A Festa ---parte 2

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    Bom, Pensante tem razão. Desci as escadas correndo e encontrei meu pai na sala.

----Isso, corre. Se você cair, vai quebrar o pescoço e ainda vai levar umas chineladas!

Pensante:----É...sua delicadeza está no sangue.

    Cheguei na cozinha. Senti um cheiro bom. Tomara que seja de torta de frango ou lasanha, faria meu dia feliz. Minha mãe então colocou uma panela enorme na mesa. Será que é frango cozido ou carne de panela?

Pensante:----Huuum, aguei. Tia Claudidi cozinha bem, só é delicada que nem um trator, mas cozinha bem.

----Então, meus amores, --minha mãe disse-- essa receita é milenar, estrangeira e inigualável. Aprendi a fazer com maestria. É uma incrível, maravilhosa, perfeita e...

Pensante:----Exagerada, desconhecida...

    Minha mãe continuou:

----espetacularmente saudável... SOPA DE CENOURA!!!

-----O QUÊ??? ---meu pai gritou

Pensante:----Hã??? Isso foi propaganda enganosa! Exijo meus direitos!

----Aaah. Sério, mãe? Pensei que era uma comida gostosa. --lamentei.

    Ela me lançou um olhar assassino.

----Pelo amor de Deus, Claudineide! Sopa é comida de doente! --meu pai soltou.

    Minha mãe jogou o pano de prato na mesa indignada. Nos desintegrou com o olhar e então disse:

----Daqui pra frente, se quiserem comer, vocês que se virem! No que depender de mim, vocês vão passar fome!

----Mas mãe, não sabemos cozinhar!

----Problema de vocês! Deus lhes deu dois braços, duas pernas e um cérebro! Aprendam a usar!

Pensante:----Correção: eles tem um "quase cérebro".

----Você tá brincando, né amor? --meu pai perguntou.

----Amor uma ova! Critica minha comida e ainda vem chamar de 'amor'? Me poupe, né Judítio!

----Calma, mãe!

----Calma nada. --ela falou-- E você, Pietra, se quiser comer, pede pro Pensante, sua lumbriga falante, te ajudar!

Pensante:----Eita. Não gostei. Insultou a classe. Só não saio e rodo a baiana porque senão a lasanha queima.

----Você tá fazendo lasanha, Pensante? Me dá, por favor? --pedi em voz alta.

    Meus pais me olharam e logo depois se entreolharam.

----Hahahahaha! --minha mãe soltou uma risada forçada-- Era brincadeira! Vamos ligar pro restaurante da Camuflina e pedir uma lasanha? Estou sem ideia pra cozinhar hoje.

Pensante:----Que maravilha! Salvei seu jantar!

    Depois do episódio sinistro do jantar, voltei pro quarto e resolvi desenhar a roupa da festa. Depois de um tempo, na verdade, 2:00 da manhã, terminei.

----Nossa! Já está tarde!

Pensante:----Ao contrário, a manhã só tá começando. Huahuahua!

----Sabe, Pensante, eu queria minha paz de volta.

Pensante:----Põe um batalhão de formiga atrás dela, Chuchu, talvez elas encontrem pra você.

    Tomei banho e fui dormir, enfim já era terça, e antes de ir à escola, fui na Kilorina, a costureira do bairro, levar o desenho. Os professores pegaram pesado e a semana passou rápido.

Pensante:----Passou rápido porque ela estava em um jegue voador.

    Quando dei por mim já era sexta. Saí da escola e fui na Kilorina buscar o vestido. Ficou lindo.

----São R$80,00. --Kilorina disse.

Pensante:----Isso, agora vai ter que vender o fígado pra pagar.

----A minha mãe disse que te paga amanhã. --disse já indo embora.

    E agora? Já tenho o vestido. Mas e o sapato? E o penteado? E a maquiagem? É coisa demais pra pensar. Será que vou ao shopping agora? Talvez mas...

----Aaaaaaaaaai!!! Meu dedão!!! Que...

Pensante:----Oia a boca, fia.

    Lá se foi a cabeça do meu dedão. Pronto.

Pensante:----Hihihihihihehehehehehahahahaha!!!

    Bom, pelo menos, agora sei que vou ter que ir de tênis.

*****continua...***

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Ordens Macabras do Meu SubconscienteOnde histórias criam vida. Descubra agora