Capítulo 20

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Poncho desviou o olhar e engoliu em seco. Não pensou que ela abordaria o assunto tão rapido, ainda faltavam duas semanas para viagem.
_Poncho?! - chamou a atenção dele ao não receber resposta - O que há com os exames?
_Bom, é que...eu...não sei se vai entender...
_Você fez os exames Alfonso? - perguntou séria.
Poncho negou com a cabeça, não conseguia falar, não conseguia mentir para ela.
_Você não pretendia fazer esses exames?
_Não. - falou bem baixinho - Na verdade, eu...eu tenho medo dos resultados. Só queria passar essas férias tranquilo em sua companhia.
_Mas você precisa saber o que realmente está acontecendo para se cuidar.
_Não, não quero passar minhas férias preocupado se vou viver dois dias ou cem anos. - falou praticamente resmungando.
_Está parecendo um bebê manhoso Alfonso. - bufou frustrada - Esse sim é um ótimo apelido para você, bebê. - completou com certa ironia.
_Não tô fazendo manha. - passou as mãos pelo cabelo - Só não quero isso agora.
_Mas vai fazer senhor Herrera, ou nada de saídas e encontros.
_Isso é chantagem Anahi! - falou inconformado - Vai mesmo fazer isso?
_Se for para o seu bem sim.
_Ok, eu faço. Pode marcar a droga do exame. - bufou, contrariado.
Any sentiu muito por causar aquela tensão, mas precisava convencê-lo.
Poncho ficou chateado, mas mesmo que fizesse os exames, não iria atrás dos resultados tão cedo. Any o tinha convencido a fazer os exames, mas não ameaçou nada referente a consulta ou aos resultados. Isso poderia esperar após suas férias. Nada atrapalharia o seu momento só com ela, um momento que ele queria que fosse só deles, nada de trabalho, nada de problemas de saúde. Só os dois.


Poncho se remexeu desconfortável, sentado no sofá do seu apartamento ao lado de Any, ela prometera que passaria a noite ali com ele depois do clima ruim que ficou no restaurante, mas lhe incomodava que ela só estivesse ali por aquele motivo ou por medo de deixá-lo sozinho após a pequena dor de cabeça que sentiu e o fez encerrar o passeio.
_O que tanto te incomoda Poncho? - ela estava usando uma camisa dele já que não tinha roupas para vestir e dormir ali.
_Não é nada. - tentando finalizar o assunto.
_Então por que parece que tem formigas nas suas calças, você não sossega? - ergueu uma sobrancelha - Vamos, fala logo.
_Você é intimidadora as vezes. - sorriu, nervoso e suspirou ao ver que ela não desistiria - Por que está aqui Any? Por que está comigo? - perguntou quase em um sussurro.
_Estou aqui porque você me pediu para dormir com você e me senti feliz em dizer sim, porque adorei dormir e acordar em seus braços e estou com você, porque gosto de você. - deu-lhe um selinho - Porque te amo. - confessou com seus labios ainda muito próximos.
_Não está comigo por... - não conseguiu pronunciar o resto da frase.
_Por seu status e dinheiro como as outras? - completou com aquilo que pensou que ele diria - Claro que não! Eu amo o Alfonso Herrera em toda sua essencia e fico ofendida que me compare as loucas do seu passado.
_Não, não é isso. - engoliu em seco - Você não está comigo por compaixão? - fechou os olhos apertando-os.
Ela o olhou sem compreender no inicio, mas após analisar a situação, entendeu porque ele temia tanto. Tinham começado o relacionamento no auge do problema dele. Começou a rir, o que chamou a atenção dele, abrindo os olhos.
_Compaixão? - segurou o rosto dele entre as mãos - Eu sinto muitas coisas por você nesse momento Poncho, mas compaixão com certeza não se encaixa em nenhuma delas.
_Eu estava com tanto medo que você só estivesse por perto por causa desse maldito coágulo. - seus olhos expressavam medo e desconforto.
_Desde que comecei a trabalhar para você, me apaixonei e te desejei intensamente. Não me lembro de coágulos naquela época.
_Você tem ideia do quanto me faz feliz? - puxou-a pela cintura, ela sorriu se estreitando nos braços dele - Eu te amo tanto Any, desde o primeiro dia que a vi, soube que nunca mais teria meu coração de volta.
_Então foi uma troca mutua, porque o meu está com você. Para sempre.
Poncho tomou a boca dela em um beijo apaixonado, cheio de amor e carinho, mas que logo se transformou em desejo provocando-os.
_Any... - chamou o nome dela baixinho.
_Mais uma das coisas que sinto por você. - mordeu o pescoço dele - Excitação, você me excita. Eu te quero Poncho.
Voltou a beijá-la com intensidade.

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