CAPÍTULO DEZ: Virility.

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Daryl POV:

Paro meu carro ao lado de vagas não ocupadas, para garantir que nenhum otário abra a porta sem cuidado, e arranhe minha garota, agora é só rezar para que ninguém estacione ao meu lado.
Aliás, não tem motivos, estou no fundo da garagem desse hospital.
Giro a chave em meu dedo, assoviando, e ando o imenso percurso até o elevador, que já me recebe de primeira.
Posso julgar que apenas nós estaremos internando alguém hoje, os poucos carros que estão estacionados por aqui devem ser visitas de pessoas já internadas.
As portas do elevador se abrem, passo pelo corredor reto com uma recepção ao lado, e logo vejo a amiga loura de semana passada consolando meu irmão, ambos sentados nos bancos de uma sala de espera com revistas jogadas por todas as pequenas mesinhas ao lado dos estofados.
Guardo a minha chave em meu bolso, me aproximando de meu irmão.
Porra, ele está da forma como eu imaginei. Ele não pode se matar assim.

- Bom dia...

Matt está com o rosto úmido, e já deve ter chorado mais de uma vez hoje, mesmo que ainda seja muito cedo.

- Bom dia.

A loura responde, da forma como não me cumprimentou semana passada da primeira vez que nos vimos, e logo se torna ao meu irmão novamente, acariciando seus cabelos.
Me sento ao seu lado, e ponho uma mão por cima da sua.

- Ei... Relaxa, beleza? Ela vai ficar bem, vocês descobriram a tempo... - ele apóia sua cabeça com o queixo sobre sua mão, e mais uma lágrima escapa de seus olhos - Não quero te ver assim a todo momento, irmão.

Matt continua reflexivo e melancólico, sem me responder.
Percebo o olhar da loura se fixar em mim, e ela logo o desvia quando eu a encaro de volta.

- Eu sinto... Que eu posso perde-la a qualquer momento. Eu não sei, é inexplicável. Eu não queria estar pressentindo isso, não queria.

- Não diga que é um pressentimento, querido... Pressentimentos às vezes são cabíveis a ocorrer. Você perder Angélica está fora de cogitação. Acredite apenas nisso.

A voz da loura é doce e feminina, mas decidida ao mesmo tempo.
Aparenta ser aquelas amigas conquistadas no ensino médio e que não indicara nenhuma pista de ser falsa ou interesseira até agora.
Observo suas unhas sem esmalte, mas com uma base brilhosa por cima, e seu rosto que parece tão acordado, diferente de todos que encontrei por aqui, que parecem ter sido obrigados a acordar cinco horas da manhã para visitar seus parentes entre a vida e a morte, ou trabalhar em uma cirurgia de emergência que deve requerer no mínimo umas três doses de droga para se manter na ativa.

- Lisa, obrigado.

Ele volta à sua melancolia, como se não houvesse duas pessoas o consolando ao seu lado, mesmo que esse consolo seja sem efeito.
Eu não vou poder falar para meu irmão que hospitais me dão asco e que eu não quero ficar o dia inteiro aqui, porque eu sei que madrugar nesse lugar também não é de seu desejo.
A loura se levanta do pequeno estofado, se aproximando de mim, e colocando sua bolsa em seu ombro.

- Posso ter uma palavra com você, rápido?

Me levanto do estofado, fazendo um sinal com a cabeça para irmos à sala ao lado, com máquinas que disponibilizam cafés e capuccino, poucos metros de longitude da onde estamos agora.
A loura me segue, e ouço o som de seus saltos soarem pelo local espremido atrás de mim.
Ela cruza seus braços, e eu pego um pequeno copo térmico em uma pequena mesa ao lado da máquina e pressiono o botão de CAFÉ LONGO.

- Daryl... Estou preocupada com Matt. Ele é seu irmão, acho que você consegue fazê-lo erguer sua cabeça nesse momento. 

Sua voz doce se mistura com o som de uma pequena TV ligada que televisiona um programa de uma apresentadora qualquer, e a estendo o copo com café.

Garotinha Do Papai ( Is It Love? Daryl Ortega ) VERSÃO EM PORTUGUÊSOnde histórias criam vida. Descubra agora