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A semana passou rápido, hoje já era sexta e todos os dias o Fabrício buscava a Ariela pra levar na pracinha junto com o filho dele, eu gostava da relação deles mas no fundo eu tinha muito medo de algo acontecer e minha neném acabar saindo magoada por erros que não seriam dela

- Mamãe acorda -- acordei com ela me balançando e gritando -- Mamãe o papai Fabrício está na porta e eu não consigo abrir -- ela resolveu pular em mim
- Ariela são 6:50 da manhã -- disse sonolenta
- Ele tá lá mamãe -- disse e eu levantei
- Quem colocou o uniforme em você? -- olhei pra ela que já estava pronta pra creche
- Eu mamãe -- ela riu e correu pra porta da sala -- Aqui mamãe, aqui -- ela gritou
- Já vou -- disse e sonolenta eu levantei e fui abrir a porta -- Bom dia -- olhei pra ele que estava sentado na vila
- Bom dia -- ele sorriu de um forma deliciosa com carinha de sono -- Eu fiquei na boca até agora -- disse e levantou -- Eu queria te ver -- se aproximou
- Não são sem 7 da manhã e você já está de papo torto -- revirei os olhos -- Vai pra casa que você tem mulher e filho te esperando -- disse
- Eu quero você, vamos conversar? -- pediu
- Eu tenho o que fazer a Ariela precisa ir pra creche e ainda não tomou café -- dei uma desculpa
- Eu posso esperar -- ele sorriu --  Posso entrar? -- pediu e eu dei passagem

Fui fazer o café dela e fiz um café pra ele tomar também enquanto eu observava os dois brincando e conversando na sala

- Papai porque você não dorme mais aqui? -- ela perguntou e ele me olhou sem graça
- Papai está trabalhando demais -- ele sorriu
- O meu papai Miguel também trabalha muito sabia? -- perguntou inocente -- Hoje eu vou pra lá e a gente e vai brincar também -- falou sorridente
- Que bom, tem que se divertir bastante mesmo -- Fabrício sempre se sentiu desconfortável quando o assunto Miguel era tocado

Dei o café dela e servi uma xícara de café pro Fabrício, eu já sabia que quando ele voltava da boca ele nem comia nada e eu não procurei insistir como sempre fiz, o transporte chegou e eu a levei até lá e me despedi, voltei pra casa e eu e Fabrício ficamos nós encarando por um tempinho mas logo eu arrumei algo pra fazer, eu estava muito nervosa!

- Vai parar de me ignorar quando? - perguntou se escorando na parede
- Pode falar -- falei nervosa
- Pô morena me perdoa -- disse meio arrependido -- Eu sei que vacilei feio contigo -- eu o interrompi
- Que tipo de pai é você e que tipo de pai você seria para o nosso filho? -- perguntei com lágrimas nos olhos -- Abandonar uma criança Fabrício? Ele não tem culpa dos teus erros e nem dos da mãe dele -- eu já estava descontrolada -- Pra mim homem que não cumpre com a sua paternidade e abandona o filho -- eu o encarei e continuei -- PRA MIM esse homem não presta pra ficar comigo -- eu gritei

TRILHA DA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora