Capítulo 38

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Any se levantou e o abraçou impedindo que continuasse a andar, Poncho cedeu ao abraço e seu corpo se soltou cansado, caindo sobre o de Any, levando-os ao chão. Any o manteve entre seus braços até os soluços de choro se transformarem em suspiros cansados.
_Poncho, um aneurisma não é o ponto final. - Chris se abaixou para falar e tocou as costas do amigo - O que eu estava tentando dizer e que você não me deixou falar é que seu aneurisma está bem no começo. A ruptura é pequena e há uma nova cirurgia que fecha essa abertura e tudo vai voltar ao normal.
_Ouviu meu amor? Está tudo bem, tudo vai ficar bem. - acariciando os cabelos dele.
Poncho ergueu o rosto molhado e vermelho pelo choro, admirando o rosto de Any e só depois se virou para Chris.
_Quais os riscos da cirurgia? - a voz rouca.
_Muito poucos. - Poncho o olhou desconfiado - Pare de me olhar assim, não estou mentindo para amenizar nada para você e Pablo não me deixa mentir. - apontando o neuro.
_Alfonso, o que posso dizer é que essa cirurgia é totalmente segura e eficaz. Você é jovem e forte e o aneurisma foi descoberto no início, o que ajuda muito. A cirurgia é rapida e segura. - Pablo interferiu ao ver a insegurança de Poncho.
Poncho se sentia meio perdido, sem saber o que dizer, então Any o fez por ele. Totalmente decidida.
_E quando podemos marcar essa cirurgia? - demonstrando uma força que calou a todos - Pelo que entendi, quanto antes Poncho for operado é melhor. Então quando?
_Uma semana no minimo. Alfonso precisa passar por alguns exames fisicos e cardiovasculares, entre outros para verificar a resistencia fisica.
_Vamos marcar o mais rapido possível. Não quero ver Poncho continuar se torturando pensando nisso. - voltou a acariciá-lo.
_Certo, vamos marcar tudo de uma vez, se possível amanhã mesmo ele já faz os exames e peço prioridade nos resultados. - Chris sorriu aliviado e tocou o braço de Any - Obrigado.
Any assentiu e com a ajuda de Chris levou um Poncho letárgico ainda para o carro após marcarem os exames.

Quando chegaram ao apartamento de Poncho, Any o deixou sentado no sofá da sala enquanto seguia até a cozinha.
_Bebê, você quer alguma coisa? - gritou para que ele pudesse ouvi-la.
_Uma vida normal seria pedir muito? - suspirou recostando a cabeça no sofá.
_Ei! Nada de desanimar e nem pessimismo mocinho! - o repreendeu, voltando a sala com dois copos de suco - Você ouviu Chris e o dr Pablo tão bem quanto eu. A cirurgia vai ser um sucesso e tudo vai ficar bem.
_Queria ter a mesma confiança que você.
_É por isso que estou aqui bebê, para te completar. - Any sentou no colo dele, entregando um dos copos - Agora que já saiu os resultados precisamos marcar para ir visitar a sua mãe.
_Está apressada hein.
_Claro! Quero conhecer a minha sogrinha.
_Tenho certeza que vocês duas vão se dar bem. - a abraçou com a mão livre escondendo o rosto no pescoço dela.
_Ai Poncho, isso faz cócegas! - dando risada enquanto ele esfregava o nariz no pescoço dela.
_Adoro ouvir seu riso, é contagiante.

Any aproveitou enquanto Poncho descansava e ligou para os seus pais para contar sobre o pedido de casamento. Tisha ficou eufórica e Henrique a parabenizou entre risos, feliz pela filha. Também contou a eles sobre a cirurgia de Poncho e seus pais praticamente exigiram que dissessem a data da cirurgia para que pudessem estar junto a eles.
Agora só faltava avisar a mãe de Poncho e o fariam aquela mesma noite quando fossem jantar na casa dela.
_Amor, acorda bebê. - chamou Poncho ao entardecer - Acorda dorminhoco.
Poncho se remexeu na cama e resmungou algo que ela não entendeu.
_Acorda bebê, você precisa se arrumar, esqueceu o jantar na casa da sua mãe?
_Só mais um pouquinho amor. - o rosto enterrado no travesseiro.
_Está muito preguiçoso Herrera, já faz duas horas que você tá dormindo direto.
_E quero dormir por mais oito. - jogou o travesseiro sobre a cabeça.
_Tudo bem, então eu vou ligar para sua mãe, pedir o endereço e ir sozinha para lá. - se afastando da cama - Já que meu noivo não me apresenta, eu faço sozinha.
_Está doida?! - descobriu a cabeça - Já estou indo me arrumar.
_Bem melhor assim. - saindo do quarto - Te espero na sala.

Ruth morava num condomínio não muito longe do aprtamento de Poncho, um lugar tranquilo, as casas pareciam ser tiradas de filmes antigos perfeitos, com seus pequenos jardins e cercas brancas baixas. Any sorriu ao se imaginar morando com Poncho em algum lugar parecido, conseguia até mesmo idealizar Poncho deitado no gramado com o filho sobre sua barriga.

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