Capítulo 50

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_Any...ANYYYYYYYY!!!!! - Poncho gritou desesperado antes de correr ao encontro do carro de sua mulher.
A cena que encontrou, o congelou, medo tomou seu coração, Any estava inconsciente, a cabeça contra o volante, uma trilha de sangue escorrendo por seu delicado rosto. O desespero aumentou, as lagrimas cegando os olhos de Poncho.
_Meu amor...minha pequena... - olhou desnorteado em meio a multidão que se formou - ALGUEM CHAME O RESGATE PELO AMOR DE DEUS!
_Acabei de chamar senhor. - soou uma voz entre a multidão.
Poncho olhou agradecido para a senhora que tocou seu ombro, mas não conseguiu dizer nada.
_Eu vi tudo senhor e posso testemunhar a favor. O rapaz avançou o sinal vermelho...
_Ela está gravida... - Poncho sussurrou desabafando.
E de um momento para o outro, os olhos que expressavam dor e agonia, estavam repletos de raiva, buscando entre as pessoas o causador do seu desespero.
Quando avistou um rapaz, sentado na calçada, sendo vigiado por dois homens, provavelmente seguranças dos edificios proximos, Poncho não pensou duas vezes em ir direto até eles.
_Ele está embriagado senhor Herrera. - reconheceu um dos seguranças de seu edificio.
_SEU DESGRAÇADO! - Poncho partiu para cima do rapaz, mas foi detido por uma mão em seu ombro.
_Calma Poncho, não piora a situação, a Any precisa de você ao lado dela e não vai poder fazer isso se estiver em uma delegacia respondendo por agressão. - Christopher o impediu.
_Mas esse filho da p...
_Eu sei o que ele fez e vai responder por isso. Já ativei os advogados e a Dul já ligou para Mai chamando ela o Chris. Agora, é melhor você voltar para perto da Any porque o resgate já chegou.
Poncho olhou a ambulancia e os paramédicos que removiam Any com todo cuidado, ao se aproximar foi barrado, mas assim que se identificou como marido da vítima, o liberaram e ele pôde seguir na ambulância. Nem por um único momento deixou a mão de Any cair, clamava e rezava para que tudo ficasse bem com os amores de sua vida. Lágrimas escorriam pelo seu rosto, marcado pela dor e medo.
Ao chegar ao hospital, encontrou Mai, Ucker e Dulce já na recepção esperando por ele.
_Como ela está? - Mai perguntou nervosa.
_Os paramédicos disseram que estável. - sem deixar de chorar - Eu não posso viver sem ela Mai!
A amiga o abraçou e levou até o banco mais próximo. Ver Poncho naquele estado era horrível de se suportar.
_Chris está em uma cirurgia, mas deixei recado e logo ele virá.
Poncho apenas assentiu, sem forças para mais nada além de chorar.

POV Poncho

Não sei por quanto tempo permaneci ali, sem forças, ansiando por qualquer notícia. O único que sabia, era que a mulher que amei e sempre vou amar, estava em um daqueles quartos, sob observação ou cirurgia e ninguém me dizia nada.
Eu vi tantas enfermeiras e médicos passarem a minha frente e nenhum deles com notícias concretas, só pedindo para que eu aguardasse ou que logo trariam notícias. Se isso era uma tentativa para me acalmar, estava dando muito errado, porque a minha vontade naquele momento era sair correndo pelo hospital a procura da minha esposa e do nosso bebê. Senti as lágrimas voltarem a escorrer pelo meu rosto, pensar na frágil vida que Any carregava por nós dois apertou ainda mais meu coração.
_Céus! Por que minha Any? - o choro voltou desesperado.
A essa altura, Tisha e Mai já tentaram de tudo para me acalmar, meus pais pegaram o primeiro vôo de volta para o México, enquanto Dulce cancelava as várias reuniões e Henrique e Ucker resolviam o processo que levaria o desgraçado que quase me tirou a Any atrás das grades.
_Poncho, agora você vai ter respostas. - Mai sorriu para me tranquilizar.
_Vim o mais rapido que pude meu amigo. - Chris estava quase sem ar pela corrida empreendida para chegar ali - Alguma noticia?
_Nada meu amor, eles parecem praticamente ignorar o desespero de Poncho por noticias.
_Já volto com informações. - apertou meu ombro e saiu.
Suspirei aliviado, finalmente alguem me traria respostas. Depois de dez minutos agonizantes de espera, Chris retornou, seus passos mais tranquilos, um semblante sereno, de certa forma, vê-lo assim me tranquilizou.
_E então? - ansioso demais para esperar, fui até ele.
_Any e o bebê estão a salvo, passaram por uma bateria de exames e logo ela será levada ao quarto onde poderá ficar com ela. Poncho, Any está com alguns hematomas da batida e a perna esquerda quebrada. Precisará de repouso absoluto quando sair daqui.
_Não vou permitir que saia da cama! - falei decidido.
_Ótimo. - sorriu, mas voltou a ficar sério e isso me preocupou.
_O que você ainda não me disse?
Chris suspirou.
_A placenta descolou do utero Poncho, o repouso absoluto é por isso. A gravidez está em alto risco e qualquer descuido vocês podem perder o bebê.
Eu não conseguia mais respirar, eu precisava me sentar. Perder nosso bebê não era uma possibilidade. Nós já amávamos aquela pequena vida, estávamos prontos para acolhê-la e dedicar todo nosso amor.
_Não precisa ficar assim Poncho, tudo o que você precisa fazer é cuidar dela e mantê-la em repouso absoluto.
Só consegui assentir com a cabeça, de um minuto para o outro meu mundo perfeito foi abaixo.
_Any não vai precisar se preocupar com nada, eu vou cuidar dela e só dela.
_Se precisar, estamos aqui também Poncho. - Tisha se prontificou.
Minha sogra como sempre tão alerta e forte quanto a Any. Só pude sorrir ao constatar de onde vinha tanta vivacidade da minha esposa.
_Obrigado Tisha.
Horas depois, Any foi levada ao quarto e só mais alguns minutos, eu poderia estar com ela.

Fim POV Poncho

_Senhor Herrera. - o médico chamou ao se aproximar do grupo - Sua esposa já foi levada ao quarto e o acesso para visitá-la já está liberado. Apenas três pessoas por vez, por favor. Ela ainda está sedada e precisa de um ambiente tranquilo quando acordar.
_Vai demorar muito para ela acordar? - ansioso, mal conseguia se conter para não correr direto ao quarto.
_Provavelmente ela desperte durante a madrugada ou pela manhã. O dr Chavez já deve ter avisado, mas vou reforçar, será necessário repouso absoluto. De preferência alguem que a acompanhe durante todo o dia para evitar tentações.
_Isso não vai ser problema. E o bebê?
_Desde que a regra do repouso seja obedecida durante o próximo mês, o bebê estará a salvo e muito forte.
_Obrigado doutor. - Poncho suspirou aliviado - Posso ir ficar com ela?
_Claro, é só me seguir, por favor.
Poncho sentiu seu coração apertar ao ver Any imóvel naquela cama, estava pálida e com tubos ligados a ela.
O medico se retirou deixando Poncho sozinho com Any, e novamente não conseguiu se controlar e voltou a chorar, só que dessa vez, de alívio, ver Any respirando tranquilamente e saber que acordaria a qualquer momento o deixava feliz.
_Ah minha pequena! Não sabe quanto medo eu senti de te perder. - se sentou na cadeira próxima ao leito, segurando a mão dela - Espero nunca mais levar outro susto desse. - beijou a testa de Any e permaneceu ali, tão imóvel quanto ela.
_Poncho. - Tisha chamou ao abrir a porta - Sem querer atrapalhar o momento de vocês, mas já atrapalhando, queria ver minha bebita um pouquinho antes de ir para casa.
Poncho sorriu.
_Não atrapalha de jeito nenhum Tisha, acho que estou me comportando como um grande egoísta. Você está bem? - reparando na palidez da sogra.
Embora demonstrando uma força e segurança enorme, Tisha estava tão mal quanto ele.
_Agora que sabemos que eles estão a salvo, estou bem mais tranquila. Mas você não é egoísta meu querido, só tem um amor grande demais pela minha filha e agradeço aos céus por ela ter encontrado você.
_Eu é que agradeço por esse pequeno anjo. - abraçou Tisha - E Henrique?
_Está a caminho, o advogado já deu entrada no processo criminal e Henrique está confiante numa bela sentença contra aquele irresponsável.
_Quanto mais tempo ele passar atrás das grades, mais satisfeito eu fico.
Mai entrou logo em seguida levando café para eles. Ficaram com Poncho até Henrique chegar e depois de passar um tempo com Any, foram todos embora. Menos Poncho, que não deixaria sua esposa por nada no mundo.

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