eu ignorei, dei um banho na Ariela e a coloquei pra dormir, não demorou pra eu pegar no sono também, acordei na manhã seguinte e fiz toda a rotina de sempre e Gabriel levou a Ariela para creche e depois me deixou no trabalho, minha mesa estava cheia de papel e arquivos para serem lidos, falei com todos os demais funcionários e me sentei, por volta das 18:00 eu estava exausta e todos já haviam ido embora e eu ainda estava no último arquivo quando meu chefe me chamou na sua sala

- Decidiu? -- perguntou
- Eu vou com você -- disse firme
- Você não pode levar a criança e nem o marido -- ele falou
- Não pensei em levar e não existe mais marido -- fiz aspas com o dedo na definição do Miguel na minha vida
- O que aconteceu? -- perguntou sorrindo -- Não que seja da minha conta -- ele riu
- Aconteceu que nós dois não éramos compatíveis -- eu sorri
- Eu lamento muito -- ele falou e sorriu
- Eu já posso ir? -- perguntei
- Eu só tenho que ler esse email e já vou -- disse e olhou para o monitor -- Te levo em casa -- ele me olhou
- Não precisa se incomodar comigo -- falei indo até a porta
- Não será incomodo nenhum -- ele indagou sem esperar eu terminar

Saí dá sala e me sentei, terminei de ler e arquivei o último papel, senti que ele me olhava de sua sala e comecei a sentir vergonha, e só então eu parei para reparar nele, olhei de canto e notei que ele tinha um semblante bem jovem e o terno caia muito bem no seu corpo que parecia bem malhado, sua pele era bronzeada pelo sol e seus olhos castanhos claro

- Podemos ir? -- perguntou balançando a chave na minha frente
- Vamos -- eu sorri e peguei minha bolsa