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- Eu não sou mais criança, sei muito bem me cuidar -- gritei pela décima vez com o Gabriel
- Eu não te perguntei se você sabe se cuidar eu falei que não quero você chegando em casa quando esta amanhecendo -- ele retrucou
- Eu tenho idade o suficiente pra fazer o que quiser da minha vida -- reclamei e fui pra cozinha
- Enquanto eu estiver vivo e for seu irmão mais velho você vai me respeitar -- ele veio atrás gritando
- Acontece que você não é meu pai e minha mãe já morreu, eu me cuido sozinha Gabriel -- gritei e meu pai entrou em casa
- O que está acontecendo? -- perguntou ajeitando a arma na cintura
- A Charlott acha que pode fazer o que ela quiser -- Gabriel reclamou
- Eu sou maior de idade faço sim o que eu quiser -- revirei os olhos e coloquei a janta na mesa
- Idade não é tudo caralho -- ele gritou se contendo um pouco mais
- Me deixa em paz -- gritei de volta e meu pai nos observava
- Eu só acho que você deveria parar de sair e voltar amanhecendo -- ele se sentou no banco da bancada -- Sabe se lá o que você faz pelas ruas na madrugada -- ele disse e meu pai arregalou os olhos
- Eu dou a minha buceta por aí Gabriel -- gritei -- Pelo menos eu não trago homem aqui pra dentro e fico gemendo pra todo mundo escutar -- esbravejei
- Chega -- meu pai gritou e chamou nossa atenção -- Eu não quero homem e nem mulher aqui dentro -- ele foi pro quarto quarto e logo voltou -- Façam suas coisas na rua -- se sentou a mesa e Gabriel o acompanhou
- Cheguei família-- André entrou em casa vindo direto pra cozinha -- O que aconteceu? -- perguntou já se sentando
- Nada -- respondemos e jantamos em silêncio
- Eu acho que pelo menos poderíamos colocar regras de convivência -- Meu pai voltou ao assunto e nós o encaramos
- Como abaixar a tanta do vaso e não mijar na borda? -- perguntei sendo irônica
- E que tal tirar os cabelos do ralo quando acaba o banho? -- Gabriel me encarou
- Acho justo -- dei de ombros -- Desde que vocês ajudem a arrumar a casa e lavar os banheiros -- os encarei
- Se eu ajudar metade daqueles cachorros vão ter que ralar daqui -- André disse
- Eu concordo -- todos disseram em uníssono
- Eu não acredito nisso -- arregalei os olhos-- Como podemos deixar eles por aí ? -- me fiz de vítima
- A gente vai encontrar alguém pelo morro mesmo pra doar -- meu pai sugeriu e eu respirei fundo
- Tá bom -- contei até dez mentalmente -- A partir de hoje vamos revezar em quem arruma a casa, faz comida e lava a louça -- levantei e coloquei meu prato na pia -- Melhor ainda, cada um lava a louça que o outro sujar -- lavei meu prato e eles assentiram em silêncio -- Eu decido qual cachorro que vai embora -- disse e fui para o meu quarto me jogando na cama e ligando a TV

Fiquei assistindo televisão até pegar no sono e acordar no meio da noite com meu celular tocando desesperadamente

- Alô -- atendi sem olhar o visor
- Amiga tenho um babado pra te contar -- Lívia gritava contra o som
- HM, fala -- disse sonolenta me sentando na cama
- O boy que você deu ontem tá aqui na mesma festa que eu -- falou animada
- E daí? -- dei de ombros sem ela poder ver
- Ele pediu seu número e eu dei -- gritou
- Lívia vai tomar no seu cu -- gritei com moderação
- Calma isso não é tudo -- ela tentou se explicar -- Ele tá bêbado e tirando a roupa -- ela riu -- Que isso rim amiga uma pedaço de mal caminho -- constatou e eu tive que concordar rindo -- Ele tá chamando por você Lola -- ela disse e eu fiquei muda -- Eu vou te passar o endereço eu sei que você vai vir -- ela disse e desligou me mando o endereço por mensagem

TRILHA DA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora