Capítulo 29

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_Voltaram cedo filha, não tava bom na praia? - Tisha perguntou assim que viu Any entrar na sala.
_Tava sim mãe, mas preferimos voltar. - deu de ombros e se aproximou - Poncho tava quase histerico falando que todos os homens estavam me olhando.
_Ele é tão ciumento assim? - Tisha balançou a cabeça rindo.
_Acho que menos que o papai. - sorrindo também.

Passaram a tarde em casa conversando e Any sempre observando as reações de Poncho para saber se ele não estava escondendo uma nova crise de dor de cabeça ou mal estar, mas para o seu alivio, nada aconteceu.
A noite se prepararam e foram jantar num restaurante especializado em frutos do mar. O passeio foi descontraído, saborearam o jantar tranquilamente e depois seguiram a uma galeria para ver uma nova exposição de quadros na cidade.
_Olha amor, aquele é lindo. - Any indicou o quadro com cores neutras e abstrato - Ficaria lindo na sua sala.
_Até que é bonito mesmo, pena que são só para exposição e não estão a venda. - beijou a mão dela entrelaçada a dele.
_Meu pai é que deve estar feliz por isso, porque pela animação da minha mãe, ela já teria feito ele comprar metade dos quadros dessa sala. - sorriu observando a mãe ao longe, animada com cada quadro que olhava.
_Seus pais são muito amáveis. Confesso que fiquei com medo de conhecê-los a princípio.
_Minha mãe é toda mãezona, já até te adotou, meu pai é mais conservador, mas é muito amoroso também. Acho que enxergam em você o filho que perderam. - se agarrando mais ao braço dele.
_E eu me sinto muito feliz por ter sido tão bem aceito. - respondeu com um sorriso no rosto e beijou a testa dela - Agora falta você conhecer meus pais.
_E como eles são? - já ansiosas por informações.
_Minha mãe é parecida com a sua, só que mais reservada. Não gosta muito de sair e vive sozinha, já meu pai é um mulherengo de mão cheia, bem capaz de apresentá-la e ele dar em cima de você. - brincou com um grande sorrriso.
_Vocês tem um bom relacionamento pelo que vejo com seu sorriso.
_Nos entendemos o máximo que a distancia permite, apesar de sermos tão diferentes.
_Sua mãe vai ser mais fácil de conhecer, afinal ela mora na capital mesmo, mas seu pai...
_Se eu ligar dizendo que quero que conheça minha namorada, ele pega o primeiro avião para o México e abandona a França só para te ver.
Any sorriu e o abraçando voltaram a atenção a exposição.

Os dias passaram rapidamente e já estavam de volta a Nova York, faltavam apenas três dias para o jantar e Any estava ansiosa e tensa.
_Amor, preciso encontrar um salão aqui para poder arrumar meu cabelo e uma manicure.
_Aqui no hotel tem, liga na recepção e pede para marcar um horário para você princesa.
_Está bem, vou fazer isso. Só mais uma coisinha, o vestido, acha que vai ficar melhor com sapato ou sandalia?
_Sandalia, bem delicada e de cristais.
_Está entendendo bem demais sobre moda Alfonso.
_Perguntei para vendedora, disse que o vestido era uma surpresa e ela me falou o tipo de sapato que ficaria melhor. - deu de ombros, sem myita importância.
Any bateu o indicador no queixo, fitando o nada, pensando.
_Bom, então precisamos sair para comprar porque eu não trouxe nada parecido.
_Não precisa, eu já comprei também. - deu um sorrisinho travesso.
_Alfonso! - as mãos na cintura - E como você sabe meu número?
_Olhei seu sapato quando dormi no seu ap.
_Não creio nisso, você armou tudo!
_Claro! E tenho certeza que você vai amar. - sorrindo, se levantou do sofá, caminhou até ela e a puxou para os seus braços - Vai ser a mulher mais linda da noite.
_É bom que seja, senão vai se ver comigo.
Poncho tocou a ponta do nariz dela antes de beijá-la, acariciou os cabelos dela, se afastou um pouco e beijou sua testa.
_Eu te amo pequena, agora ligue na recepção para marcar o horario senão vai ficar sem.
_Também te amo. - sorriu e deu um selinho nele e foi fazer a ligação.

A noite chegou e Poncho esperava na ante sala da suíte, vestido num impecável smoking, gravata borboleta, blusa social branca e calça e sapatos pretos. Os cabelos penteados para trás, a barba feita, ansioso por ver sua princesa.
Conseguiu imaginar como ela ficaria, mas nada o preparara para a visão a sua frente.
_Deslumbrante! - um sorriso bobo e as pupilas dos olhos dilatadas demonstrando o quanto apreciava a visão.
_Ficou bom? - perguntou com receio - Me sinto estranha com esse decote enorme no vestido. - completou num tom de repreensão - Esse vestido me deixa muito...muito...
_Linda, - se aproximou dela - sexy, - segurou sua mão - perfeita! - deu-lhe um leve selinho - Quando comprei o vestido não imaginei que ficaria tão magnífica assim.
_Verdade amor? - perguntou ainda com receio.
_Não mentiria para você. - sorriu tentando acalmá-la.
O penteado que Any havia escolhido deixava seus ombros e nuca expostos, exibindo cada detalhe do vestido. O coque era alto, feito como se fosse uma flor.
_Que bom que estou magnifica, porque você está lindo, sexy e maravilhoso nesse smoking. - puxando a lapela - Mais um pouco e esqueço aquele jantar.
_Nem pensar! Sempre compareci quando não era o homeageado, se faltasse hoje seria quase que uma ofensa a organização.
_Eu sei. Mas não custa tentar né. - deu um pequeno sorriso.
_Vamos logo Anahi, antes que eu faça uma loucura. - saiu rindo e segurando a mão dela.

Any estava ruborizada quando adentrou o salão, todos ali presentes, pareciam olhar incansavelmente para ela.
_Tudo bem amor? - perguntou carinhoso ao sentir a pressão dos dedos dela em seu braço.
_Você me paga quando chegarmos no hotel Alfonso. - falou baixo, disfarçando a irritação com um sorriso.
_E por que isso agora?
_Caso não tenha percebido, todos estão olhando esse bendito vestido.
_Mas minha intenção era justamente essa, te deixar magnifica aos olhos de todos os convidados. - beijou a mão dela - E já que sou o convidado de honra, tenho o direito de trazer minha namorada vestida como eu achar mais atraente. E se esse jantar nao fosse obrigatorio preto e branco, nesse exato momento você estaria num deslumbrante vestido vermelho, com um decote tão revelador quanto esse. - sorriu ao provocar.
_Agora você e oito a cada dez homens aqui pensam o mesmo. - sorriu irônica para provocá-lo - Não me sinto a vontade chamando tanta atenção.
_Pois não deveria se incomodar tanto, você é linda e merece ser admirada.
Poncho pegou a mão de Any e colocou-a em seu braço e seguiu andando pelo salão, atraindo todos os olhares. Assim que avistou seus amigos, se aproximou apresentando Any a todos e iniciaram uma conversa descontraída e engraçada.
_Amor, vou ao banheiro, tudo bem te deixar aqui? - perguntou ao ouvido dela para que ninguém mais ouvisse.
Any sorriu assentindo.
_Tudo bem amor, vou sobreviver as piadinhas do Chris e Jaime.
Poncho seguiu em direção aos banheiros deixando sua taça na bandeja vazia de um garçon que passava.
Pouco antes de alcançar seu destino foi parado.

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