Ordens Macabras do Meu Subconsciente

Psicólogo ---parte 1

    Apesar de não querer, depois de diversos episódios de flagra das minhas conversas com Pensante, a minha mãe, literalmente, me levou arrastada até o psicólogo.

Pensante:----Se você tivesse aprendido a conversar com a boca fechada e gritar baixo, ela nem teria desconfiado do nosso amor.

----Até parece. Amor. Você sabe o que é isso?

Pensante:----Não. Mas todo humano insiste em dizer...então...eu digo também.

----Mas você não é humano!

Pensante:----E daí? E quem liga? Eu falo o que eu quiser, a voz é minha.

*******Flashback on*******

----Anda logo, Pietra! Eu não vou falar de novo! Desce agora! --minha mãe gritava.

----Não! Eu não vou ao psicólogo! Você não pode me obrigar! --respondi.

Pensante:----É senhora. Mãe a gente não chama de você.

----Ninguém te perguntou nada, Pensante! --gritei.

----Pietra, abre essa porta, agora! --meu pai entrou na briga.-- Você precisa de ajuda, minha filha!

----Não preciso.

----Precisa sim. --quando eu vi ele já havia aberto a porta. Maldita chave reserva!

----Eu não vou! --olhei pra ele com a minha melhor cara de decidida.

----Ah, vai.

    Meu pai me pegou no colo e me levou à força pro carro. Eu me debati como uma minhoca na chapa quente, mas não consegui fazer ele me soltar.

Pensante:----Seu Juditio é velho, mas não é fraco não!

    Meu pai me colocou dentro do carro...que ódio! E minha mãe, que já estava dentro, travou as portas.

Pensante:----Pietra, meu amor, saiba que independente do que acontecer vou continuar te amando e infernizando a sua vida! Te amo, baby!

----Pensante, pela última vez, cala a sua boca! --voltei a gritar.

----Filha, --dona Claudineide começou-- eu realmente estou muito preocupada com você...Só estamos fazendo isso, porque nós te amamos, tá?

----Quem me ama? Você e o Pensante?

----Pensante? Não. Eu e o seu pai!

    Estão me achando doida? Agora verão o que é uma pessoa doida.

----Pensante diz que também me ama.

----Filha, estou considerando a ideia de te levar ao exorcista.

Pensante:----Eu não sou o satanás.

----Ui. Exagero.

----Exagero? Filha o que é o Pensante?

    É pra ser louca? Então bora ser louca.

----Tic tac.

Pensante:----Ui, louca. Amei.

----Quê, Pietra?

----Tic tac.

----Para de gracinha! Por quê está fazendo isso? --ela perguntou assustada.

----Tic tac. --acelerei-- Tic tac Tic tac Tic tac Tic tac Tic tac Tic tac...

----Pietra, para! Você está me deixando louca!

----Ue...mas a louca não era eu? --continuei-- Tic tac Tic tac Tic tac Tic tac Tic tac Tic tac...

Pensante:----Hihihihihihehehehehahahahahaha!!!!

----Para!!! --minha mãe gritou.

----Qual é, mãe, foi só uma brincadeira!

----Grrrr...--ela bateu as mãos no volante.-- Já chegamos.-- ela saiu do carro.

----Chegamos? Ah que legal. A senhora vai lá, se consulta e eu te espero aqui, ok. Tchau. Beijo. Boa sorte!

----Quê? Sai logo desse carro!

----Tá bom.

Pensante:----Ai, eu tava dormindo...Já chegamos?

----Já.

    Entramos em um prédio depressivo. O teto? Branco. As paredes? Branco. Os móveis? Branco. O chão? Azul... Quê? Azul???

Pensante:----É um consultório psiquiátrico, pra deixar os loucos mais à vontade, deixaram um louco decorar.

    Tinham loucos de verdade lá. Uma moça repetia sem parar "Dois mais dois é três.", a enfermeira conversava com o acompanhante dela que dizia que ela havia ficado assim, porque tentou provar pra todos que ela não era burra.

Pensante:----E conseguiu. Agora ela não é burra, é doida.

----Não se preocupe, você não vai em um psiquiatra. Você vai em um psicólogo. --minha mãe disse-- Venha, é por ali.

    Andamos por um corredor esquisito até uma outra sala de espera. Tinha um carinha sentado no sofá esperando sua vez. A secretária disse:

----Sentem- se. Dr. Astrogildo já irá atendê-las.

Pensante:----Pietra, tô com medo.

----Hahahaha.

    O carinha me olhou. Abriu um sorriso e disse:

----Oi. Gostei de você. Quer namorar comigo?

*******continua...

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