O fim

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César e Flávia entraram no antigo quarto de André assustando-o. Ele tinha acabado de chegar da lua de mel e passara ali para pegar algumas coisas e levar para o quarto que dividiria com Anabelle, sua esposa.

_ Precisamos conversar! _ falou César abruptamente.

_ Ow! Obrigado pelo infarte _ reclamou André.

_ Deixa de manha, André _ ralhou Flávia _ tudo certo na lua de mel com Anabelle, casamento consumado?

_ Mãe, você só pensa nisso _ André recebeu um olhar mortífero da mãe, baixou a cabeça e respondeu _ tudo certo, consumado.

André reprimiu um sorriso que antecipou em seus lábios ao pensar no quanto aqueles dez dias foram especiais. Ana lhe mostrava um lado da vida que ele jamais imaginou existir. Ela o tinha tornado uma pessoa melhor e ele queria ser melhor por ela e para ela.

_ Conseguiu que ela assinasse os papéis? _ César questionou.

_ Não _ respondeu resignado _ ela ama esta fazenda e quer geri-la sozinha agora que é maior de idade.

_ Argh!!! _ resmungou Flávia _ Que inferno de garota!

_ Não podemos obrigá-la _ interveio André _ já temos metade de tudo o que é dela, graças ao regime de partilha de bens do casamento. Não é o suficiente?

_ Não, não é! _ respondeu César _ Principalmente agora que conseguimos o financiamento para a exploração...

_ Essa garota precisa sumir! _ Flávia interrompeu calmamente.

_ Sumir? _ questionou André sentindo o coração gelar _ Como assim sumir?

_ Ela esta em nosso caminho e vamos tirá-la _ sorriu César  lançando um olhar cúmplice para a esposa _ não será difícil uma garota sair sozinha e acidentalmente cair ou se afogar no rio.

André sentiu que o chão e o ar lhe foram tirados. Se Flávia e César estivessem menos entretidos consigo mesmos, teriam visto a palidez no rosto do rapaz.

_ Vocês estão loucos? _ questionou sentando-se em uma das poltronas _ isso não estava nos planos.

_ Mudança de planos, meu amor _ falou Flávia com os olhos brilhando pelas ideias que iam surgindo em sua mente _ casar-se com esta caipira não será suficiente. Você precisa ficar viúvo, assim terá acesso a tudo o que foi dela.

_ Não _ respondeu firme _ Não farei isso!

_ Não me diga que se apaixonou por esta.... coisinha? _ questionou Flávia buscando olhar o filho nos olhos.

_ Claro que não! Até parece que vou me apaixonar por uma ignorante destas. O problema é que nós seremos presos _ tentou argumentar com algo que poderia afetar seus pais.

_ Deixe de ser ingênuo, André! Ninguém que tenha dinheiro como nós teremos, é preso neste país _ retrucou César.

_ Além do mais... _ completou Flávia _ basta fazermos bem feito... igual fizemos com o pai dela.

André tinha dificuldades em respirar. A cena que se desenrolava em sua frente era inacreditável, ele se sentia um espectador diante de um filme ruim. Não podia compactuar com aquilo, no entanto, não sabia como enfrentar Flávia e César.

_ Não faça esta cara, meu filho! _ Flávia chamou-lhe a atenção _ Pense nos milhões, talvez bilhões que estarão em nossas mãos em breve. Você sempre gostou de dinheiro, não se faça de rogado.

_ André, já estamos nisso e você esta conosco _ argumentou César _ agora não tem mais volta.

André controlou a respiração e afundou-se ainda mais na cadeira. Pensou em Ana, nos inúmeros momentos em que andaram de mãos dadas a beira praia, no suave toque do seu corpo contra o dele. Lembrou-se do riso límpido e da forma pura com que ela voltava os grandes olhos verdes para ele.

Suspirou profundamente, ele teria que renunciar a ela. Ia perdê-la.

_ Tudo bem! Só me digam o que fazer _ falou por fim.

_ Tudo bem! Só me digam o que fazer _ falou por fim

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Argh!!! Vontade xingar o André, como ele pôde?

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As voltas do coração [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora