Reencontro

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André fitou a mulher a sua frente. Não importava o que ele dissesse, ela não acreditaria. No íntimo sabia que era o causador de ter transformado a doce menina que conhecera nesta mulher fria e descrente que ali estava.

Como ele desejava que tudo tivesse sido diferente! O amor que sentia por ela era impossível de mensurar. Percebeu, com espanto, que o tempo apenas aumentara seu sentimento. Apesar de tudo, estava feliz por ela estar viva.

Porém, lhe doía ver a dor em seus olhos. Ele não tinha ideia do quanto ela estava ferida e tampouco se ela ainda o amava. Precisava saber.

_ Você ainda me ama? _ sussurrou.

Ana o olhou. Percebeu, neste instante, que durante todos estes anos ela tentara enganar a si mesma. O amor que sentia parecia ser ainda maior do que quando se casou. Queria mentir que nunca o amara, que em seu coração só existia ódio por ele, mas não conseguiu.

_ E de que adianta? _ murmurou

Antes que pudesse perceber André já estava na sua frente e contrariando-lhe, tocou seu rosto, delicadamente, com a ponta dos dedos. Involuntariamente, Ana fechou os olhos. Como sonhara com o toque. Sua pele se arrepiou e sem notar ela ergueu o queixo, num gesto natural.

André sorriu. Ela lhe amava, tinha certeza. Desceu a mão por seu pescoço, enquanto os lábios beijavam sua face. Ele não queria forçá-la e tal como fez a vida toda, beijou-lhe suavemente o rosto esperando permissão para alcançar-lhe os lábios.

O suspiro de Ana foi sua resposta. Com o desejo acumulado por dez anos capturou-lhe os lábios e os beijou de forma dura e urgente.

Era este o momento que ela lhe empurraria com todas as forças. Limparia os lábios e daria uma risada debochada questionando se ele realmente achava que ela cairia em seus braços de novo.

Porém, enquanto pensava em resistir, seu corpo traidor se entregava ao de André, os quentes lábios dele espelhavam a sua própria fome e desejo. Ao longo de dez anos ela se culpou por imaginar-se vivendo aquela cena.

Agora era real.

Contrariando todo e qualquer bom senso ela retribuiu o beijo e lançou os braços sobre os ombros dele. Apenas por aquela noite ela esqueceria que André a machucara e faria outra vez. Apenas por aquela noite ela viveria um sonho que sequer admitia existir.

Sentiu-se empurrada em direção à cama enquanto as suas  mãos ansiosas e trêmulas empurravam a camiseta de André até lança-la ao chão. Percorreu os dedos pela musculatura rígida e forte.

André estava mais forte, não parecia aquele quase adolescente que conhecera. Sua pele queimava e ansiava por mais e mais contato com a dele.

Enquanto isso, André também tinha as mãos trêmulas ao desabotoar, desajeitadamente, a blusa de Ana. Ele parecia um adolescente diante da primeira vez com uma mulher. Seu corpo todo estava em chamas. Não queria e, nem conseguiria, pensar e racionalizar sobre o que acontecia.

Sua Aninha estava ali e ainda era sua.

Em segundos as roupas de ambos estavam esquecidas no chão da cabana. Não havia gentileza entre eles, apenas um desejo primitivo a ser saciado. Enquanto se transformavam em um, sobre a cama, lágrimas escorreram por suas faces. Era um reencontro que acreditaram por uma década que jamais ocorreria.

Já satisfeitos, André procurou os lábios de Ana e a beijou com uma suavidade impossível de momentos antes. Ela se deixou beijar enquanto ele ainda estava dentro dela. Naquele instante, nada no mundo parecia existir ou ter importância além do que acontecia ali.

Desta vez se amaram com delicadeza e sem pressa. Um degustando o corpo do outro como se tivessem todo o tempo do mundo. Ambos sabiam que nunca se cansariam de se doar e se tomarem.

Em acordo mútuo não se falaram, pois tinham consciência de que as brigas voltariam.

Ana deixou-se abraçar por André e descansou a cabeça em seu peito enquanto recebia um carinho no cabelo. O cheiro, o gosto da pele, tudo era o mesmo. Ela sequer sabia que se lembrava de tantos detalhes, mas estavam ali, marcados em sua alma.

Uma paz lhe invadiu, como se depois de nadar por anos em mar aberto, finalmente, tivesse voltado para a casa. Fechou os olhos por um instante e, sem perceber, adormeceu.

E aí, gostaram do reencontro? Acham que André merecesse outra chance? E Ana, pode acreditar nele?

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E aí, gostaram do reencontro? Acham que André merecesse outra chance? E Ana, pode acreditar nele?

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Bjinhos com sabor de recomeço.

As voltas do coração [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora