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- Eu me demiti -- eram 16:00 quando liguei pra dar a notícia ao meu irmão
- Como assim você se demitiu? -- perguntou confuso
- Eu quis me demitir e me demiti -- disse como se fosse óbvio
- Você tem uma filha pra criar, contar pra pagar -- ele gritou -- Você tem despesas -- gritou de novo
- Eu já sei mas vai dar tudo certo -- disse calma pegando o ônibus -- Tô indo pegar a Ariela em casa a gente conversa -- falei e desliguei

Fui até a creche e peguei a Ariela que estava com um sorriso estampado no rosto, a festa de Natal seria nesse final de semana e ela estava animada com a música que dançaria, embora ela não soubesse a coreografia, cheguei em casa e tomei um banho junto com ela e a deixei brincando na sala e fui fazer o jantar

- Ariela larga esse copo -- gritei vendo ela com um copo de vidro na mão -- Larga agora -- gritei de novo e ela riu -- Eu não estou brincando com você larga esse copo-- gritei e ela soltou o copo no chão -- Olha o que você fez -- briguei com ela que começou a chorar

Coloquei ela de castigo no sofá e em cinco minutos ela saiu, eu já sabia que não daria certo porque uma criança de meses nunca ficaria de castigo da maneira certa, ela saiu correndo pela casa e eu fui limpar a bagunça dela, quanto mais eu limpava mais ela bagunçava e mais eu gritava, acho que meus gritos podiam ser ouvidos por todo nosso andar

- Eu não aguento mais -- gritei de novo e joguei uma almofada nela -- Fica quieta -- gritei e ela riu o que me fez rir daquele jeito sapeca dela -- Aí meu Deus o arroz -- corri até a cozinha pra apagar o fogo
- Me explica essa história direito -- Gabriel chegou sem nem dar oi já brigando comigo
- Eu não estava mais a fim -- dei de ombros -- Estava me sentindo presa, cansada e isso estava me agoniando -- expliquei -- Fica tranquilo que eu já pensei no que fazer -- apoiei o pote na mesa e o encarei -- Eu vou abrir meu próprio negócio e vai dar certo -- disse
- E quem vai te dar dinheiro pra isso? -- perguntou cruzando os braços
- Eu vou usar o dinheiro do meu último salário e vou falar com meu pai -- dei de ombros -- Olha Gabriel eu sei dos meus deveres e sei que não tá fácil pra ninguém mas você precisa acreditar em mim -- falei ficando um pouco irritada
- Tudo bem -- levantou os braços -- Espero que dê certo -- ele sorriu de lado e me encarou por uns segundos
- Fala logo o que você quer -- falei sabendo que ele tinha alguma coisa pra dizer
- Eu comprei isso pra Maria -- ele me deu uma caixinha de anel
- Gabriel e..-- eu fiquei sem palavras-- Casamento? Tem certeza? -- falei surpresa
- E porque não? -- deu de ombros
- Você acha que é o melhor momento? -- perguntei
- Não vamos casar amanhã -- falou e sentou na cadeira -- Eu só acho que chegou a hora -- sorriu -- E eu quero que a Ariela seja a minha daminha -- disse e encarou o anel dentro da caixa
- Você nem sabe se ela vai aceitar-- disse brincando e ele jogou o pano de prato em mim

TRILHA DA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora