O amor nasce

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Na manhã seguinte, André se forçou a acordar bem cedo. Foi até uma plantação de flores no jardim e recolheu diferentes margaridas e gerberas. Arrumou-as em um buquê improvisado.

Assim que chegou na cozinha, questionou Cida se Ana já tinha se levantado.

_ Já sim senhor, acabou de se sentar à mesa _ respondeu solicita, arregalando os olhos para as flores.

André escondeu as flores nas costas e foi para a sala de jantar. Ana estava sentada com o olhar distante.

Naquele dia deixara os cabelos soltos e parecia estar ainda mais linda que no dia anterior. Ignorando a presença da mãe e do padrasto, avançou até Ana e lhe entregou o ramalhete.

_ Hummmm, parece que temos um namoro aqui _ falou Flávia com as mãos no peito, forçando uma voz fofa.

Anabelle ficou muito vermelha, mas o riso dançava em seus lábios. Levantou-se e acolheu as flores entre os braços, cheirando-as.

_ Obrigada! _ fitou André e depois virou-se para a tia _ tia... sobre o namoro...

_ O que? Meu filho não pediu ainda? _ ralhou Flávia virando-se para o rapaz _ todos nós já percebemos os olhares apaixonados que você lança a Anabelle, esta esperando o que?

_ Aiii meu Deus! _ Ana sentiu-se envergonhada e colocou a mão livre sobre o rosto.

_ Não seja por isso! Se é por falta de pedido _ André ajoelhou-se teatralmente na frente de Ana, colocando um dos joelhos no chão e apoiando-se na outra perna. Pegou a mão da menina e olhou em seus olhos _ Anabelle, você aceita namorar comigo?

Aninha sentiu o coração disparar. Claro que queria. André era carinhoso e cuidadoso com ela. Ao pensar no beijo da tarde anterior, sentiu um calor mágico percorrer seu corpo. Sua intuição lhe dizia que tinha encontrado seu grande amor. Aquele amor com o qual sonhara desde garotinha.

_ Sim!! Eu aceito _ André se levantou e a beijou suavemente nos lábios.

César e Flávia aplaudiram calorosamente. Filomena olhava de longe, ela também já havia percebido que os dois jovens trocavam olhares e suspiros, mas algo lhe dizia que sua menina deveria ter cuidado.

_ Que lindo! _ suspirou Flávia

_ Parabéns, garoto! Agora cuide muito bem da minha sobrinha _ completou César _ espero que se casem logo e encham esta casa de crianças.

Flávia deu um tapinha no braço de César, mas sorria contente. Tudo ocorria como planejado.

André continuava fitando Ana como se nada mais existisse no mundo. Ele a pedira em namoro para dar continuidade ao plano dos pais.

Todavia, seu coração estava acelerado e ele sentia uma vontade insana de sorrir o tempo todo. Nunca tinha pedido ninguém em namoro e Ana ser a primeira lhe aquecia a alma de um modo que ele não imaginava ser possível.

Provavelmente, aquelas sensações se deviam a sua carência. Há meses se afastara da capital e não tinha contato com outras garotas. Com certeza era isso!

Tentou se lembrar da última mulher com quem saíra. Era uma ruiva de lábios cheios e olhos verdes. Buscou na memória o nome dela e não tinha certeza. Bruna!! Débora talvez. Não! Ou Julia?

Na época a achara linda, mas agora, olhando Ana, tinha dúvidas de que alguma mulher merecia o título de bela, se comparadas a sua Aninha.

Sentaram-se à mesa e iniciaram o desjejum. André sentiu a presença de Ana e abaixou a cabeça para ouvi-la.

_ Coma bem, quero te mostrar um lugar - sussurrou.

As voltas do coração [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora