Capítulo 43

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_O jantar estava maravilhoso Ruth. - Tisha elogiou assim que voltaram para a sala de estar.
_Agradeço Tisha, mas Guadalupe que merece os elogios, uma cozinheira fantástica.
_Fantástica mesmo, em Miami não conseguimos uma comida mexicana tão boa assim.
_Por que se mudaram para tão longe afinal?
_A capital nos trazia recordações demais querida, Any preferiu ficar, mas após o acidente de nosso Dereck, precisei de um lugar novo para recomeçar, mas confesso que a cada dia a saudade aumenta mais e mais. - Tisha se adiantou a explicar.
_Há sempre uma oportunidade para voltar. - Alfonso declarou num tom saudoso.
Any riu.
_Sentiu a indireta sogrinha?
_Petit, você está terrível essa noite! - todo sem jeito para falar.
Ruth voltou a corar.
_Estamos falando sobre seus pais querida.
_Pior cego é aquele que não quer ver mamãe. - acompanhando Any nas provocações.
Ruth sorriu nervosa.
_Realmente feitos um para o outro, não é? Até para me atormentar os dois se unem.
_Se está atormentando é porque aí tem...
_Tiraram a noite para pegar no nosso pé? - Alfonso estava desconfortável com a situação.
_Só tentando fazer vocês dois enxergarem o que todos nós já vemos e sabemos. - Any deu um sorriso meigo.
_E o que seria isso?! Porque eu não vejo nada fora do normal. - Alfonso revidou.
_isso seria amor reprimido. - Poncho riu alto ao ver os pais atonitos e sem palavras. Resolveu mudar o assunto - Acho melhor a gente ir embora pequena, porque preciso me preparar fisica e mentalmente para amanhã.
_Verdade bebê. - se levantou segurando a mão dele - Sogrinhos, estava muito boa a conversa, mas preciso cuidar do meu noivinho. - abraçando os sogros.
_Nós também já vamos. - Tisha se despediu de Ruth e Alfonso - Vai dormir na casa do Poncho, filha?
_Vou sim mãe, amanhã nos encontramos no hospital.
Cada um seguiu para seu destino, Alfonso voltou para o hotel onde estava hospedado, Tisha e Henrique foram para o ap da filha e Poncho e Any seguiram para o ap dele.
Passaram a noite entre carinhos e beijos, já sentindo saudades pelas noites que ele passaria no hospital.

Poncho se deixou levar por Any que acompanhava a enfermeira pelos corredores do hospital.
_Senhor Herrera, o senhor ficará nesse quarto até o momento da cirurgia, ele é particular e poderá ter apenas um acompanhante antes e após a cirurgia.
_Eu vou ficar com ele. - Any sorriu apertando carinhosamente a mão dele.
_Ok, depois precisaremos anotar seus dados como acompanhante. - se voltou pra Poncho - Até o momento da cirurgia, as visitas são livres, após o procedimento, será reduzida para o horario das 14 as 18 horas, a fim de evitar um desgaste maior ao paciente.
_E quanto tempo ele tem que permanecer internado após a cirurgia?! - Any, já ansiosa, quis saber.
_Tudo depende da recuperação do paciente, mas o dr Pablo poderá explicar melhor. Ele está com um paciente agora, mas logo virá vê-los, passar as recomendações e dar início aos preparativos para a cirurgia.
Any assentiu e após alguns ajustes a enfermeira os deixou a sós.
_Onde você vai dormir aqui no quarto? - Poncho olhou em volta, encontrando apenas uma poltrona reclinável e um sofá de dois lugares.
Any deu de ombros.
_Posso dormir no sofá ou na poltrona, são confortáveis e sou pequena.
Poncho negou com a cabeça.
_Nem pensar que você vai dormir nesse sofazinho. Vou pedir para que tragam uma cama para você, o quarto é grande e eu estou pagando um absurdo por tudo isso, o minimo que exijo é conforto para você.
_Amor, se acalma. Você precisa estar tranquilo para cirurgia. - acariciando os ombros dele - Sem stress.
_Exatamente, sem stress. - Dr. Pablo concordou, entrando no quarto - Não precisamos de uma veia dilatada e nem que seu coágulo aumente algumas horas antes da cirurgia. O que te deixou nervoso?
_Any precisa de uma cama decente para ficar aqui comigo como acompanhante. Não quero ela toda dolorida por dormir numa poltrona ou num sofá estreito.
_Vamos providenciar isso, mas agora o que precisamos e verificar sua pressão e te preparar para a cirurgia.
Poncho bufou.
_Vamos logo então, quanto antes acabar, melhor.
Enquanto fazia algumas verificações, Pablo explicou a Any tudo o que ela precisava saber.
Minutos depois, os pais de Any e Poncho chegaram e fizeram companhia até o momento da cirurgia.
Pouco antes Mai e Chris adentraram o quarto, Chris faria parte da equipe de cirurgia e Mai fora para dar apoio a Any, que ficou muito grata por ter uma amiga ao lado.
_Nós já vamos amor, volta logo tá? - deu um selinho e acariciou o rosto dele.
Poncho sorriu de volta.
_O mais rapido possível amor.
Os outros também se despediram antes dos enfermeiros conduzirem a maca com Poncho para o centro cirúrgico.

Já haviam se passado duas horas e ninguém aparecera para dar notícias. Any andava de um lado ao outro com Mai tentando fazê-la se sentar, Henrique estava abraçado a Tisha, sentados ao canto observando a filha ansiosa. E pela primeira vez em anos, Ruth e Alfonso não brigavam, pelo contrário, vendo e sentindo a agonia da ex-mulher, Alfonso a abraçou pelo ombro e Ruth, necessitando de um apoio, se deixou conduzir pelo abraço terno.
_É só uma trégua seu assanhado. - deu um tapinha no peito dele, um tanto emburrada.
Alfonso sorriu.
_Eu sei sua briguenta. Agora fica quietinha. - beijou o topo da cabeça dela.
Ruth disfarçou um sorriso e manteve silencio.
O que pareceu ser uma eternidade depois, uma enfermeira caminhou em direção a eles.
_Familiares de Alfonso Herrera. - todos se aproximaram, Mai abraçando Any pelos ombros - Tivemos uma pequena complicação durante a cirurgia. - Any cobriu os labios com uma mão, contendo o soluço - O senhor Herrera estava respondendo bem, mas ao iniciar a clipagem o dr Pablo identificou que o coágulo é um pouco maior do que apresentava anteriormente. Necessitamos da autorização do parente mais próximo para seguir com o procedimento.
_Sou o pai, eu assino. - mantendo a calma enquanto sentia Ruth desabar em seus braços.
_Tem...tem algum risco maior? - as lagrimas descendo pelo seu rosto.
_Os riscos continuam os mesmos senhorita. - pegou os papeis que Alfonso assinou - Preciso voltar a sala, assim que puder, trago mais notícias.

_Meu menino Alfonso, meu menino. - chorando desconsoladamente - Não quero perder o meu menino.
_E não vamos perder, fique calma querida, tudo vai dar certo. - abraçando-a mais forte.

_Filha, você precisa se acalmar meu amor, pelo seu bem e pelo de Poncho também, afinal você que vai cuidar dele após a cirurgia, não é? - Tisha usou seu tom de voz mais calmo e doce para tranquilizar a filha.
_Mas mãe, você ouviu a enfermeira.
_Ouvi. E ela disse que só vão precisar fazer uma pequena alteração nos planos. Poncho continua bem e respondendo. - abraçou a filha ninando-a.
_Sua mãe tem razão Any, se fosse algo grave, Chris teria vindo avisar, é por esse motivo que ele está naquela sala.
Any apenas assentiu se deixando levar pelo carinho e conforto dados pela mãe e pela amiga.
Mais algumas horas se passaram até Chris e Pablo finalmente aparecerem na sala de espera.
_E então? - Any levantou num pulo.
Tanto Chris quanto Pablo mantinham o semblante sem trair qualquer tipo de emoção.
_Falem logo, pelos céus! Odeio essas caras que os medicos fazem, me dá agonia! - Ruth se alterou com o suspense.
Alfonso deu um leve risinho, tentando controlar Ruth.
_Então, como Poncho está? - Any ainda tentava se controlar.

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