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Me arrumei e sai de casa trancando a porta e chamei o elevador, enquanto eu esperava o indesejável do meu vizinho de mais cedo chegou parando do meu lado

- Me desculpa -- ele coçou a garganta e eu o encarei -- Eu sei que você não é babá dele mas você precisa controlar os hormônios dele -- e mais uma vez ele foi um idiota
- Se sua irmã quer dar não vai ser eu que vou segurar o pinto do meu irmão -- disse e o elevador abriu e uma senhora que estava dentro do mesmo me olhou surpresa
- O seu irmão está em cima da minha irmã -- ele insistiu entrando no elevador
- Você não tem coisa melhor pra fazer não? -- perguntei -- Toma conta dá sua vida -- sugeri
- Pra sua informação eu trabalho o dia todo e não tenho tempo pra mimar minha irmã e passar a mão na cabeça dela como você faz com o seu -- o elevador abriu e duas pessoas entraram
- Vocês está sugerindo que eu passo a mão na cabeça dele? -- me fiz de ofendida -- Faça-me o favor querido você não nos conhece então cala essa sua boca -- disse irritada
- Se eu ver ele perto dela de novo eu vou chamar a polícia -- ele anunciou e todos prestavam atenção na nossa conversa
- E vai dizer o que? -- perguntei -- "Oi seu guarda acontece que minha irmã quer dar e ele quer comer e eu não quero que isso aconteça" -- tentei imitar -- Dá um tempo cara, vê se amadurece -- o elevador abriu no térreo e eu saí indo em direção ao ponto mais perto

Mesmo a faculdade sendo a quatro quarteirões daqui eu ainda preferia pegar ônibus do que ir andando, esperei pelo ônibus e entrei no primeiro que passou mais vazio, em menos de dez minutos eu já estava em frente a faculdade conversando com meus amigos, entramos para aula e em silêncio prestamos atenção em todas, diga-se de passagem a gente realmente estava concentrado a não repetir em nenhuma matéria, quando tudo acabou eles anunciaram que iam para o bar e eu preferi ir pra casa, como havia ficado um tempo sentada fui pra casa andando até encontrar com o Heitor no caminho

- Oi Lola -- ele acenou e eu parei
- Oi, tudo bom? -- sorri de lado
- Tudo tranquilo, onde vai? -- ele me encarou
- Tô indo pra casa -- respondi
- Achei que ia tomar uns drinks -- ele disse meio animado -- Tá tristonha? É menstruação né? Minhas irmãs ficam assim nesse período -- ele riu e ia dar continuidade ao assunto
- Não é não -- eu ri -- Eu só estou cansada -- disse e ele assentiu
- A gente se vê por aí -- falou e saiu andando

Voltei a andar e dessa vez sem interrupções cheguei a portaria do prédio junto com o mala do meu vizinho

- Não é possível -- sussurrei reclamando e entrei parando em frente ao elevador
- Olha só .. -- ele ia começar a falar e eu o interrompi
- Quer saber eu vou de escada -- disse indo até a porta das escadas
- Você não pode me ignorar -- ele veio atrás e foi subindo comigo

TRILHA DA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora