Capítulo 33

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A tarde aproveitaram o dia menos frio e foram ao aeroporto comprar as passagens para Paris.
Any estava animada com a ideia de conhecer um lugar tão romantico ao lado do homem amado e ainda conhecer o sogro.
Foram ao Central Park mais uma vez, caminharam e se distrairam.
_Amor, o que vai fazer com aquele quadro que arrematou no leilão?
_Vou enviar de presente para minha sogrinha linda. - Poncho respondeu com um sorriso.
_Eu pensei que era para sua mãe! - respondeu surpresa.
_Para minha mãe arrematei o vaso chinês. Dona Ruth não é muito adepta de pinturas, ela gosta mais de porcelanas.
_Bom saber, pelo menos não peco quando for dar um presente. - beijou-o no rosto - Mamãe vai amar aquele quadro, ela é louca pelas pinturas de Romero Brito.
_Deu para perceber quando fomos lá, sua mãe tem várias pinturas parecidas.
_É uma amante da arte, como ela diz.
Any tremeu de frio e Poncho a abraçou.
_Hora de voltar para o hotel.
_É, está começando a esfriar.
Caminharam abraçados até o hotel que não ficava muito longe dali.
Dois dias depois, arrumavam as malas e seguiram direto ao aeroporto rumo a Paris.
Poncho já havia avisado ao pai que iria buscá-los no aeroporto.
Ele dormiu boa parte do vôo com Any acariciando seus cabelos. Ela sorria agradecida, porque nos ultimos dias ele não havia reclamado de nenhum tipo de dor ou mal estar, mas também estava preocupada com a viagem tão prolongada, sendo que precisavam buscar o resultado dos exames e levá-los para Chris.
_Oi princesa. - sorriu sonolento.
_Olá meu bebê dorminhoco. - devolvendo o sorriso.
_Dormi muito?
_Acho que três horas, você parecia tão cansadinho. - acariciou o rosto dele - Poncho?
_Oi amor.
_Você não está prolongando a viagem para fugir do resultado do exame não né? - perguntou com receio.
_Não linda, quero realmente que conheça meu pai e depois que as ferias acabarem sabe-se lá quando vou ter tempo para levá-la a Paris. - segurou as mãos dela - Eu estou com medo sim dos resultados, mas sei que preciso disso para poder viver tranquilo com você.
_Que bom que entendeu bebê. - lhe deu um selinho - Vou estar sempre aqui para você amor.
_Te amo.
Aproximando seu rosto a beijou carinhosamente antes de aconchega-la ao seu peito.

Poncho empurrava o carrinho com as malas com uma mão enquanto segurava Any com a outra olhando para os lados em busca do pai. Para sua sorte o saguão do aeroporto encontrava-se quase vazio.
_Amor, tenta me ajudar a encontrar meu pai. - se voltou para ela - Sei que nunca o viu, mas se encontrar um coroa olhando para todas as pernas bem torneadas que passarem por perto e usando uma boina ridícula é ele. - falou sério.
_Amor olha só como você descreve o seu pai! - Any não conseguiu conter o riso.
_Ainda fui bonzinho, porque geralmente não é bem para as pernas que ele olha. - Poncho devolveu como se fosse algo natural.
Any não parava de rir enquanto procurava a figura distorcida que Poncho fazia de seu próprio pai.
Foi quando viu um senhor sorrindo e se aproximando, que ela tocou a blusa de Poncho.
_Amor, aquele senhor ali não tem nada a ver com a sua descrição, mas não pára de te olhar e tá vindo pra cá.
Poncho acompanhou o olhar de Any e se deparou com seu pai, realmente estava muito diferente. Alfonso usava uma roupa discreta, nada de boinas e totalmente alheio as mulheres a sua volta.
_Estou meio confuso, você é mesmo meu pai? - ergueu uma sombrancelha.
_É bom vê-lo também fils* - abraçando o filho - E você deve ser a petit que roubou o coração do meu herdeiro. - puxou Any para um abraço caloroso - Finalmente Poncho escolheu bem! Você é linda petit.
_Obrigada. - Any corou ao elogio.
_E timida! - Alfonso exclamou, rindo - Poncho você conseguiu uma reliquia nos dias de hoje, - puxando o filho para fora do aeroporto - sua mãe era assim quando nos conhecemos, timida e cativante, mas não se encontra isso com facilidade nas mulheres de hoje que só querem liberdade e se entregam facilmente. - balançou a cabeça em negativa.
_Pensei que era só o visual que tinha mudado, mas acho que você resolveu crescer pai. - falou rindo.
_Mais respeito com seu pai garoto, pelo menos na frente de sua petit. - sorriu para Any - Aposto que ele falou horrores de mim, assim como a mãe dele fala. - torceu o nariz.
_Não, pelo menos nada demais. - sorriu piscando para Poncho.
_Sei muito bem o que ele deve ter dito. - deu uma gargalhada - Poncho é tão velho quanto a chata da Ruth.
_Chata, mas não parou de falar nela desde que chegamos. - Poncho ergueu uma sobrancelha, em desconfiança.
_Não começa chatinho. - estalou a língua, mudando de assunto - Vocês vão amar a vila onde moro, é tranquilo e muito romântico para um casal novo e feliz.
Any notou uma nota de melancolia na voz e um olhar vago, perdido. Pensando um pouco chegou a conclusão que talvez, só talvez, Alfonso não tivesse superado o passado tanto quanto queria que as pessoas ao redor pensassem que o fizera.

A vila realmente era linda. Totalmente afastada do centro urbano de Paris, cercada por altos muros com muitas arvores e flores, a casa aconchegante era a descrição de uma cena romantica digna de filmes e livros. Any sorriu surpresa e feliz, entrelaçando seus dedos aos de Poncho, se aconchegando ao calor dos braços dele.
_O quarto que separei para vocês, fica de frente para a fonte central, então serão privilegiados com a melhor vista ao amanhecer que essa casa oferece. Espero que se apaixone por Paris petit. - dizendo isso se afastou em busca dos empregados.
_Por que seu pai sempre me chama de petit? - perguntou distraida brincando com as flores que pendiam do galho de uma das arvores.
_Por telefone eu disse a ele que traria a minha pequena para ele conhecer, agora vai passar os dias te chamando de petit.
_Ah sim, pensei que até ele me achava pequena. - deu uma risada baixinha - Poncho, por que seus pais se separaram?
_Nem eu sei direito. Um belo dia meu pai se achou novo demais para ficar preso em uma casa esperando o filho unico lhe dar netos. - sorriu de leve - E minha mãe já não gostava de tantas viagens e saídas, então optaram por cada um seguir o que queria. Pelo menos é isso que minha mãe diz.
_É que eu acho que seu pai parece arrependido da decisão que tomou.
_Depois de 5 anos? Não sei, o senhor Alfonso é muito de fases, num momento é o garanhão da terceira idade, no outro, o bom vovô a espera do neto.
_Pra mim não passa de uma casca. Os olhos e a voz dele dizem outra coisa. - deu um selinho em Poncho deixando-o pensativo - As vezes é preciso olhar de fora para entender e enxergar melhor a situação.
_Está cheia dos provérbios hoje.
_Estou inspirada pelo lugar.
Poncho a abraçou unindo suas bocas num beijo doce para logo em seguida irem para o seu quarto.
Any ficou impressionada com a enorme cama de dossel ao centro do quarto, todos os moveis em estilo antigo, uma mesa ao canto com um lindo arranjo de flores do campo.
_Amor, como é lindo aqui! - os olhinhos brilhando e sorrindo.
_Isso não tenho o que reclamar do senhor Alfonso, ele tem muito bom gosto. - se aproximou beijando a testa dela - Vem, vamos tomar um banho para poder jantar. Tenho certeza que meu pai preparou algo especial.

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