A Viagem - parte 1

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Lá estava eu, arrumando minhas coisas para a viagem do 1° ano. Eu tinha 15 anos. Era uma semana acampando em uma floresta.

Pensante:----Sinceramente, não sei pra quê passar 5 horas em um ônibus pra ver mato. Tanto lote vago por aí que tá só o mato e vocês indo não sei pra onde pra ver.

---Cala a boca, Pensante!

Flashback on

---Filha, não esquece a escova de dentes e o desodorante! --minha mãe gritou da cozinha.

---Tá mãe. --respondi.

---E pega calcinhas extras, nunca se sabe. E meias também! --voltou a gritar.

Pensante: ---Só faltou te lembrar de pegar a roupinha de escoteira.

---Cala a boca! --eu disse.

---Pietra Vale, você me mandou calar a boca??? --minha mãe apareceu na porta do quarto com um olhar que mataria qualquer um vivo ou morto.

----Não mãe! Eu tava falando sozinha.

Pensante: ---Não mesmo, ela tava falando comigo...e tem outra, Pietra sabe que se mandar a senhora, dona Claudineide, calar a boca, ela perde todos os dentes.

----Isso é mentira! Ela nunca faria isso! --exclamei.

Minha mãe me olhou estranho.

---Filha, você precisa de um psicólogo.

Pensante: ---Também acho, dona Claudineide, também acho.

----Não, isso é mentira! Estou bem!

----Não, não está. --minha mãe disse.

Pensante:----Não mesmo, tem uma voz na cabeça dela. Hahahaha!

----Parem! --eu disse.

----Filha, vou agendar a consulta. --Dona Claudineide disse e saiu do quarto igual um tiro.

Apertei meu rosto contra o travesseiro indignada.

---Pronto, Pensante. Satisfeito?

Pensante: ---Não...vai que o psicólogo me tira da sua cabeça. Você não pode viver sem mim. E para de fazer essa cara de lesma perdida.

---Já cansei de você. Talvez o psicólogo resolva isso pra mim.

Pensante: ---Tô com medo...ainda mais com essa cara de psicopata sedento por sangue...Ih! Não tenho sangue. Huahuahua!!!

---Tosco.

Pensante: ---Gira Olhos.

Coloquei os meus fones e deixei a música no volume máximo...foram ótimos 30 minutos de paz. Terminei de arrumar tudo. E então desliguei a música para tomar banho.

Pensante: ---Por quê parou??? Parou por quê??? Tava rolando a maior festa aqui.

---Não enche.

Tomei meu banho e me vesti.

Pensante: ---Você tá parecendo uma andarilha.

----Pena que ninguém te perguntou.

Me despedi da minha mãe e do meu pai, Juditio. E fui para a escola. O ônibus já estava lá.

Pensante:----Alguém tira essa carcaça daqui e traz um ônibus decente... agora!!!

Dei aquela girada de olhos. Entrei no ônibus e sentei no último lugar. O restante dos alunos se sentaram nas outras poltronas e só eu fiquei sozinha.

Pensante: ---Mano, e eu?

Quando o ônibus começou a andar, parou de repente e entrou o Oliver. E eu fiquei hipnotizada, como sempre...ele é lindo...

Pensante: ---Vai, come o garoto com os olhos. Para com isso lezada! Tá dando na cara a sua queda do Everest por ele.

Me consertei. Pensante tinha razão. Mas quase morri quando ele sentou do meu lado. O que eu vou fazer?

Pensante: ---Passar vergonha. Quer ver?

---Oi, você é a Pietra, né? --Oliver perguntou.

Pensante:----Não ela é o Juvelino.

----Quê? --perguntei sem ver.

----Seu nome, é Pietra, né?-- ele repetiu.

----Ah sim, Pietra sim.

Pensante: ---Isso fia, baba.

---Tudo bem? --Oliver perguntou-- Você parece um pouco nervosa.

Pensante: ---Um pouco??? Mano, ela tá parecendo um colchão d'água.

---Não, está tudo bem sim.

Oliver deu um sorriso de canto. E ajeitou o óculos. Ele é o nerd mais lindo do mundo!

---Deve ser estranho conversar com um cara estranho como eu.

Pensante:----Cara, preocupa não, Pietra te supera.

---Se o problema for ser estranho, eu ganho de você fácil. --sorri.

Oliver sorriu de volta, e me olhou estranho.

Pensante: ---Né, o que diz de fazermos um jantar à luz de vagalume hoje, Pietra?

----Que foi? --perguntei involuntariamente.

----Nada...--Oliver respondeu pensativo.

----Você tem alguma coisa sim.-- eu disse tentando disfarçar minha burrice.

----Tenho...-- ele respondeu.

Pensante:----Tá bêbado. Falar nisso, trouxe suco de uva, tu é de menor. Só que é imaginário. Tá, Pietra?

----Cara, você tá bem?-- perguntei.

Pensante:----Bem... louco.

----Acho que meu subconsciente tem razão.-- eu disse sem pensar.

----An? Quê? Desculpa, é que a Racional não me deixa em paz.-- Oliver disse.

----Quem é Racional?-- perguntei temendo a resposta.

Oliver me olhou, se aproximou mais de mim e disse:

----Por favor, não me ache louco, mas...eu converso com meu subconsciente.

Pensante: ---Me apaixonei... Racional + Pensante = Rasante...

----Quê? Achei que era só eu! --eu disse.

*****continua...

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Ordens Macabras do Meu SubconscienteOnde histórias criam vida. Descubra agora