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Entrei no carro e coloquei o cinto e o André fez o mesmo no meu ritmo, dei partida no carro e antes de acelerar o André me encarou com receio e divertido

- Você sabe dirigir? -- perguntou prendendo o riso
- Eu sei usar um fuzil eu não vou saber dirigir? -- perguntei divertida e virei pra trás dando ré de uma vez só

Saí de lá catando pneu e enquanto eu dirigia eu tentava olhar o celular

- Preta atenção que tem criança na pista Lola -- André falou
- Eu não sou maluca -- disse
- Mas tá parecendo -- me encarou -- Que eu tá pegando eim? -- perguntou
- Chegando lá eu te falo -- bufei -- Coloca aqui nessa merda -- dei meu celular na mão dele e ele ligou a rota -- O que tu tava fazendo dentro da boca naquela reunião? -- olhei de canto pra ele depois de uns minutos seguindo o trajeto
- Nada demais -- deu de ombros
- Eu não quero nem sonhar que tu tá se metendo nessas coisas André, tá me ouvindo bem? -- perguntei nervosa
- Tu tá ficando louca, só pode -- ele riu debochado -- Onde a gente tá indo nesse caralho? -- peguntou nervoso
- Eu não sei -- gritei de volta vendo umas ruas estranhas
- Teu celular tá tocando -- ele me avisou
- Atende e coloca no viva voz por favor -- pedi e assim ele fez -- Alô -- eu quase dei um grito
- Senhora Lola Reis? -- uma voz doce e feminina perguntou
- Eu mesma, pode falar -- disse prestando atenção nas ruas
- Aqui é da clínica de fertilização, o doutor deu uma outra olhada nos seus exames e parece que seu caso é cirúrgico -- ela disse
- Arram, ok -- eu disse sem nem prestar atenção
- A senhora já teve algum ferimento no útero? Parece que com sua gravidez a ferida abriu no parto e por isso a senhora não consegue engravidar -- ela disse e eu parei bruscamente o carro e olhei pro André assustada
- Como assim? Minha filha tem quase 2 anos e eu estou com o útero aberto desde o nascimento dela? -- gritei desesperada
- Não seria esse termo técnico a falar, mas é basicamente isso, a senhora pode se informar melhor com o Doutor Henrique -- disse -- Gostaria de marcar uma consulta? -- perguntou
- O mais breve possível por favor -- pedi meio atordoada -- É possível isso mesmo? Eu posso nunca nem ter sentido nada? -- perguntei ainda no desespero
- Eu não sei te informar -- disse batendo os dedos na tecla do computador
- Sai da frente sua puta -- um homem no carro gritou atrás de mim
- Puta é a piranha da sua mulher -- abri a janela e gritei
- Qual foi Lola a gente nem sabe onde está -- André brigou comigo e eu encostei o carro pro mal amado passar
- Senhora eu tenho um horário amanhã pelas 10 da manhã, tá bom pra senhora? -- perguntou
- Está sim -- respirei fundo -- Obrigada -- agradeci de desliguei

Continuei meu caminho sem querer tocar no assunto e o André entendeu, na verdade eu ainda não digerir eu estava no automático, cheguei no meu destino parando em frente a uma casa até que acolhedora de grade e varanda

TRILHA DA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora