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Quando cheguei no morro já estava escuro só então que eu me lembrei da Ariela, peguei meu celular no fundo da bolsa e tinha mil ligações da moça do transporte, liguei de volta e sentei em um dos bancos da praça para descansar já que eu andei a tarde e subi o morro a pé

- Oi doma Charlotte, graças a Deus a senhora está bem -- atendeu parecendo aliviada
- Oi, me desculpa eu fui resolver uns problemas e nem vi a hora e nem o celular -- expliquei -- Onde ela está? -- perguntei
- Deixei ela com o Miguel, sua vó também não me atendeu -- falou
- Tá, tudo bem, vou liga pra ele -- disse -- Tchau e obrigada -- desliguei

Levantei e fui caminhando até em casa, falei com algumas pessoas pelo caminho e quando cheguei na rua de casa parecia dia de sexta, o bar estava lotado, a praça de baixo estava repleta de crianças jogando bola, no pula pula e as barracas estavam montadas, o som do bar estava nas alturas e todos bebiam suas cervejas, procurei minha vó com o olhar mas não a encontrei, preferi ir direto pra casa ao invés de passar na casa dela, fui subindo devagar e desviando das pessoas que estavam na rua para não acerta-las com aquelas sacolas, eu estava exausta e tudo que eu precisava era de um banho e cama, mas ainda teria que buscar a Ariela na casa do pai, entrei na vila e aquele corredor estreito e pequeno entupido de gente pois na primeira casa a dona parecia estar dando uma festa, fui pedindo lincença as pessoas que estavam ali e cheguei até a minha porta, abri a mesma e entrei fechando a porta e trancando, joguei as sacolas no sofá e fui beber água, decidi ir buscar a Ariela logo porque se eu me jogasse no sofá com toda certeza eu iria apagar ali mesmo

- Alô -- ele atendeu com uma voz grossa e meio sonolenta, meu coração palpitou
- Oi Miguel -- disse meio insegura pois a gente só se falava por mensagem durante todo esse tempo -- Eu já cheguei, vou passar aí pra pegar a Ariela -- avisei
- Pode deixar ela aqui -- disse respirando fundo -- Tá de parabéns né Lola, esquecendo a filha por causa de macho na rua -- disse grosseiro e debochado
- Eu estava resolvendo problemas da loja, não que eu te deva satisfações -- disse -- Eu estou indo sim ai pegar ela -- declarei
- Não me obriga a ter que ligar pro porteiro pra não te deixar entrar -- ameaçou
- Eu quero a minha filha Miguel -- gritei
- Essa semana ela tá comigo porra -- ele gritou -- Ela tá muito bem aqui, longe dessa vida que você expõe ela -- me alfinetou
- Olha só Miguel -- respirei fundo e cocei minha testa -- Minha filha não é troféu pra ser disputada com você pra suprir seu ego de macho ferido -- falei me irritando -- Só um minuto -- falei e fui abrir a porta -- Oi, entra -- sorri e dei espaço pro Fabrício -- Eu quero que você entenda de uma vez por todas que não adianta você fazer isso que não vai adiantar, eu tô aqui, eu tô com ele e a minha filha está feliz assim, ele é ótimo pra gente e você não tem que se meter nisso -- falei entre os dentes com raiva -- Eu quero minha filha aqui amanhã -- gritei e desliguei o celular

TRILHA DA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora