Liam
Impressionado.
Era a palavra mais certa para definir o que eu se passava comigo.
Quando eu liguei para Fernando e o convidei para ir comigo ele disse que ia sair com a Kate, o que está me intrigando mais é o fato de que ele nunca foi assim, ele nunca ficou de quatro por nenhuma mulher antes.
E isso me deixava um pouco desconfiado, claro que eu fiz o safado dizer a verdade é ele me jurou que não estava brincando com ela. Eu ainda não conseguia acreditar. Fernando Denver, o puto das baladas, apaixonado.
– Não estou apaixonado. – Disse ele quando me ligou para falar que a amiga de Kate iria também. – Ela só me faz bem, e não é como essas outras mulheres. Eu ainda nem consegui beija-la. – Quase deixei o celular cair de tanto rir.
– Desde quando você fica atrás de mulher que não quer te beijar? – Pergunto sem conseguir parar de rir.
– Ah vá se foder Liam. – Ele bufa do outro lado. – Anda logo, não tô afim de ficar parecendo aqueles bigamos que sai com as duas esposas e ninguém fala nada.
– Você não beijou nem a Kate vai ser bigamo? Menos Fernando.
Ele me mandou para o inferno desligou na minha cara.
Só sei que quando cheguei na Gold Nigth uma das melhores boates de Los Angeles, Fernando não tinha chegado ainda. Pedi minha bebida e esperei ele chegar.
Quando Fernando chegou com as meninas e me apresentou para a Lucy, eu me perdi na intensidade de sua beleza, tinha os cabelos negros, era mais baixa do que eu, ela vestia um macacão azul e estava de tênis. Não tinha nada das mulheres que frequentavam a minha vida.
As mulheres que estão sempre a minha volta são todas meio artificiais, cheias de silicones, botox, e são geralmente muito gananciosas, falsas, e só pensam em dinheiro. Lucy não era assim, tudo nela remetia naturalidade.
Fernando já havia me contado a história de vida dela e da amiga, e pra mim era incrível saber o quanto elas lutam pela vida. Mas eu jamais imaginei ela desse jeito, a aparência dela e de uma adolescente que deveria estar na faculdade.
O que me deixou mais impressionado foi a forma de como ela falou com o Fernando, ela teve que ficar na ponta dos pés, confesso que até eu fiquei com medo. E ela simplesmente saiu pra ir embora sozinha, quase duas da manhã. Kate tentou me convencer de que o melhor era deixa-la. Mas meu instinto não concordou, tive que dar uma volta, pra só depois ir atrás dela.
Mesmo ela se recusando no começo, logo cedeu. A viagem até Mar Vista foi um pouco longa, eu não sabia o que falar, e ela muito menos, vez ou outra eu perguntava sobre alguma coisa, eu senti uma coisa diferente quando ela falou da mãe.
– Ela está por aí, em algum lugar. Eu sempre busquei por ela mas ela parece ter... desaparecido. Nem sei se ela ainda está viva.– Ela falava de cabeça baixa. – A única coisa que tenho dela é um perfume chamado Princess, nenhuma foto, nem nada. Também só sei o seu primeiro nome, Marina.
Ela é uma menina em corpo e mente de mulher, seus vinte e três anos vencem facilmente os meus vinte e oito. Já conheci inúmeras mulheres, principalmente quando o meu pai ainda era vivo e eu não precisava ficar na empresa com frequência. Mas eu nem sempre fui de baladas (apesar de que eu ainda acho que eu não seja) eu era magrelo, feio e ainda por cima usava óculos e aparelho.
Isso é normal? Digamos que por um lado até seja, mas não no meu caso, principalmente quando você vê seu irmão mais velho ser desejado e cobiçado não só pelas garotas do colégio, elas veneravam o Adam, já os meninos uns tinham inveja, outros (como eu) admiração e vontade de ser igual a ele. Até que um dia o Fernando, que fazia parte dos populares do colégio, começou a andar comigo, a gente ainda era pequeno, e na faculdade, ele me apresentava uma menina mais linda que a outra, mas de mente pequena, a maioria das vezes elas corriam e inventavam uma desculpa.
Um dia Fernando chegou e jogou umas roupas de academia e um tênis na minha frente, eu não entendi nada.
– Quero ver se as mulheres vão correr agora. Projeto pega mulher. – Fernando fala rindo. – Você tem uma vantagem a seu favor.
– E qual é? – Perguntei ainda olhando para as roupas.
– Seu metabolismo e ótimo e você é rico. – reviro os olhos.
A partir daquele dia eu nunca mais fui o mesmo. Em poucos meses já estava com o corpo moldado e pronto para o uso. As mulheres chegavam aos montes, e até diziam me amar depois do sexo, mas eu não acreditava, por isso nunca fiquei com uma mulher mais de uma vez, acho que o máximo foi três vezes. A não ser a Eliza, uma ruiva que tomou meu coração, jurei que fossemos casar e tudo, mas descobri que ela estava transando com o professor de matemática então, depois desse dia nunca mais fui o mesmo.
Ah, mais é por que você é homem, e homens tem que ser um cachorro Liam.
Não, eu só sou prevenido. Nem todos os homens são iguais.
– Posso te ajudar se quiser. – Falo depois de muito pensar se deveria ou não fazer tal coisa.
– Não precisa. Muito obrigada mesmo. – Ela sorri de leve.
– Eu posso te ajudar. Tenho recursos para... – Ela me interrompe.
– Não. Não quero buscar por ela e descobrir que ela nunca me quis, eu tenho medo. Ou pior, ela pode não estar mais viva.
– Mas... – me interrompe outra vez.
– Por favor Liam. Eu peço que esqueça isso. – Um arrepio correu por todo meu corpo como uma corrente elétrica quando ela falou meu nome.
– Tudo bem, me desculpe. – Ela só acenou com a cabeça e disse que tínhamos chegado.
Ela já estava se despedindo, mas pela primeira vez eu só queria conversar com alguém sobre tudo, nunca senti essa necessidade de abrir o meu coração.
– Pode me ouvir um pouco? – Pergunto e ela me olha assustada mais concorda.
– V-você quer entrar? E mais seguro. – Sua voz e fraca e ela me olha incerta.
– Claro, mas se você não estiver se sentindo confortável posso ir embora, não quero que pense que sou um maníaco. – Falo na tentativa de descontrair.
– Tudo bem. Eu estou preparada, afinal de contas, é minha casa e meu bairro. Você não conhece aqui como eu, então fica fácil. – Ela entra na brincadeira e sorri. Tenho que deixar claro aqui que o sorriso dela e maravilhoso.
A casa e simples, mas só de saber que elas se esforçaram muito para conseguir compra-la, eu a via não uma casa, mais sim um lar, esse é o lugar que se pode chamar de lar. A sala e pequena dois sofás, uma mesa de centro e uma tv que não era dessas enormes e de última geração como as da minha casa, e a cozinha que era conjugada com a sala, separada apenas por um balcão. Ela pede licença e vai em direção a uma porta que eu julgo ser o quarto dela, pois tinha outra porta em frente que parecia ser o quarto de Kate.
Ela volta com uma roupa mais simples, um short jeans em um tamanho confortável, estava descalça, uma blusa de alcinha, e uma frase na blusa me chamou a atenção Do not break me please (Não me quebre por favor). O que será que aconteceu para ela andar já com um pedido desses estampado em uma blusa?
– Aceita uma água, um suco? Bom aqui não tem nenhuma bebida alcoólica. – Sorri.
– Só um suco mesmo, acho que já bebi a minha cota de álcool por hoje. – Falo e ela vai para a cozinha que fica do outro lado do balcão, a casa apesar de ser simples é muito bem arrumada e bem cuidada, luxo nenhum paga esse conforto.
– Bom, pode falar, acho que não sou boa para dar conselhos mais da para o gasto. – Nos dois rimos.
Então comecei a falar, ela me olhava sem piscar enquanto eu falava, não tinha nem tocado no suco dela, pela primeira vez me senti a vontade de verdade, não era nada difícil falar com ela, quanto mais ela me olhava mais as palavras saíam da minha boca.
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O Poder da Sedução { Completo }
RomanceO que você seria capaz de fazer para ajudar sua melhor amiga? Seria capaz de enfrentar seus medos e ir buscar ajuda onde você jamais iria em outra situação? Lucy foi capaz. Quando Kate foi sequestrada pelo namorado ela não mediu esforços para salva...