O que você seria capaz de fazer para ajudar sua melhor amiga? Seria capaz de enfrentar seus medos e ir buscar ajuda onde você jamais iria em outra situação?
Lucy foi capaz. Quando Kate foi sequestrada pelo namorado ela não mediu esforços para salva...
Eu tentava correr estava suada e o meu corpo cheio de ematomas, eu corria na floresta fechada atrás do falso orfanato. Meus pés doiam e eu sabia que eles estavam perto. Meu coração batia rápido e descompassado dentro da caixa torácica.
Atrás de mim risadas altas ecoavam por todos o lados. Tropeço em uma raiz de árvore e caio, mais dor se espalha pelo meu corpo, uma pessoa alta para sobre mim.
– Achei você amor. – O rosto de Liam aparece e ele ria e avançava para me pegar.
Acordo assustada e vejo Fernando e Kate me olhando solidários.
– Oi. – eles falam em coro.
– Oi. – respondo.
– Tudo bem? Lys nos contou o que aconteceu. – Kate me abraça. Fico tensa, então Fernando também sabia olho triste para ele.
– Tudo bem, a Kate me disse que você só foi para lá para pagar o resgate dela é a reforma da casa depois do incêndio. Lucy. Pelo amor de Deus, sabe o quanto isso é perigoso, porque não me contou a verdade? Eu sou seu amigo. – Fernando se aproxima e parece magoado.
– Eu... não queria te envolver nisso. Tá tudo bem. – falo.
– Eu vou falar com o Liam assim que eu voltar de viagem, ele vai me ouvir eu...
– Não. – grito interrompendo-o. – não fale. As coisas que ele me falou foram suficientes, ele não vai perdoar nunca, e nem eu quero. Eu tentei me explicar, mas eu não quero que ele saiba, deixe isso, ele tá certo.
– Mas...
– Não Fernando. Por favor. – peço.
– Tudo bem. Agora eu tenho que ir. Se cuidem. – beija minha testa e depois da um beijo em Kate e sai.
Quando estamos sozinhas minhas lágrimas descem como se as comportas estivessem abertas.
– Foi horrível mana. – falo desesperada. – ele gritou e me chamou de cretina e vadia. Ele jogou minhas coisas no jardim, me humilhou de todas as formas possíveis. Ele... ele disse que eu sou pior do que a Isobel. Pior do que a ratazana de esgoto, ele não me deixou falar mana. E não parecia nem ser a mesma pessoa. – falo aos prantos.
– Tá tudo bem. Ele vai se arrepender mana. Ele vai. – me abraça.
– Por mim ele pode morrer. Eu não quero ver ele nunca mais.
Ela me abraça e chora junto. E ali estávamos nós, os papéis enfim se inverteram. Não era eu curando uma decepção de Kate, era ela, ela me apoiando, chorando comigo, era ela sendo a mais velha. Era reconfortante saber que ela estava ali para me ajudar, me tirar do fundo do poço.
*************
Eu estava na cama a dois dias, Kate estava trabalhando e Lys achava que eu não percebia ela vindo me ver de cinco em cinco minutos, com medo de que eu fizesse uma besteira.
– Onde ela está? – ouço a voz desesperada de Anna. Ela estava viajando com a Cristine, e voltaram antes, e já até imagino porque.
– No quarto. – Lys responde.
– Há dois dias? Mais que merda. – a porta e aberta e uma versão irritada de Anna estava parada na porta. – Você está terrível garota. – percebo sua voz embargada enquanto ela tenta fazer um tom despreocupado.
– Oi. – falo baixo.
– Você sabe que eu vou matar aquele otário não sabe? – ela pega minha mão e me puxa para um abraço. Minhas lágrimas idiotas não paravam de cair, parecia que nunca parariam.
– Foi... horrível Anna. Ele...
– Nem termine. Já estou com ódio o suficiente para explodir a China meu bem. – Anna havia se tornado minha irmã, esse jeito protetor dela era lindo, até Kate já se rendeu de encantos a ela. – Mais pelo amor de Cristo né Lucy. Vamos levantar dessa cama agora, e vamos sair.
– Eu não quero. – Viro de costas para ela.
– Você me ouviu perguntar se você queria ou não? – pergunta.
– Não. – reviro os olhos.
– Ótimo. Agora vamos, já para o banheiro, você está fedendo. – olho horrorizada para ela. – eu sei que ninguém tem coragem de falar, mas eu tenho. Agora banheiro.
Tomo um banho demorado e quando saio ela já tinha uma roupa preparada para mim, visto ela arruma meu cabelo, faz uma maquiagem, praticamente me obriga a calçar um salto, olho no espelho e vejo uma pessoa que não parecia eu.
Anna, Cristine, Lys e eu fomos em uma festa de um amigo da Anna, e o lugar estava lotado, mulheres se esfregavam nos homens vulgarmente, e havia bebidas de todos os tipos.
– Agora e hora de encher a cara. Mas quando a ressaca passar os problemas ainda estarão lá. Só pra te avisar. – Anna fala me entregando um copo grande de bebida que eu nem sabia o que era.
Eu já não sabia que horas eram, onde eu estava e já estava quase em um ponto de não lembrar meu nome quando Anna me arrastou para casa contra a minha vontade.
– Eu... odeio... eu odeio o Liam. – rio. Eu já estava com tanto álcool no organismo que se acendessem um fósforo perto de mim eu pegava fogo.
– Todas nos meu bem. – Anna responde rindo.
Caio na cama e acordo no outro dia com uma dor de cabeça de matar, meu hálito fedia alguma coisa que eu não era capaz de descrever. Tomei um banho demorado e depois Kate chegou e fez um discurso sobre aquilo.
– Deixa ela Kate. Ela precisava. – Anna fala.
– É, deixa ela. – Lys concorda.
– Vocês deram droga para a minha amiga? – Kate grita.
– Mais é claro que não Kate. Quem você acha que somos? As noiadas da esquina? – Anna pergunta.
Durmo sem querer ouvir mais daquela discussão. Quando acordo Kate não está lá. Anna foi embora com Cristine e Lys dormia pesadamente no quarto que era de Kate. Me arrumo escrevo um bilhete e saio.
Entro em uma festa e logo começo a beber. Conheci três meninas e dois meninos e logo começamos a beber juntos, dançar e quando vi já tinha contado a história com o babaca e eles me acompanharam em mais algumas incontáveis doses de Tequila.
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Eu já tinha perdido a hora e a conta de quanto de bebida já havia consumido. Só vi que já manhã quando saímos para ir embora, chamei um táxi, estava na hora de relembrar todo o pesadelo que a minha vida havia se transformado. Kate devia estar furiosa, mas eu já sou maior de idade, e tenho que aprender a lidar com os meus problemas sozinha e da maneira que eu escolhesse, sem ninguém para atrapalhar e me dar lição de moral ou dizer que tudo ia passar. Eu sabia que não ia passar. Só ia piorar, então que eu me afogue na minha desgraça, que todos os problemas me dominem se quiserem, mas eu não ia ficar mais na cama sentindo pena de mim enquanto o ordinário dormia tranquilamente com seus lençóis de seda e toda a riqueza dele.
