Anabelle sonha em conhecer um grande amor, se casar e viver feliz para sempre na fazenda onde nasceu.
André sonha em ter vida fácil, foi muito mimado e não acredita no amor.
Quando se conhecem, ela pensa ter encontrado o que sonhou e ele tem a missã...
André suspirou aliviado ao ver a entrada da fazenda. Naquele trajeto tinha atormentado Sebastião para que dirigisse o mais rápido possível, ele precisava chegar na fazenda a tempo, antes de Ana.
Ao chegarem à porteira, Antônio os parou e nervoso contou da volta de Ana. André, suspirou desanimado, ele queria voar até a fazenda e impedir a sua Aninha de chegar aos tios, queria protegê-la da maldade deles. Ela não tinha ideia de com quem estava se envolvendo.
Continuaram a correria até André chegar à sede e ver o carro de Ana na porta. Ela estava com os tios. Apurou os ouvidos esperando ouvir gritos, mas o silêncio era constante. Subiu os primeiros degraus com aflição, pensando no pior. Será que Ana estava bem?
Ao chegar na sala parou e empalideceu com a cena a sua frente.
Anabelle estava sentada em uma das poltronas, as longas pernas cruzadas de forma elegante. Ela conversava animada com os tios que, apesar de nervosos, pareciam estar confortáveis com a situação. Aquilo não fazia sentido.
Ao verem André na porta, todos se calaram. Contrastando com a cena ali dentro, André estava suado e respirando cansado, como se tivesse corrido uma maratona, o que não estava longe da verdade.
Em uma fração de segundo os olhos de Ana e André se encontraram. Um misto de sentimentos fez seus corações baterem ainda mais rápido. Porém, tão rápido quando se encontraram, Ana os desviou.
_ Meu filho, finalmente você chegou! _ Flávia se levantou e se aproximou de André _ olha quem voltou para nós, graças a Deus, nossa menina não pegou aquele avião.
_ Eu... eu não entendo... _ André sussurrou se referindo a confusão de não compreender o que Ana fazia ali com os pais.
_ Também foi um susto para nós, meu filho _ falou César _ Coitadinha da nossa menina, ficar esse tempo todo longe da família, acreditando que não a amávamos como filha.
_ Mas... o que... _ André se sentiu um imbecil por não conseguir formular uma frase completa.
_ Imagina, meu querido, que aquela falsa da Filomena convenceu a Aninha a fugir do país, mentindo que nós queríamos fazer-lhe mal. Logo nós que sempre a tratamos como da família _ explicou Flávia _ felizmente a velha morreu e Aninha desconfiou da história e veio saber a verdade.
Não era possível perceber se ela tinha realmente acreditado na versão dos fatos de Ana, mas era clara sua intenção de se fazer amável com a nora.
Ana se levantou com graça da poltrona e caminhou até André. Ele podia ver a fúria em seus olhos claros como se lhe desafiasse a desmentir-lhe. Ao se aproximar, abraçou-o pela cintura, descansando a cabeça em seu peito. O gesto inesperado pegou-lhe desprevenido.
André ficou sem reação. Ele não sabia se continuava com aquela farsa ou se a desmascarava ali mesmo. Ela estava se arriscando muito confiando que ele lhe daria cobertura. Por um longo tempo não soube o que fazer. Até que César lhe fez gestos para que retribuísse o abraço.
Devagar ele circulou as costas de Ana com o braços e a puxou para mais perto de si. Mesmo que aquele gesto tenha sido calculado, seu corpo reagiu imediatamente à proximidade do corpo dela. Precisou se conter para não agarrá-la ali mesmo como sua mulher e leva-la para longe do perigo.
Ana se desvencilhou do abraço de André e se afastou. O homem pode ver que ela respirava com dificuldades para se controlar. Sentiu-se feliz, naquele breve instante, em saber que ela não era imune a ele.
_ Desculpe, André! Não deveria tê-lo abraçado _ falou fingindo inocência _ fiquei fora por tanto tempo que não o culparia se já tivesse reconstruído sua vida.
_ Não reconstruiu, minha querida _ Flávia apressou em responder no lugar do filho _ ele nunca superou sua perda.
Flávia não tinha noção do quanto estava certa nisso. Mesmo que André tivesse tido outros relacionamentos, após dez anos, ele ainda sofria a perda de sua amada que acreditara estar morta.
No entanto, Ana não sabia disso e mesmo ouvindo não acreditou em nada do que a tia lhe disse. Lembrou-se das pesquisas que fez sobre André e a descoberta das inúmeras namoradas e até noivas. Sentiu a raiva crescer dentro de si, tinha vontade de socar a cara de André, mas ao invés disso, respirou fundo e olhou nos olhos dele.
_ Eu sei bem como é, minha tia, também nunca superei nossa separação _ falou friamente.
Desta vez, quem sentiu o sangue ferver de raiva foi ele. Quem era aquela mulher cínica ali a sua frente que mentia descaradamente? André se lembrou da foto que ainda estava guardada em seu bolso. Ele sabia bem que ela tinha superado, pois até um filho com outro teve.
_ Acredito que todos precisamos de alguns instantes para colocarmos nossas emoções em ordem _ conduziu Flávia _ Anabelle, já pedi que arrumassem um quarto de hóspedes para você, caso queira descansar antes do almoço.
Ana respirou lentamente para se controlar e não dar realidade à cena que sua mente criava. Ela voava sobre a tia e arrancava-lhe os cabelos oxigenados. Como ousava dizer que tinha mandado arrumar um quarto de hóspedes para ela em sua própria casa?
Percebendo que Ana ficava ruborizada, André suspeitou da tempestade que ia em sua mente e resolveu intervir.
_ Concordo com minha mãe, todos precisamos de um tempo para pensar sobre tudo. Também vou me retirar, me acompanha, Ana?
_ Eu agradeço, André, mas conheço a casa _ falou friamente _ vou até o carro primeiro. Pode cuidar das suas coisas, deve ter algo mais interessante a fazer.
Ana fechou os punhos e pressionou com toda a força as unhas na palma da mão. Ela tinha vontade gritar, arranhar, bater e até matar aquela família. Respirou fundo, ela precisava se controlar. Foi até o carro, pegou a bolsa para disfarçar. É claro que ela não subiria com André, não queria ficar nem mais um segundo com ele. Não confiava nele e, tampouco, em si mesma perto dele.
Subiu para o quarto pensando no banho demorado que tomaria para tirar a sujeira do corpo e da alma. Usar aquela máscara de docilidade estava sendo uma tortura. Suas bochechas doíam de fingir os sorrisos. Além do que seu ódio por aquela família só aumentava. Inúmeras vezes ela pensou em abandonar seus planos e esganá-los com as próprias mãos.
Entrou no quarto de hóspedes e fechou a porta atrás de si. Sentiu a presença, antes mesmo de vê-lo.
_ Precisamos conversar, Anabelle_ falou André com frieza e carregou na ironia _ minha esposa!
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Estamos caminhando para o final, fortes emoções vem aí.
O que acham que acontecerá? O que querem que aconteça?
Caso gostem deixem uma estrelinhas e comentem sobre o que estão achando