Não demorou muito e o filme acabou.
----Quer tomar banho? ---perguntei.
----Sim. Mas não tenho roupas.---respondeu.
----Não se preocupe. Eu dou um jeito nisso.
----Me nego a vestir as roupas do seu pai. ---disse fazendo bico.
----Quem disse que são do meu pai? Se bem que você iria ficar uma gracinha com elas. Espera aqui, já volto.
Saí de lá e fui em direção ao quarto de hóspedes, ou, se quiser chamar de quarto das velharias, também pode. Mas o que importa é que meu primo, o Leon, quando veio passar uns dias aqui em casa, esqueceu a mala aqui. E não, não foi uma malinha, foi a mala principal. A que estava com todas as roupas dentro. Inclusive o pacote de cuecas novas que minha mãe deu de presente pra ele na frente de toda a família e o fez morrer de vergonha por isso. Mas qual o problema? São só cuecas! Sim, são só cuecas. São só cuecas estampadas. São só cuecas estampadas, uma com estampa de cachorro e a outra de gato. Mas continuam sendo apenas cuecas. Não é?
Enfim, peguei a mala e levei até o meu quarto. Meus pais estavam assistindo televisão na sala. E nem perceberam que eu passei bem atrás deles. Quando cheguei no quarto, Pens... Dayan, já estava no banho. Esperei um pouco. E ele saiu do banheiro. Tampei meus olhos.
----Não estou nu. ---ele disse.
Tirei a mão dos olhos. E o que vi não me agradou nada. Ele pegou meu roupão preto. MEU ROUPÃO PRETO! Respirei. 1...2...3...
----Algum problema? ---perguntou.
----Não. Imagina. O fato de você estar usando meu roupão preferido não torna a situação um problema.
----Desculpa. Adoro seu sarcasmo. É que é muito legal esse roupão. ---disse apontando para o mesmo.
----Eu sei. ---coloquei a mala em cima da cama--- Pode usar o que quiser. Vou até a sala dar boa noite aos meus pais enquanto você se veste. Quer alguma coisa da cozinha?
----Pode me trazer água?
Assenti.
----Ah! E antes que você pergunte, as roupas de baixo ---não consigo falar 'cuecas'--- são novas.
Fui até os meus pais o mais devagar possível. Depois, passei na cozinha e peguei uma garrafa d'água. De volta ao quarto, encontrei Pens...Dayan com cara de tacho.
----Cachorro e gato?
----Você escolheu a de cachorro, não foi? ---perguntei rindo muito e ele assentiu.
Ele bebeu a água como se fosse a última do planeta. E depois fomos dormir.
...No dia seguinte...
----Pietra? Pietraaaa? ---Pens... Dayan me acordou.
----Ah! Quié?
----Já se decidiu?
Ih! Ainda tem isso.
----Bem...não. ---notei que ele ficou desapontado. Não tenho culpa. ---Mas já sei o que fazer.
Liguei pro Oliver e marquei um encontro pra daqui a pouco. Pens... Dayan e eu nos aprontamos esperamos meus pais saírem e lá fomos nós.
Marcamos na praça perto da minha casa mesmo. Oliver já estava lá. A cara que ele fez quando me viu com o Pens... Dayan foi tragicamente engraçada e triste.
-----É... O Come Livros não curtiu nos ver juntos. ---Pens... Dayan disse.
----É...---comecei--- Mas não chame ele assim.
Pens... Dayan (Droga! Não consigo dizer Dayan.) soltou uma risada irônica. Quando chegamos até lá, Oliver não se conteve:
----Então é esse o motivo do "tempo"? ---fez aspas com os dedos.
----Sim, sou eu mesmo. Prazer, Dayan.
Tá, agora ferrou.
----Você me trocou por ele? ---Oliver perguntou em tom de deboche.
----É que...---tentei explicar,mais fui interrompida.
----Óbvio, né. Sou bem melhor que você. ---Pens... Dayan respondeu.
----Eu não posso acreditar! ---Oliver estava revoltado.
----Não é isso, Oliver! Ele está brincando! ---tentei explicar de novo.
Oliver fixou os Olhos em mim e então disse:
----Ah, é? Então explica pra mim.
Pens... Dayan ia falar mas o interrompi e fui direta com Oliver:
----Então, Oliver. Esse é o Pensante.
Ele arqueou a sobrancelha.
----O quê?
----Você é surdo? ---Pens... Dayan provocou.
----É isso. ---completei--- Esse é o Pensante.
----Sabe, Pietra, eu queria acreditar em você. Mas não consigo. ---Oliver soltou.
Quebrou.
----Sabe, eu não queria nem devia, mas para provar, vou te dizer como trazer a Racional pra fora. ---Pens... Dayan disse--- É só chamar ela de 'amor'.
----O quê?
----Só pode ser cera. ---Pens... Dayan não se segurou.
----Quer saber? Eu acho que isso é só uma desculpa. Já que você não tem coragem de dizer que não gosta mais de mim, resolveu inventar essa história sem pé nem cabeça. ---Oliver praticamente gritou--- Esperava mais de você, Pietra.
Quebrou.
----Olha, Oliver. Eu sinceramente acreditava que você era diferente. Mas tudo bem. Sabe, agora terminamos de vez. Mas, posso te pedir uma coisa? Só diga "Racional meu amor", só uma vez.
Após isso que eu disse, Oliver estava transtornado.
----Racional meu amor? Por que deveria ouvir você?
----Porque você já ouviu. ---Dayan disse--- Olhe atrás de você.
Oliver se virou vagarosamente. Racional, ou Lúcia, como ela disse, estava atrás dele.
Depois de conversarmos, descobrimos que, por sorte, seus pais moravam próximos dali. Dayan e eu a levamos até lá e ocorreu tudo bem.
Oliver foi embora. De qualquer forma ele iria. Ganhou bolsa em uma faculdade francesa. Vai ficar por lá sete anos. Descobrir que ele não confiava em mim foi o que faltava pra sanar a minha dúvida: eu quero o Pensante, ou melhor, o Dayan. Óbvio que eu gostava do Oliver, mas já não foi a mesma coisa depois que vi o Pensante/Dayan naquele (ou não) sonho. As coisas mudaram, aprendi a amar aquela coisa irritante que enchia o meu saco mas nunca me deixava sozinha. Agora, estamos voltando pra minha casa.
----E agora? Como vai ser? ---Dayan (aprendi) perguntou.
----Bem, vamos procurar sua família.
----Isso eu sei. Mas e nós?
----Preciso ordenar minhas ideias. Pra mim, as coisas aconteceram meio rápido. Mas não quero ficar longe de você.
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Então, então...Então!!!!!!!O próximo
Lá vocês vão saber como Pietra e Dayan se resolveram...ou não... Enfim
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Ordens Macabras do Meu Subconsciente
Teen FictionAcho que essa sinopse deveria começar de outro jeito, mas o problema é que quando se trata da minha vida, nada é normal. Cuidado, esse livro contém alto teor de tosquice e humor de baixa qualidade. Bem baixa. Tipo, bem baixa mesmo. Tudo culpa dele...