Capítulo 2

1.3K 65 0
                                    

Anahi saiu da sala e respirou aliviada, a cada dia se tornava mais difícil permanecer no mesmo ambiente que Alfonso sem poder tocá-lo, mas não tinha coragem de insinuar o mínimo que fosse que queria ser mais que sua secretária fiel.
O dia passou rápido entre telefonemas e anotações, Anahi não via a hora de ir para o seu apartamento e tomar um longo banho de espuma. Organizar a agenda de Alfonso era mais complicado do que parecia quando tinha que priorizar pessoas mais influentes.
Alfonso passou o dia todo longe do escritório e consequentemente longe de Anahi, foi privado o dia todo de seu doce perfume para ficar em meio a cinco homens discutindo o projeto que teria que ser modificado mais uma vez.
Estava cansado e furioso com o cliente, a cada projeto e planta, ele alterava algo, sua cabeça a ponto de explodir, mas antes de ir para casa e descansar, precisava buscar a pasta com a planta em que trabalhava e procurar uma forma de modificar o que fora pedido nessa nova reunião e quem sabe encontrar Anahi para lhe desejar um bom descanso. Não teve sorte, ela já tinha saído.

No estacionamento novamente, viu ao fundo uma mulher descendo de um carro, nervosa. Se aproximou o suficiente para ver que era Anahi.
_Senhor Herrera. - o reconheceu desconcertada.
_Não estamos no escritório e nem em horário de trabalho, pode me chamar de Poncho.
_Ah...eu...eu não sei se consigo me acostumar a falta de formalidade. - totalmente corada.
_Pense que senhor me faz sentir velho. - Alfonso deu de ombros e apontou o carro - Problemas?
_Creio que sim. - suspirou frustrada.
Alfonso retirou o terno e pediu que ela abrisse o capô, o que ela fez com relutância.
_Está com problemas no motor, você pode chamar um mecânico e um taxi, ou... - ergueu a cabeça para olhá-la - ou pode aceitar minha carona.
Anahi pensou ter visto uma ponta de constrangimento nos olhos de Alfonso, mas não tinha certeza.
_Não vou incomodar?
_Não não, de jeito nenhum. - parecia mais um adolescente desesperado - Quero dizer, não há problema algum.
Anahi o acompanhou até o carro e indicou a direção de seu apartamento. Tirando as indicações, seguiram em um silêncio constrangedor.
_Ahn...chegamos. - falou desligando o carro.
_Quer...quer subir e beber algo? - perguntou um tanto nervosa - É o mínimo que posso oferecer depois de sua ajuda.
_Eu...é...que...que preciso ir pra casa e rever esse projeto. - apontou para a pasta.
_Obrigada, Poncho. - Anahi acenou com a cabeça e abriu a porta do carro.
_Foi...foi um prazer Anahi.
_Any, pode me chamar por Any. - pediu com um sorriso, fechou a porta e caminhou em direção ao prédio.
Alfonso bateu no volante nervoso. _Idiota! Idiota! Você é um idiota Alfonso Herrera! Deixou escapar uma oportunidade única! - ligou o carro e saiu - Mas o que eu ía fazer? O que iria falar? Eu fico totalmente sem cérebro quando tô perto dela. Foi melhor sim, antes ela me admirar pela minha profissão do que me considerar um babaca sem noção e sem assunto.

Oportunidad Al CorazónOnde histórias criam vida. Descubra agora