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Quando eu voltei pro terraço aquela mulher que chegou com o FILHO do Fabrício estava toda toda conversando com os meninos ao lado dele, como se fosse a patroa, eu parei no último degrau e respirei fundo vendo aquela cena

- Deve ser ruim né ver o marido com outra -- disse a naja da minha sogra
- Ruim é invejar a felicidade dos outros -- falei sem paciência
- Fica esperta querida o Fabrício vai voltar com a Luísa, eles sempre voltam -- ele riu
- Pra mim ele pode voltar com quem quiser Dona Teresa -- dei de ombros -- O caminho dele só ele quem faz -- sorri -- Agora se a senhora me dá licença eu vou me despedir, tchau foi um prazer te conhecer -- disse deixando ela sozinha ali

Enquanto eu caminhava até o Fabrício senti os olhares em cima de mim, o povo estava esperando o grande espetáculo da noite, mas eu nunca fui mulher de brigar por homem e não vai ser agora que eu vou me rebaixar, principalmente porque ele mentiu pra mim todo esse tempo e eu queria mais que ele fosse pro quinto dos infernos

- Oi -- um dos irmãos do Fabrício se pôs na minha frente eu tomei um susto -- Não tivemos a oportunidade de nós apresentar -- ele disse e eu ainda olhava pros dois juntos -- Eu sou o Felipe e aquele ali e o Fernando -- falou meio bêbado já
- Eu sou a Lola -- sorri -- Muito prazer Felipe mas eu já estou de saída -- dei um beijo na bochecha dele
- Não faz escândalo porque é isso que ela quer -- disse no meu ouvido e eu sorri
- Já tô indo tá? -- disse entrando no meio dos meninos que ficaram encarando a cena -- Depois a gente se fala -- dei um beijo no rosto do Fabrício
- Já vai gata? -- aquela azeda falou com tom de puta de esquina
- Já meu amor, pode aproveitar que o palco é todo seu -- sorri
- Chega né -- Fabrício falou quando ela deu um passo pra minha frente
- Você não sabe com quem você tá falando -- disse com raiva
- E você muito menos -- a encarei sustentando meu olhar -- Sustenta sua marra na mesma medida da sua disposição -- falei e ri
- Mulher de bandido tem sempre muita disposição -- debochou -- Até porque tem sempre as piranhas correndo atrás e precisamos resolver -- riu alto
- O palco é todo seu -- eu ri de baixinho de deboche e virei sentindo ela agarrar meu cabelo
- Tá maluca porra? -- Fabrício deu um empurrão nela
- Tá maluco você, como tu deixa ela falar assim com a sua mulher? -- a mãe dele gritou
- Essa porra não é nada minha caralho -- ele gritou
- Eu disse que era pra você sustentar a marra no nível da tua disposição -- eu disse indo pra cima dela

Ninguém separou nós duas e eu só levantei de cima dela quando ouvi um choro de criança, mas eu tinha dado tanto na cara dela com o ódio que eu estava que ela tava com a boca sangrando, meus braços estavam arranhados e ela conseguiu puxar alguns cabelos meus mas nada se compara ao que eu fiz na cara dela

TRILHA DA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora