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Acordei arrumei a Ariela e deu o café da manhã a ela, esperei o Miguel chegar e voltei a dormir, lá pelas 10:00 acordei de novo e arrumei a casa, coloquei roupa na máquina e adiantei a janta, já que ninguém viria em casa almoçar, eu estava exausta e com o som ligado quando bateram na porta

- Oi -- disse surpresa -- O que você tá fazendo aqui? -- perguntei e dei espaço pro meu pai entrar
- Então quer dizer que você se demitiu? -- ele gritou
- É pois é -- disse e sorri
- Você vai voltar comigo pro morro -- falou autoritário
- Não pai, eu vou ficar aqui com o Gabriel -- falei
- Seu irmão vai casar e ele precisa de um lugar só pra ele e pra Eduarda -- disse irritado
- Se eu for o Miguel vai fazer perguntas e..-- ele me interrompeu
- Você vai e você tem até o final da semana, eu vou preparar uma casa perto da sua vó -- disse já saindo de casa
- Mas pai eu já tenho um plano -- fui atrás dele
- Eu já sei do seu plano, tem um espaço pra alugar perto da praça, quando ser lucro você me paga -- falou e saiu dali rápido

Meu pai podia não ser o exemplo mas sempre nos ensinou o caminho certo e principalmente nos ensinou a honestidade e o trabalho duro, fechei a porta e encostei na mesma bufando e respirando fundo, estava tocando você e eu na rádio e minha mente viajou até o Samuel, o que no início me pareceu normal mas depois que lembrei do nosso beijo tudo pareceu muito estranho, desencostei da porta e abaixei o volume

- Agora só falta pendurar as roupas e lavar o banheiro -- disse pra mim mesma e fui até a área

Após terminar tudo que tinha pra fazer me joguei na cama e olhei as fofocas do Facebook, ri de algumas coisas e sentei rápido na cama quando meu celular tocou e meu coração acelerou de um modo descompassado, merda o que será que estava acontecendo comigo?

- Alô -- atendi desconfiada
- Já tô sabendo que seu namorado é o dono do morro -- Samuel disse
- Ele não é meu namorado e você sabe disso-- revirei os olhos
- Sobre ontem -- disse e suspirou
- Deixa pra lá, talvez você esteja certo -- disse mordendo os lábios
- Eu não queria estar certo Lola -- falou
- Realmente está tudo bem -- disse -- Eu vou volta pro morro sabia? -- perguntei
- Que legal -- disse
- Eu vou abrir uma loja de roupas na pracinha, acho que vai ser legal -- falei
- Vai ser sim, boa sorte -- falou sem empolgação
- Alguma coisa mudou depois daquele beijo né? -- perguntei e suspirei deixando a linha muda e sem total resposta do outro lado -- Olha Samuka a gente não precisa fazer isso -- disse
- Lola eu gosto de você mas você tem razão, somos amigos e isso nunca daria certo -- ele disse bem convicto do que falava
- É talvez não desse -- respondi mas minha vontade era de gritar totalmente o contrário
- Eu vou voltar a trabalhar, a gente se vê por aí -- falou e desligou sem esperar minha resposta 

TRILHA DA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora