_Eu não vou dar detalhes para você não confundir caso tenha alguma lembrança, certo?! - acariciando as mãos dela.
_Certo. - Anahi assentiu.
_Nós nos conhecemos primeiro de uma maneira profissional...
_Ai céus, eu era uma...uma... - Anahi, com os olhos abertos em espanto sussurrou - uma garota de programa?
Poncho franziu o cenho e em seguida não conseguiu conter a gargalhada que veio, Any não havia entendido muito bem o que ele quis dizer e tirou conclusões erradas.
_Claro que não! - conseguiu responder ao controlar o riso - Você trabalha para mim como minha secretaria. Ai Anahi, você sempre com essa imaginação criativa.
_Foi a primeira coisa que veio a minha cabeça quando você disse profissional. - deu de ombros, corada até o último fio de cabelo.
_Um anjo como você, jamais chegaria a tal ponto. Bom, continuando, nos conhecemos primeiro profissionalmente, não foi difícil eu me apaixonar por você, na verdade, foi quase um amor a primeira vista, mas eu era muito retraído em casos sentimentais e você muito tímida.
_E quem tomou a iniciativa?
_O destino. Ele deu um empurrão um tanto inusitado. Eu precisava de uma amiga e você estava lá e depois acabamos por admitir o que sentimos.
_E você não vai me contar sobre esse empurrão?
_Não, por enquanto não. Lembra? Sem muitos detalhes para você não ficar confusa com o que eu conto e o que você possa lembrar.
Any assentiu.
_Tem razão. - suspirou - Só acho entediante a situação, é como se eu estivesse olhando através de um buraco negro.
_No momento certo, a luz vai aparecer. Não se preocupe. - acariciou os cabelos dela e depositou um beijo em sua testa - Acho que daqui a pouco o médico vem para visita e podemos perguntar sobre a alta.
_Não vejo a hora de sair daqui, não aguento mais ficar confinada e deitada.
_Não se anime tanto pequena, o repouso vai continuar em casa.
Any bufou.
_Nem pensar que vão me prender em outra cama! Não vou ficar parada feito um móvel só por culpa desse gesso na perna.
_Amor, não é só pela perna quebrada. O acidente provocou o descolamento da placenta, você precisa de total repouso pelo nosso bebê.
_Você quer dizer que corro o risco de perder nosso filho? - a voz soou trêmula.
_Só se não obedecer as regras. - Poncho forçou um sorriso - Vai dar tudo certo meu amor, você precisa ficar de repouso só por mais algumas semanas e faremos o acompanhamento sempre.
_Não quero perder nosso bebê. - uma lagrima escorreu por seu rosto.
_E não vai. - acariciou o rosto dela e num impulso deu-lhe selinho antes de abraça-la.
Any se aconchegou mais aos braços de Poncho, sentindo toda a calma e segurança que precisava.Quatro dias depois, Any recebeu alta e finalmente pôde ir para casa. A casa que não conhecia, não tinha idéia do que ía encontrar.
_Pronta para ir? - Poncho pediu ansioso.
_Sim! - respondeu animada.
Any assentiu e ele a pegou no colo, tirando da cadeira de rodas e colocando no carro.
Se sentiu inebriada pelo cheiro dele, perdida nos braços estranhos, mas ao mesmo tempo, muito familiares.
Quando chegaram a casa, ela notou um ambiente que transmitia calma, amor e conforto.
_É linda! - totalmente admirada.
Poncho riu.
_É sim, eu a reformei e você decorou. Um trabalho incrível por sinal.
_Obrigada. - Any corou ao elogio, ainda nos braços dele - Poncho, onde vou dormir?
_No nosso quarto. - respondeu o óbvio.
_Eu...eu... - ficou nervosa tentando encontrar uma maneira de dizer que não se sentiria confortável em dormir com ele, sem realmente conhecê-lo. Não queria magoá-lo de modo algum.
_Tudo bem Any, você vai dormir no nosso quarto, porque é mais familiar e talvez te desperte algumas lembranças, eu vou ficar no quarto de hóspedes ao lado, caso precise de mim.
_Me desculpe por isso. - a cabeça baixa, falando quase em um sussurro.
_Tudo bem meu amor, imagino como seja difícil para você e não vou forçá-la a nada. Vai tudo se encaixar no momento certo. - beijou a testa dela e seguiu para o quarto.
Os dias passavam e nenhuma lembrança ocorria a Any, presa no quarto e necessitando de Poncho e sua mãe para tudo, cada vez ficava mais frustrada.
_Por que não consigo me lembrar mãe?
_Vai lembrar minha bebita, não se martirize desse jeito. - acariciou os cabelos dela.
_É que...é tão estranho ser casada e não conhecer meu marido, ter um bebê crescendo dentro de mim e não saber como aconteceu.
Tisha sorriu.
_Aconteceu com muito amor querida. Poncho te ama demais e você a ele. Só precisa se deixar sentir.
_Não consigo, sempre que ele me toca, eu sinto o carinho e o amor, mas também sinto medo.
_Medo de quê?
_De não conseguir aprender a amá-lo outra vez. - secou uma lágrima que descia por seu rosto.
Do lado de fora do quarto, Poncho fechou os olhos com força e sufucou o grito em seu peito. Desceu as escadas as pressas, indo direto a área externa. Só ali, deu vasão as lágrimas que ardiam em seus olhos.
A cada dia ficava mais difícil não poder tocar em Any de verdade e agora seria impossível. Se seu toque a atormentava tanto, não o faria mais. Por ela, somente por ela aceitaria esse sacrifício.
"Por favor, que ela se lembre de mim. Por favor", pediu em silencio, voltando a chorar.Any esperava por Poncho para irem a consulta saber o sexo do bebê. Estava sentada na cama, olhando a aliança em seu dedo, tentando entender como pudera esquecer de um amor. Fechou os olhos cansada, tentando se encontrar.
"Ter você Any é a maior benção que recebi e prometo fazer o possível e impossível para mantê-la ao meu lado e merecer o seu amor. - ao finalizar, deslizou a aliança pelo dedo de Any e beijou-a na testa."
Atônita, abriu os olhos novamente, em busca de mais imagens, em busca da voz.
_Any, podemos ir?! - encostado a porta.
_Eu...Poncho, eu...eu acho que me lembrei de algo. - sorrindo eufórica.
_Do que se lembrou princesa? - correndo até a cama e segurando as mãos dela.
_Acho que...do nosso casamento. Um pedacinho só. Mas isso é bom, não é?!
Poncho sorriu.
_É ótimo minha linda! - beijou as mãos dela - Logo logo você vai lembrar de tudo.
_Poncho, obrigada por tanta paciência comigo.
_Você é minha bênção Any, faço tudo por você. - acariciou o rosto dela, mas em seguida se levantou - Acho melhor irmos, senão vamos perder a consulta.
Any assentiu, frustrada, nos últimos dias, Poncho mal a tocava e passava bastante tempo no escritório trabalhando, deixando-a em companhia da mãe ou da sogra. Ele havia se afastado e Any não conseguia entender o por quê.Já na obstreta, finalmente respirou aliviada. A gravidez seguia segura, o bebê estava bem, só faltava saber se era um menininho ou uma princesinha.
_Vamos ao mais importante então. - a obstetra passou alguns minutos buscando na tela e olhou para Any sorrindo - Parabéns papais, vocês vão ter um meninão perfeito.
Poncho sorriu e beijou a testa de Any, acariciando a mão dela, os olhos cheios de lágrimas, emocionado.
_Obrigado meu amor. - sussurrou próximo ao ouvido dela.
Any sorriu entre as lágrimas derramadas, um friozinho percorrendo a espinha causado pela respiração de Poncho tão próxima ao seu pescoço.
_Obrigada por me amar. - acariciou o rosto dele.
Já não era mais estranho tocá-lo ou ser tocada por ele, ao contrário, sentia falta. Muita falta.
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Oportunidad Al Corazón
FanfictionAlfonso sempre foi um cara tranquilo e que não gostava de arriscar. Nunca se dava uma oportunidade, nem mesmo para declarar o seu amor a sua secretaria, Anahi. Ela parecia não notá-lo além do perfil profissional, mas ele não conseguia tirar ela da c...