A minha mãe vive inventando moda. E dessa vez não foi diferente, me cadastrou como voluntária em um grupo de visitas ao asilo.
Pensante:----Só falta te cadastrar num serviço de ajuda ao coveiro e de visita em velório...Eu não queria estar no seu lugar.
*******Flashback on*******
----Anda logo Pietra! Você é voluntária, tem que ir!
----Mas eu sou voluntária involuntariamente, então não vale! Por que a senhora não vai?
Pensante:----Porque ela quer ficar em paz, assistindo filmes melosos e se entupindo com brigadeiro e refrigerante.
----Porque tenho muita coisa pra fazer. ---Ela respondeu.
----Não, não tem.
----Tenho sim. ---ela me lançou um olhar de reprovação.
----O quê, por exemplo?
Pensante:----Dormir.
----Eu tenho que fazer as unhas. ---respondeu.
----Sério? Suas unhas são tão importantes que não pode deixar elas pra depois e ir visitar aqueles doces velhinhos.
Pensante:----Você não deveria ter tocado na ferida.
----Grrr...Tá bom Pietra Vale, vou me depilar! Fazer uma depilação completa! Satisfeita?
Pensante:----Santa delicadeza.
----Tudo bem, se é por isso...Só não reclamo porque não quero uma mãe das cavernas.
Ela me lançou um olhar assassino. E eu achei mais prudente correr. O ônibus dos voluntários já me esperava. Sério, meio estranho pra mim ir visitar aqueles velhinhos...não os conheço...
Pensante:----Não se preocupe, eles vivem à base de crochê e damas, não deve ser difícil.
----É, você tem razão.
----Com quem tu tá falando, meu?--- um carinha que estava sentado do meu lado perguntou.
----Ninguém.
----Olha, se tu num quer ir, fala agora que ainda tamo perto da tua casa, tá?
Pensante:----Que lindo, fugiu da escola!
----Não, tudo bem.
----Bom, meu nome é Aaronildo. Nóis vai no asilo dar um pouco de alegria pros velhinhos, certo?
Pensante:----Errado...tudo errado. Você acabou de assassinar o português....Pega, assassino!!!!
----Acho que sim.
----Tu preparô alguma coisa? -- ele perguntou.
Pensante:---- Sim, sua matrícula em uma escola.
----Tinha que preparar?
----Sim...mas se tu num tiver preparado, nóis pode fazê uma peça.
Pensante:----Vai dar ruim...e eu vou ajudar a piorar...na na na na...Huahuahuahuahua!!!
----Para com isso!!!--eu disse de repente para Pensante.
----Num se preocupa --Aaronildo disse-- Num vô te incomodá mais.
----Não estava falando com você, Aaronildo.
----Ah, não?
Pensante:---- Claro que não Fujão, era comigo...se liga mano!
----Não...--gaguejei procurando uma desculpa-- É que...é que...meu namorado não para de me mandar mensagens...
----Namorado?
Pensante:----É, o que trocou ela pelo Japão.
----Sim, mas, então, sobre o quê é a peça? ---perguntei fugindo do assunto.
----Bom, é uma versão minha de Romeu e Julieta.--ele respondeu.
Pensante:----Mano, essa parada envolve morte e beijo...sai fora, Pietra...
----Huum, interessante.
Pensante:----Você não me escutou com Oliver e agora ele está no Japão! Me escute dessa vez! NÃO VAI DAR CERTO!!! ELE VAI IR EMBORA PRA UM COMETA!!!
---E então? --Aaronildo perguntou.
----Tá...Qual papel eu faço?
Julieta não. Julieta não. Julieta não...
----Narradora das cena.
Ah! Que bom!
----Legal. Me empresta o texto? --pedi.
Cara. O dicionário grego era mais fácil de entender. Tinha coisas do tipo: "Eis se amava mais o amo deis era poibrido." ou "Um era aparentando com os Escapuleto e o otro com os Monstrequio."
Pensante:----Mano, ele tem que pedir perdão ao escritor...ele deve ter se sentido ofendido.
----Bom...--eu falei-- posso ler do meu jeito?
----Pode. Mas por quê? --ele perguntou.
----Porque tem alguns errinhos. --respondi.
Ele me olhou de um jeito estranho. E disse:
----Tu é burra, mano? Tá tudo certo. Meu primo Uogiton, super inteligente, que corregiu pra eu... e tu vem falar que tem errinho, meu?
Pensante:----Ui, mano! Ele disse Uogiton??? Uogiton??? Tinha que ser primo de um Aaronildo...
----Tá bom...não tá mais aqui quem falou... Eu leio do jeito que você escreveu, então...Sem neura...respira...tá? --falei.
Pensante:---É...e fala pro Uogiton que ele tá de parabéns.
*****continua...
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Ordens Macabras do Meu Subconsciente
Teen FictionAcho que essa sinopse deveria começar de outro jeito, mas o problema é que quando se trata da minha vida, nada é normal. Cuidado, esse livro contém alto teor de tosquice e humor de baixa qualidade. Bem baixa. Tipo, bem baixa mesmo. Tudo culpa dele...