Capítulo 18

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Any o olhava boquiaberta, mas como ele dissera, estava com a outra roupa por baixo.
Quando Poncho estava finalmente de bermuda e camiseta, foram direto para cama, Any se recostou no peito dele e conversaram por horas.
_Então quer dizer que em 27 anos você nunca encontrou alguém que realmente amasse?
_Não, os caras da faculdade se achavam demais, os rapazes com quem trabalhei ou eram grosseiros ou só pensavam naquilo. - deu de ombros - Não vale a pena.
_Nenhum namorado sério? - perguntou espantado - Você tão linda assim nunca encontrou um homem que te fizesse sentir especial?
_Teve o Aaron, pensei que ele era diferente, pelo menos me tratava bem, mas ele me traiu. - olhou pra Poncho - não conseguiu segurar as calças fechadas por um mês!
_Melhor pra mim que tive a chance de te conhecer.
_E você?
_Eu pretendo manter minhas calças fechadas pelo tempo que você precisar. - sorriu se divertindo com a carinha dela.
_Como você é engraçadinho né. Estou falando de relacionamentos.
_Ah! Agora entendi. - bateu a mão na própria testa fazendo graça - Namoros curtos e sem significado, todas mais interessadas no meu dinheiro e status do que no Alfonso de verdade.
_Todas elas foram totalmente idiotas! - sorriu e acariciou o rosto dele - Bom, melhor para mim que tive a chance de te conhecer. - deu um sorrisinho.
Poncho a abraçou e apertou a ponta do nariz dela.
_Você é tão linda. - beijou o rosto dela - Posso te contar um segredo?
Any fez que sim com a cabeça e o encarou atenta.
_Eu passava o dia todo no escritório te admirando, tentando criar coragem para te chamar para sair ou só conversar.
_E por que nunca falou nada?
_Porque sou muito, muito ruim em relacionamentos. - deu de ombros.
_Você não é ruim em relacionamentos, só é bobinho como eu.
Poncho abriu a boca fingindo espanto e a jogou sobre a cama, a prendendo embaixo dele.
_Eu não sou bobinho, só um pouco receoso. Quem me garantia que você não ía me dispensar?
_E eu pensando que a minha cara me denunciava.
Poncho parou para olhá-la quase sem acreditar naquelas palavras.

_Por que me olha assim? Vai me dizer que nunca reparou que eu ficava toda boba e nervosa perto de você?
_E como eu ía reparar se fazia um esforço enorme para você não perceber como eu ficava bobo e nervoso perto de você! - os dois se olharam e começaram a rir juntos de todo esforço desnecessário que fizeram para esconder a atração que sentiam.
_Eu disse que somos dois bobinhos.
_Então vem cá minha bobinha porque cansei de falar. - ele a puxou de volta para os seus braços e a beijou intensamente.
Já era madrugada quando se deitaram e finalmente dormiram. Poncho abraçou Any e dormiu tranquilo como há semanas não fazia. Pela primeira vez não precisou tomar o remedio para dormir e nem a dor de cabeça aparecera.

Na manhã seguinte, tomaram café juntos e Any acompanhou Poncho até seu apartamento para trocar de roupa e correrem juntos, como faziam todos os finais de semana.
_Anda preguiçosa, tá ficando para trás. - sorriu brincalhão correndo de costas para olhá-la.
_Poncho!!!! Eu corro para manter a forma e não para participar de maratona. - as mãos no joelho, recobrando a respiração - Você está sendo muito mal comigo.
_Não estou não, você é que precisa correr uns quilômetros a mais. - voltou para perto dela - Vem, vamos nos sentar um pouco e tomar aquele sorvete de chocolate trufado que você tanto gosta.
_Agora sim você disse a coisa certa! - um grande sorriso no rosto, segurou a mão que ele estendeu e caminharam de mãos dadas até o banco mais próximo.
Passaram boa parte da manhã no parque e depois seguiram para seus apartamentos, a noite iriam ao teatro e Any estava eufórica.
Sabia que deveria estar muito bem arrumada, a altura de Poncho, tanto como homem quanto pela imagem dele pela carreira bem sucedida. Não queria que ninguém tivesse duvidas de que ela era a mulher certa para ele.
Ocupou sua tarde em um salão de beleza e escolhendo o vestido perfeito para a ocasião, era oficialmente o primeiro encontro deles e tinha que estar linda.

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