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Depois de mais 20 minutos todos estavam prontos e subindo os becos até a quadra principal, quando nos aproximamos mais já dava pra ouvir o som alto e uma movimentação, olhei pra entrada e me lembrei que qualquer merda que desse aquela também era a saída, um certo aperto no peito me bateu mas eu procurei disfarçar, Lívia estava anciosa e super feliz por estar vindo a um baile pela primeira vez, ela não parava de falar se quer um minuto e até que foi bom pra me distrair com as besteiras dela

- Vamos entrar ou vamos ficar parados aqui fora? - Luis perguntou
- Vamos logo -- Mari disse e Duda apenas riu desse fogo dela
- Vão indo se quiserem -- falei e peguei o celular -- Só vou ver como a Ariela está -- disse quando todos me olharam

Disquei o número do Miguel que eu já havia gravado na cabeça e esperei ele atender com uma voz rouca de sono

- Alô -- disse
- Oi Miguel -- eu gritei pelo barulho
- Lola são quase duas da manhã -- reclamou
- Eu só quero saber se está tudo bem por aí -- disse -- A Ariela dormiu? A febre melhorou? -- perguntei
- Eu já disse pra você não se preocupar -- falou e respirou fundo -- Vai curtir sua noite que a Ariela está ótima -- falou -- Ela está dormindo comigo e eu to monitorando a febre, pode ficar tranquila e não me liga mais -- disse e desligou
- Nossa que homem grosso -- reclamei mais uma vez e guardei o celular

Atravessamos aquela entrada onde já tinha gente bêbada se pegando e copo de cachaça espalhados pelo chão fazendo poças e procuramos um espaço para ficar, o DJ anunciou que o balde de cerveja estava na promoção e logo Luis, Mari e Lívia foram buscar enquanto eu fiquei na companhia da Duda

- Eu briguei com seu irmão, por isso eu vim -- ela disse meio cabisbaixa
-  Ele é um babaca -- eu ri e ele sorriu de lado -- Vocês daqui a pouco já estão bem e você sabe disso -- ela assentiu e respirou pesado
- É a primeira vez que brigamos e eu saio, me sinto meio livre mas ao mesmo tempo me sinto culpada -- deu de ombros
- Vai por mim, é assim mesmo -- eu ri e ela riu encarando algumas pessoas que dançavam
- A danada sou eu -- Luis gritou com o balde na mão e nos rimos

Cada um pegou um latão e foi bebendo, lá pelas 3 da manhã eu já estava soltinha rebolando até o chão

- O patrão mandou avisar que chegou a hora de assumir o morro -- o DJ falou e voltou com as músicas

Todos nós nos olhamos e eu dirigi meu olhar ao camarote, procurei mas não vi ninguém diferente entre eles, até que por miragem ou por embriaguez eu vi a última pessoa que eu iria imaginar ver atravessando aquele palco, ele já aparentava estar com álcool na mente pelo que conheço, e eu conheço bem, seu pescoço estava com marca de batom e ele esbanjava o sorriso, meu olhar ficou firme na presença dele, meu coraçãozinho estava descompassado e minha mente rodava

TRILHA DA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora