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Depois de encerrar a chamada eu me arrumei e dei um jeito no meu rosto, sai de casa e fui até minha vó

- Bença vó -- disse chegando lá
- Deus te abençoe minha filha -- eu abaixei e ela beijou minha cabeça
- Miguel me deixou ir ver a Ariela -- disse sorridente
- Que notícia boa Lola -- ela estava feliz assim como eu
- Eu pensei de ir visitar meu pai hoje -- dei de ombros
- Vai sim, ele reclamou que só você não foi -- disse meio cabisbaixa
- Você explicou o porque eu não fui não é? -- perguntei e ela assentiu -- As coisas poderiam ter sido mais fáceis -- respirei fundo
- Você não vai comer?-- ela mudou de assunto
- Estou meia sem fome -- dei de ombros -- deixa eu ir vó que eu ainda vou passar lá na loja -- sorri e sai de casa

Desci e passei na loja encontrando a Mari segurando alguns cabides de roupa e uma cliente se olhando do espelho com outra

- Eu não gostei, marcou demais a barriga -- Mari disse seca para a cliente
- Mariana -- chamei a atenção dela e ela levou um susto
- Lola o que aconteceu? -- ela estava surpresa de me ver ali
- Eu vou visitar meu pai -- eu sorri
- Boa sorte -- disse e se aproximou -- O Daniel estava querendo falar contigo -- ela disse -- Passa aqui todos os dias querendo saber de você -- falou
- Deixa isso pra lá -- eu disse lembrando que pelos relatos Daniel já não era a mesma pessoa que eu conhecia -- Eu vou lá e mais tarde eu passo aqui -- disse
- Vai na fé e vê se sai dessa fossa -- ela disse brincando
- Ele me deixou ir visitar ela -- eu sorri de lado
- Que bom amiga, precisamos comemorar -- disse animada
- Só você mesmo -- eu ri e saí de lá

Desci a praça é o restante do morro, caminhei até o ponto de ônibus e esperei por aquele que me levasse próximo ao presídio, demorei cerca de uma hora e meia dentro do ônibus e quando soltei ainda tive que andar um bom pedaço até chegar, a entrada daquele lugar era horrível e instantâneamente me deu vontade de chorar lembrando do que meu pai poderia estar passando, entrei no fila de visitantes e esperei pacientemente liberarem a entrada, antes de poder ve-lo fui revistada de todas as formas imagináveis, embora eu já soubesse que as regras são essas eu estava perplexica com essas tais maneiras, entrei e me sentei esperando pelo meu pai, olhei em volta e alguns presos estavam na presença de familiares e até de crianças, não demorou muito e ele chegou se sentando a minha frente

- Desculpa -- disse assim que ele se sentou
- Tudo bem -- sorriu de lado -- Eu fiquei preocupado com você -- ele disse
-Ele levou a Ariela -- acabei chorando
- Não fica assim Lola -- ele disse -- A culpa é minha -- abaixou a cabeça
- Não pai, o Miguel que quer viver essa guerra comigo -- respirei fundo -- Mas eu vou lá visitar ela por uma semana -- eu sorri-- Desculpa não ter vindo antes -- o encarei e ele estava com os olhos marejados -- Apesar de tudo eu te amo muito -- bastou isso pra ele chorar

TRILHA DA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora