Certo, eu sabia que tudo ia piorar, mas não tinha como piorar diferente? Quando cheguei à sala da diretora, o sinal do intervalo tocou, entrei na sala e ela pediu que eu sentasse.
--- Bom, flor. Embora eu esteja achando tudo isso estranho demais para o meu gosto, você não errou nada na prova. -- ela suspirou -- Isso quer dizer que você está apta para seguir na série que você estaria se não estivesse ficado fora...
--- Em coma, quase morta, inútil.
Ela me olhou estranho.
--- Se não tivesse ficado em coma durante todo esse tempo. Certo, peço que fale com um psicólogo e traga um laudo com sua situação psicológica para entregar quando a diretora efetiva voltar, certo? Agora, peço que se prepare para começar seus estudos amanhã no terceiro ano do ensino médio, turma 12.
--- Certo.
--- Então, até amanhã, flor.
--- Até amanhã. Obrigada, diretora.
Se não bastasse, 12 era o número da turma que eu estava no coma. Perfeito. Minha vida vai ser dividida entre 'real' e 'coma'. Maravilha! Para piorar toda a minha confusão, saí da diretoria no apogeu do intervalo. Jovens e adolescentes espalhados por toda a escola com suas línguas afiadas para falar sobre o que não é da conta deles. Eu poderia socá-los. Espera, desde quando me tornei tão violenta? Só percebi que estava parada feito uma estátua quando uma certa baranga apontou o dedo na minha cara, me levando a olhar pro seu rosto inchado e chamando a atenção de toda a escola.
--- Escuta aqui, sua qualquer. -- ela falava alto e cuspindo -- Vai ter volta, você vai se arrepender de ter se metido comigo.
Do jeito que eu estava eu fiquei, apenas endireitei a postura.
--- Escuta aqui você, sua estúpida! Entre de novo no meu caminho e se intrometa de novo na minha vida que eu faço você se arrepender pro resto da sua existência!
De fato, minha voz saiu mais alta e autoritária do que eu esperava, mas desde que ela cale a boca, não me importo.
--- Ah, ou o quê? -- fez uma irritante voz zombando -- Vai me bater de novo e na frente da sala da diretora?
--- Quer fazer o teste?
Dei um passo a frente e pude ver que ela estava tentando se fazer de corajosa. Os alunos estavam eufóricos observando o que acontecia. De repente, um clic atrás de mim denunciou que a diretora acabava de abrir a porta.
--- O que está acontecendo aqui? -- a mulher perguntou.
--- Nada, só essa louca que me agrediu sem motivo e disse que vai fazer novamente.
Uma mão no meu ombro.
--- Isso é verdade, flor?
Uma risada sarcástica escapou da minha garganta.
--- Sim. É verdade. Bati nela e bateria de novo quantas vezes precisasse. -- olhei para a garota que me encarava assustada -- Se ela voltar a me incomodar, eu não vou deixar barato.
--- Então não foi uma agressão gratuita? -- a mulher perguntou.
--- Nada nessa vida é de graça. -- soltei me virando para ela.
--- Bem, meninas. As duas serão castigadas. As duas erraram. Mas não posso castigá-las, logo a diretora efetiva vai voltar e resolver isso. Até lá, se comportem.
Assenti e virei as costas para elas indo em direção à saída da escola. Liguei para a minha mãe que logo chegaria. Me sentei na escadaria observando o visor do celular.
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Ordens Macabras do Meu Subconsciente
Teen FictionAcho que essa sinopse deveria começar de outro jeito, mas o problema é que quando se trata da minha vida, nada é normal. Cuidado, esse livro contém alto teor de tosquice e humor de baixa qualidade. Bem baixa. Tipo, bem baixa mesmo. Tudo culpa dele...