Capítulo 4

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Lucy

Dormir foi um problema eu amo frio mas a minha mente estava inquieta. Kate dormiu comigo. Depois do seu "sequestro" ela não teve pesadelos ainda, e eu fico preocupada, hoje não estarei aqui e temo que algo aconteça. Mas como ela mesma disse, agora ela irá fazer o papel de mais velha como ela era.

Acordar e não ter que ir para o trabalho e bem estranho, e acordar e não ver a Kate e mais estranho ainda. Ontem depois que Kate dormiu eu dormi também, tive um sonho com a minha mãe e acordei. Depois não consegui dormir então fiquei acordada até as seis quando enfim consegui dormir. Acordei já passava das nove.

Na cozinha o café da manhã estava pronto dentro do micro ondas. Ontem antes de dormir Kate fez um bolo delicioso, tinha também leite e suco. Na geladeira um bilhete com a letra bem caprichada da Kate estava seguro por um imã de coração.

Não quis acordar você. Parecia cansada e estava um pouco inquieta, hoje venho almoçar em casa e vou ficar a tarde com você.

Te amo.

Kate.

Sorrio ao ler o bilhete. Kate tem feito de tudo para me confortar por hoje ser o dia em que irei começar no meu tormento.

Depois de arrumar toda a casa e fazer o almoço fui tomar um banho. A forma que eu encontrei de fazer alguma coisa foi essa, faxina geral na casa toda, e olha. Ficou ótimo.

– Lucy? – Kate chama assim que entra na casa.

Saio do quarto e ela me olha sem entender.

– Oi. Que bom que chegou, vamos almoçar? – Pergunto sorrindo.

– O que aconteceu aqui? – Ela ri.

– Não tinha nada pra fazer então fui fazer uma faxina. Acordei tarde depois de mais de dois anos acordando cedo. E eu não tinha um emprego. – Respondo dando de ombros.

– Meu Deus, vai ser sempre assim? – Pergunta rindo.

– E. Acho que não vai ser tão difícil. Posso me acostumar. – Rimos.

Kate toma um banho e depois vem e nos almoçamos juntas. Depois de muita conversa e muita risada Kate e eu fomos assistir alguns vídeos de Polly dance, já que eu era uma amadora.

Eu jurava que o dançar fosse só chegar lá e balançar de lá pra cá e mexer os braços um pouco e pronto. Mas quando começamos assistir os vídeos de como dançar o Pole dance eu quase tive um infarto. Eu teria que ser uma cobra pra fazer isso.

– Kate pelo amor de Deus. Eu não vou conseguir fazer isso não, olha o que essas mulheres fazem? Como vou aguentar o meu peso nisso aí?

– Então não vá. – Kate fala de cabeça baixa. – Eu posso pagar...

– E ainda cuidar das despesas da casa? – Interrompo-a antes que ela termine. – Eu posso fazer isso. Fique tranquila meu amor. Vou daqui a pouco e ficar lá a tarde e o início da noite ensaiando.

– Odeio ver você fazendo esses sacrifícios, ainda mais pra mim. – Me olha triste.

– Não precisa ficar assim. Já disse para você que não tem problema nenhum, nos estamos juntas em qualquer coisa. E eu tenho certeza de que você faria o mesmo por mim.

– Faria sim meu amor. Vem aqui. – Ela me puxa para um abraço.

Depois de arrumar as coisas separei tudo que eu podia possivelmente precisar e me despedi da Kate com sérias recomendações. Inclusive não abri a porta para estranhos em espécie alguma.

A boate era grande e bem imponente, uma fachada de madeira e uma placa enorme escrito DALLAS com um desenho de uma mulher sentada e com as pernas cruzadas e vestido curto. Eu tinha que dizer que o filho da mãe tinha bom gosto para decoração.

Assim que entrei fiquei estancada no lugar, tudo ali era estranho, eu lembrava vagamente do palco a direita e alguns pequenos bares que serviam bebidas variadas, desde daquiris sem álcool até as bebidas mais caras que você puder pensar, que vai desde uma simples Bon Secours Vieille Ale que custa 1.200 dólares a garrafa só por ser feita artesanalmente na Bélgica e seu sabor bem peculiar de caramelo com anis e acho que 8% de álcool. Eu jamais, nunca em espécie alguma gastaria tanto em uma só bebida ainda mais cerveja, independente de onde tenha vindo, ficou louco?

Enquanto eu passava por um dos bares as minhas vistas sem querer, pararam em um banner com os preços e eu perdi o ar só de ver a quantidade de bebidas que tinham ali,  uma eu reconheci, Tequila Ley 0.925 - Expensive alcoholic Drinks. Eu sabia que era cara, mas Jesus amado... se eu achava a cerveja de 1.200 dólares cara, essa simples garrafa de tequila me manteria sustentada pelo quê? Ah, nada. Só pelo resto da minha vida.

– E uma Tequila especial​. – Uma das dançarinas, Lys, fala olhando a direção dos meus olhos. – A garrafa e cravejada com 6.400 diamantes. O preço dela, bom, isso vai com certeza te fazer pensar bem antes de passar perto delas. – Ela sorri. Ela é um pouco mais baixa do que eu tem um corpo bonito e é bem doida ao meu ver.

– Pelo amor do senhor. Nem me fale, já estou quase tendo um infarto aqui só pela quantidade de diamantes que você falou. – Falo com a mão sobre o peito.

– Custa nada mais do que 2.200.000 dólares. – Perdi todo o ar do corpo.

Gente, pelo amor de Deus. Quem bebe isso?

E tão cara que eu acho que deve até fazer mal ao meu corpo que só é acostumado a receber refrigerante e as vezes — só de vez enquanto​ mesmo — uma Vodka e nada mais do que isso. Acho que se eu beber isso passo mal uns dois anos, só o cheiro deve deixar a gente embriagado. Esse será o lugar que eu irei passar longe.

– Nenhuma de nós jamais conseguiu vender uma dessa. – Fala ainda olhando na mesma direção que eu.

– Ah que novidade. Acho que até o Michael Jackson quereria distância delas. – Falo tentando ser irônica. Mas pelo visto não deu muito certo não.

– Acho que ele teve uma coleção delas. Tipo umas quinze. Foi o que ouvi dizer. – Lys fala toda pensativa.

Ah tá e de sacanagem. Isso se chama extorsão. Sério, quem inventou uma bebida dessa só de ter vendido para o Michael Jackson as quinze ele não precisaria trabalhar nunca mais na vida dele, daria pra sustentar até a minha décima geração.

Sem ter o que responder ela me puxa até onde as outras meninas estavam. Lys aparenta ter entre 20 e 21 anos, tem os cabelos castanhos escuro, os olhos grandes e um sorriso encantador

– O pole dance é considerado uma forma reconhecida de exercício e pode ser utilizado como uma ginástica. – Ela fala enquanto andamos. – Eu danço a um tempo, desde os dezesseis quando fugi de casa.

– Por que você fugiu? – Olho para ela que sorri.

– Bom, digamos que o meu pai não se importava com o que a sua nova mulher fazia comigo. Minha mãe também não se importa comigo, ela tem outro namorado e ela tem medo de que o safado queira alguma coisa comigo. – Ela fala tão tranquila que penso que ela já tenha dito isso muitas vezes.

– Você também faz... Eee... Faz programa? – Pergunto quase em um sussurro.

Ela ri e balança a cabeça negando. Graças a Deus.

– Eu abri mão de uma grana preta por não querer me prostituir. Não quero nenhum desses babacas tocando em mim. – Fico pensando o por quê. Tenho vontade de perguntar, mas fico calada.

Depois que chegamos em uma sala ela me apresentou para as outra meninas e todas sorriram para mim. Menos uma. Anna. Ele disse que achava ótimo em saber que eu ficaria pouco tempo ali. Não entendi o porque disso, também nem me importo, não estou aqui para fazer amigos, quanto mais distância melhor.

O Poder da Sedução { Completo }Onde histórias criam vida. Descubra agora