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- Lola será que posso levar um papo contigo? -- me assustei ao ouvir a voz do Gabriel -- Agora -- ele estava parado do nosso lado dentro de um terno preto
- A gente se vê outra hora -- disse pro menino e sai daquele paredão -- Aconteceu alguma coisa? -- perguntei enquanto íamos descendo a rua
- Eu vim ver a minha vó e ela está lá dentro de casa com a sua filha e você se esfregando em homem na rua -- disse todo autoritário
- Presta bem atenção em como você fala comigo porque você sabe muito bem que eu não jogo a responsabilidade da minha filha nos peitos de ninguém -- falei no mesmo tom que ele
- Eu sei, foi mal -- ele passou as mãos no rosto nervoso -- Tá acontecendo tanta parada errada -- ele me olhou rápido e virou o rosto -- Samuel me contou o que rolou entre vocês -- disse
- Você atrapalhou minha possível transa, me tirou do baile pra isso? -- perguntei um pouco alterada -- Tchau Gabriel -- disse subindo a rua de novo
- Não -- ele segurou meu braço -- Tô precisando conversar com alguém -- disse eu pude ver seus olhos marejados -- Por favor -- saiu quase num sussurro
- Vamos lá pra casa -- disse e respirei fundo descendo a rua com ele

Em meio a tanto desabafo do Gabriel eu fiquei me perguntando se eu deveria fazer uma faculdade de psicologia e seguir carreira, afinal todos vinham falar dos seus problemas comigo

- Você está me ouvindo? -- chamou minha atenção e eu assenti e sorri

Gabriel continuou e minha mente viajou de novo, mas dessa vez foi até o beijo de mais cedo e na cara de safado que aquele moreno tinha, olhei pro meu irmão que ainda tagarelava e verifiquei as horas no relógio da parede, marcam quinze para as quatro da manhã e eu já estava morrendo de sono

- Você não quer dormir aqui hoje? -- perguntei interrompendo ele -- Amanhã a gente conversa melhor e temos o dia todo pra isso -- falei
- Pode ser -- ele disse e deu de ombros -- Eu tô preocupado com o André -- falou e me encarou pensativo
- Porque? -- estranhei e levantei do sofá
- Ele tava se envolvendo nas paradas erradas aí do morro, meu pai já puxou o tapete dele mas você sabe como é jovem -- me encarou insinuando meu passado de adolescente rebelde
- Eu já passei dessa fase -- disse
- Tem certeza Lola? Você nem sabe onde está se metendo -- disse e levantou pegando um copo em cima da bancada -- Aquele cara é bandido Lola e é casado -- falou e riu
- Eu não sabia, mas foi só um beijo -- dei de ombros
- É aí que começa -- falou e bebeu sua água -- Ele não é daqui, então tenta ficar na sua -- pediu e foi em direção ao meu quarto deixando o bolo sujo na pia
- Abusado -- reclamei baixo e apaguei as luzes -- Pode saindo daí Gabriel -- disse entrando no quarto e vendo o mesmo esparramado na minha cama
- Me deixa aqui -- falou enquanto eu o puxava pelo pé
- Dorme na ama de baixo -- falei em vão

Fui dormir do jeito que eu estava e nem demorou para que eu pudesse pegar no sono

TRILHA DA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora