Capítulo 11

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Lucy

Sempre que eu chegava na boate meu humor mudava, já tinha se passado um mês que eu estava trabalhando nesse inferno. Nossa rotina tinha mudado completamente, eu mal via a Kate, nunca tinha acontecido isso, e é estranho não jantar com ela como todas as noites. Todo dia quando começava a escurecer eu me trancava no quarto e chorava sozinha, Kate nem se quer sonha com isso. Depois que fui pra lá uma cicatriz que eu jurei que tivesse curado reabriu, flashes passavam pela minha cabeça a maior parte do tempo.

Flashback

Você tem que ficar aqui, você não tem a quem recorrer. Não tem onde cair morta. Ninguém quer você. – Margarete falava quase aos gritos, e sempre assim. Sempre que eu me recuso a fazer o que ela quer.

Vai sonhando que vou fazer isso outra vez. – Meu estômago embrulhava só de ver aquele imbecil perto de mim.

Ah você vai sim. Sabe por quê? – Ela sorri. – Porque eu mando em você, mando em todas que estão aqui. E eles vão fazer o que quiserem com você, por que enquanto estiverem sobe o meu teto terá que me obedecer.

Eu não te pedi para cuidar de mim. Preferia estar na rua. – Grito.

E todo dia isso, sempre que eu me recuso ou faço "malcriação" com os babacas, ou impesso que encostem na Kate, ela vira uma fera.

Flashback off...

– Lucy? – Lys me chama me tirando dos meus pensamentos. – Aconteceu alguma coisa? – Ela me olhava sem entender, meio que tentando adivinhar no que eu pensava.

– O que eu fiz de errado? – pergunto preocupada.

– Nada, você estava aí, parada parecendo um boneco de shopping. – Ela fala calmamente. – Algum problema?

– Não, nada. Só não suporto esses tarados mais. – Falo com um suspiro. – Espera um pouco. – Saio para atender uma mesa.

O resultado? Dei na cara do babaca. Sério, eu não sei o que esses homens pensam. Não é porquê eu trabalho em um lugar como esse, que eles já podem chegar passando a mão em mim e achar que vai ficar por isso mesmo.

Foi preciso que Lys, Anna, Mary e Tammy para me tirarem de lá. Nem dancei, mandei Carlos para o inferno e fui embora. Cheguei em casa era nove e meia, eu sempre chego mais cedo na boate para poder ensaiar o que vou dançar e aproveitar para relaxar (apesar de ser impossível relaxar naquele lugar). Do lado de fora ouço as risadas de Kate, provavelmente estava vendo um filme. Quando abri a porta ela se assustou e falou algo que não entendi.

– Sou eu mana. – Falo para não deixa-la com mais medo.

– E só a Lucy Fernando. – Ah tava explicado. Kate e Fernando tinham se tornado inseparáveis, todo dia ela ia jantar com ele, mas pela primeira vez em muito tempo não vejo ela se interessar logo de cara.

Kate e o tipo de pessoa que se apega muito rápido as pessoas, pelos traumas que passou. Ela não conseguiu superar nunca a morte dos pais, e quando achou que tudo fosse melhorar só piorou.

– Daqui a pouco te ligo. Tá bom. Beijo. – Desliga o celular e senta perto de mim enquanto eu tirava o sapato. – O que aconteceu?

– Briguei com um velho babaca lá. Carlos tentou me acalmar mas mandei ele para o inferno e vim embora. – Falar assim com Kate já se tornou tão normal que quando vejo já falei.

– Mais você está bem? Ele te machucou? – Pergunta preocupada.

– Estou bem. Só não queria ficar lá. – Jogo os saltos de lado. Se tem uma coisa que eu odeio, essa coisa é sandália de salto. – Vamos tomar sorvete? Tô precisando acalmar. – Sugiro já quase em pé.

O Poder da Sedução { Completo }Onde histórias criam vida. Descubra agora