Garotinha Do Papai ( Is It Love? Daryl Ortega ) VERSÃO EM PORTUGUÊS

CAPÍTULO VINTE: Wheels.

Lisa POV:

Chega a ser frustante acordar em uma manhã se lembrando de tudo o que ocorreu na noite passada. Eu pareço uma alcoólatra pensando assim, mas apenas procuro por diversão para tirar meus pés do chão, e minha mente da realidade.
Consegui isso por um breve momento na Starlite, acompanhada de algumas amigas que encontrei por lá.
Eu senti um pouco de pena de Daryl, mas de qualquer forma, eu não poderia levá-lo comigo, as meninas ficariam o bicando como passarinhos se alimentando de pequenas minhocas.
Eu queria parar de me sentir tão culpada de ser firme com ele.
Ele me acha maravilhosa agora, depois me tratará como uma qualquer, não quero deixar que isso comece a acontecer novamente.
Eu preciso apenas conversar com minha amiga, e perguntar sobre seu tratamento de ontem. Amizade tem me sido mais fiel do que o amor.
Angélica não demora a atender com sua voz viva e cansada ao mesmo tempo.

- Oi, querida. E aí, está tudo bem? Como foi sua sessão ontem?

- Foram horas que se passaram como meses. É horrível, e pensar que ainda tenho mais umas semanas pela frente para enfrentar tudo isso...

- Eu sei que você conseguirá. Se quiser minha companhia algum dia, não hesite em me chamar.

- Sério? Poxa, Lisa, obrigada! É claro que eu quero... Quanto mais gente comigo, melhor será. Aquela sala fria... Me dá arrepios.

- E porque não me chamou antes?

- Eu não queria te atrapalhar, eu sei que você gosta bastante de sair de noite, seria um asco cancelar seus programas para se enfiar em uma sala de tratamento por horas comigo. Aliás, você já deve aturar o trabalho pela manhã e a tarde, a noite deveria ser mais tranquila.

Sorrio, pensando na veracidade de seu raciocínio.
Mas como foi pensado antes, amizade tem me tido um real valor.

- Imagina, amiga. Sem sua companhia, as noites têm sido meio chatas.

- Ah, não precisa falar isso para me agradar!

- É sério!

Ouço sua risada sincera que já fazia um tempo que não ouvia.
É bom saber que posso tirá-la de seu clima tenso por alguns momentos de descontração.

- Mas e seus acompanhantes, gatinha?

Respiro fundo, bagunçando meu cabelo.

- Encontrei algumas meninas da recepção lá. Nenhum homem. Nem mesmo seu adorável amigo e irmão de seu amado, que veio ao meu favor, me devolver meus sapatos que eu havia esquecido em sua casa.

- O que? Como?

- Eu havia esquecido meus sapatos preferidos na casa dele, um dia após o acidente, que acordei em sua cama.

Um silêncio se estabiliza por alguns intermináveis segundos, e julgo que minha amiga esteja raciocinando tudo sem pressa.

- Espera aí... Você o chamou para vir até seu apartamento?

- Sim, eu não iria até à casa dele novamente!

- Caramba, você não o esculachou, não é? Ele vir até sua casa para te devolver seus sapatos fora um tremendo favor.

- Não... Quer dizer, acho que não.

- Para de ser grossa com ele, Lisa!

- Não é isso! Olha... Ele não respeitou minha privacidade de novo, ok? Foi insistente, foi chato. Eu o disse não mais de uma vez.

Me encosto na bancada de minha cozinha, emburrada.

- Ele te forçou a algo?

- Não... Não me obrigou, melhor dizendo, porque forçar, forçou um pouco sim. Ele me ofereceu dividir um táxi comigo, porque eu neguei entrar em seu carro, isso não é forçar?